Resumo: Este trabalho tem como objetivo problematizar textos disponíveis na internet favoráveis aos procedimentos de embelezamento íntimo, associados mais aos
ResumoInteressados em discutir e compreender práticas de resistência engendradas por ativismos na Internet que destacam a difícil relação entre corpo feminino ideal e corpo real, propomos refletir sobre um projeto chamado Large Labia Project, criado por Emma P. e que existiu entre 2013 e 2017, cujo objetivo era divulgar "vaginas reais", como referência para "mulheres reais". De acordo com sua idealizadora/autora, as mulheres não têm muitas oportunidades de conhecer a aparência da região íntima de outras mulheres "reais" nem de falar abertamente sobre o assunto, então, o projeto ajudaria a dissipar os modelos e mitos que cercam o assunto. A iniciativa visava protestar contra padrões veiculados pela indústria pornográfica mainstream, lançando, assim, olhar sobre o poder da (auto) representação de corpos e o investimento na abertura de espaços de discussão e contribuição por meio de depoimentos e imagens pessoais/íntimas de mulheres que se sentem oprimidas por modelos hegemônicos de beleza. Propomos, portanto, pensar o poder que é potencialmente acionado por movimentos online como esse e algumas estratégias de resistência e desconstrução de padrões estéticos sobre o corpo feminino.Palavras-chave: Corpo feminino. Vagina. Regulação de corpos. Ativismos na Internet.
A ação biopolítica no capitalismo contemporâneo alimenta discursos de poder e disciplina a sexualidade e tecnologias que normatizam identidades e corporeidades possíveis nas práticas sexuais heteronormativas como regime político e tecnológico na reprodução de corpos. Esse texto visa repensar formas subalternas de sobrevivência, a partir do feminismo gordo, o qual propõe a desobediência ao sistema sexual-político hegemônico com caráter colonizador, rompendo essa lógica de corporeidades patologizadas sobre mulheres gordas. A proposta é denunciar uma injustiça epistemológica sobre esses corpos grandes e a construção do desejo que classifica corpos desejáveis enquanto saudáveis, e os indesejáveis enquanto doentes e perversos, em uma nova proposta revolucionária de sexo, desejo e prazeres.
O artigo analisa a constituição da vítima de “abuso sexual infantojuvenil” no sistema de justiça criminal de Fortaleza/CE. Para uma pessoa ser reconhecida como vítima de “abuso sexual infantojuvenil”, faz-se necessário mais do que uma situação sexual imposta por adultos. É preciso formar um dossiê capaz de convencer o juiz de direito de que houve um acontecimento com as características tipificadas no Código Penal brasileiro. É na constituição de um crime que uma vítima acontece. Entretanto, nem sempre são encontrados os elementos esperados pela justiça criminal, o que pode gerar descrença na justiça e arrependimento da denúncia. Na pesquisa, foram realizadas entrevistas em cinco instituições públicas da cidade.
Gordofobia é um estigma cultural, estrutural e institucionalizado na contemporaneidade; preconceito sustentado por saberes que identificam corporalidades gordas como doentes, sem levar em consideração suas subjetividades, histórias, culturas. Saúde e mídia amparam o discurso da patologização do corpo gordo na construção do entendimento do que é estar saudável ou doente. No entanto, desde a década de 1970, mulheres gordas denunciam tal maneira de entender essa condição como violência, uma vez que não leva em consideração o que esse grupo pensa, conhece e experimenta. Como resistência, surge um movimento feminista gordo, que demanda como pauta central de suas reflexões e militância, a denúncia dessa violência, a revisão desses saberes que patologizam e a necessidade de despatologizar esses corpos, a fim de proporcionar dignidade e respeito a mulheres gordas invisibilizadas em sociedade. Tal processo é demonstrado no presente artigo por meio de análise crítica, pesquisa documental e bibliográfica, destrinchando os mecanismos de patologização e de depreciação cultural do corpo gordo.
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