Resumo Desde o acordo internacional estabelecido entre Haiti e Brasil, um número significativo de haitianos tem migrado para este país por diversos motivos nos últimos seis anos. A partir de um estudo qualitativo, buscamos investigar as narrativas e modos de vida desses sujeitos que, por desejo e necessidades, buscaram a migração como uma estratégia de ampliação de possibilidades sociais, políticas e subjetivas. A dificuldade com o idioma, a saudade, as rupturas familiares, o preconceito, as práticas discriminatórias, a exaustão pelo excessivo trabalho, a dificuldade de fazer laço social significativo com brasileiros(as), a hospitalidade de alguns brasileiros(as) e as melhores condições de vida foram alguns dos aspectos encontrados no campo desta pesquisa. A psicologia social possui um importante papel na luta pelo direito de migrar, produzindo pesquisas e intervenções capazes de subsidiar olhares mais complexos e menos estereotipados sobre a migração, promovendo e garantindo o lugar de direito e desejo do migrante.
O presente artigo tem como objetivo debater as possíveis contribuições que a psicologia sociohistórica pode oferecer aos profissionais que atuam sob a lógica da Política Nacional de Assistência Social. Trata-se de uma pesquisa bibliográfica que, por meio da análise dos materiais referentes a esta Política, bem como dos principais conceitos da abordagem sociohistórica, busca problematizar as questões epistemológicas, técnicas e políticas atreladas à prática do profissional da Psicologia inserida neste contexto. A partir das análises realizadas, defendemos que a psicologia sociohistórica é um profícuo instrumental teórico que pode subsidiar uma prática ética e coerente com a PNAS, possibilitando a criação de intervenções mais qualificadas e críticas que venham ao encontro das demandas das camadas subalternizadas da sociedade. Desse modo, buscamos colaborar com a articulação entre os saberes e fazeres que interpelam Assistência Social, de modo a colocar a Psicologia no protagonismo da prevenção e promoção dos direitos humanos.
Este artigo visa relatar uma experiência de estágio realizado em um Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos (SCFV) junto a jovens de periferias da cidade de Florianópolis (SC), de modo a problematizar as possibilidades e desafios do uso do dispositivo grupal como instrumento de intervenção psicossocial. Este serviço, vinculado à Proteção Social Básica da Política Nacional de Assistência Social (PNAS), tem como objetivo prevenir as situações de riscos e vulnerabilidades, bem como fortalecer os laços familiares e comunitários. Por meio da intervenção grupal, buscamos, junto com estes(as) jovens, criar um espaço de elaboração psíquica e política sobre temas significativos para suas vidas e para a atual sociedade. Apostamos na ideia de que as oficinas propiciaram a construção de um espaço coletivo que servisse de acolhimento ao sofrimento ético-político destes(as) jovens, subsidiando um afago às dores da vida e, também, servindo de catalisador aos processos de subjetivação política frente às iniquidades sociais que atravessam, sistematicamente, o cotidiano destes(as) jovens. Neste trabalho, trazemos reflexões em torno das potencialidades que o dispositivo grupal pode desencadear na constituição do sujeito, compreendendo-o como uma profícua ferramenta de intervenção psicossocial de escuta, acolhimento, fortalecimento comunitário e protagonismo político.
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