Este artigo discute a aderência de taxonomias industriais de tradição evolucionária à realidade da indústria de transformação brasileira a partir da seleção de indicadores de atividades inovativas para o ano de 2014. Os dados são analisados por meio da técnica de agrupamento, com utilização de 30 indicadores reunidos em sete diferentes grupos de características das atividades inovativas. Parte-se da suposição de que a adequação dessas classificações à realidade brasileira se justifica como um problema de pesquisa relevante, uma vez que essas taxonomias foram originalmente concebidas com base em estruturas produtivas de economias desenvolvidas, requerendo adaptações e qualificações no contexto de uma economia periférica como a brasileira, também marcada por especificidades setoriais. Os resultados sugerem relativa aderência aos padrões internacionais no período analisado, com discrepâncias pontuais em alguns setores.
Resumo A hipótese de influência da mudança estrutural sobre a evolução da produtividade vem ganhando cada vez mais espaço no debate econômico. No caso das análises sobre a indústria brasileira, as evidências apontam para a baixa evolução e pouca influência da transformação da estrutura produtiva sobre a produtividade. No entanto, de modo geral, os estudos investigam a economia de forma agregada, abstraindo a heterogeneidade e os efeitos diferenciados desse processo entre as regiões. Deste modo, esse estudo busca investigar a referida hipótese nos estados da região sul e sudeste (exceto Espírito Santo), ressaltando a diferentes manifestações do processo nas regiões. Na análise foi utilizada a técnica de decomposição diferencial-estrutural (shift-share) da produtividade do trabalho da indústria de transformação agrupada segundo o fator competitivo predominante, entre os anos de 1996 e 2016. Grosso modo, os resultados mostram que a produtividade da indústria evoluiu em níveis muito aquém das taxas históricas precedentes e que a mudança estrutural tem contribuído pouco para o desempenho da produtividade, contudo o processo ocorre com intensidade distinta entre os estados. Palavras-chave: Produtividade do trabalho; Mudança estrutural; Indústria de transformação; Desenvolvimento regional.
Este artigo analisa a aderência das taxonomias industriais à realidade da indústria de transformação brasileira, a partir da seleção de indicadores de esforços inovativos e tecnológicos, qualificação da mão de obra e produtividade. A abordagem fundamenta-se no arcabouço teórico neoschumpeteriano e faz o uso da análise de agrupamento. Os resultados sugerem relativa aderência aos padrões internacionais. Contudo, a atividade de refino de petróleo apresenta elevados esforços inovativos, mão de obra altamente qualificada e alta produtividade quando comparada com outras atividades no Brasil ou mundo. Neste sentido, essa atividade se diferencia da classificação da OCDE em que é apontada como média-baixa tecnologia. Em contrapartida, atividades classificadas com maior intensidade tecnológica e baseada em ciência como de instrumentos, materiais para uso médico, odontológico e de artigos ópticos estão muito aquém disso no Brasil quando avaliamos principalmente o perfil da mão de obra e a produtividade.
Este estudo tem como objetivo investigar a dinâmica e os padrões de distribuição dos desembolsos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para a indústria e a infraestrutura, com ênfase nos vetores setoriais e regionais de sua atuação no Brasil. A abordagem está fundamentada no uso do método analítico, descritivo e estatístico, e a base de dados é proveniente do BNDES e da Relação Anual de Informações Sociais (Rais) para o período 2000-2018. Os resultados sugerem que o BNDES, no período recente, ampliou o financiamento da indústria e infraestrutura brasileira em todas as macrorregiões, demonstrando, ainda que em escala modesta, um processo de desconcentração. As aglomerações industriais mais consolidadas ainda preservam grande relevância na absorção dos recursos (tanto para indústria quanto para a infraestrutura), e estão localizadas, principalmente, na proximidade das principais capitais e da faixa litorânea. Entretanto, os resultados deixam evidente uma atuação do BNDES em prol das aglomerações de menor tamanho, sobretudo aquelas pertencentes às regiões alvo da política regional (Norte, Nordeste e Centro-Oeste), processo este que pode refletir em edificação de novos arranjos produtivos locais.
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