Em entrevista à Reciis, Luma Nogueira de Andrade traça uma trajetória discursiva e interseccional entre a sua vivência e a pesquisa científica, iniciada no campo das ciências biológicas. Os estudos e os estranhamentos do conhecimento biológico, especificamente sobre o corpo e a sexualidade, levaram a pesquisadora a construir críticas desse conhecimento em diálogo com o campo das ciências humanas. No doutorado, sua existência e corporeidade, construídas no interior do estado do Ceará, a convocam para dissertar, na linguagem científica, sobre as outras possibilidades de ser travesti. Refletida no seu sujeito de pesquisa, Luma discute sobre a disciplina e a resistência de jovens travestis às normas educacionais, propondo, a partir do disciplinamento dos corpos marcados pelo espaço escolar, a possibilidade de fuga e de algumas táticas para se fazer existir também nesse lugar. Luma Nogueira de Andrade é professora decana do curso de pedagogia da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira.
um ato de afronta a tudo o que tenta nos assujeitar, violentar, subjugar e exterminar.O livro que segue nas próximas páginas "Diversidade Sexual, Étnico-Racial e de Gênero -Temas Emergentes" é uma arma de guerra coletiva. Uma ferramenta forjada na implicação e no compromisso com as produções acadêmicas no campo, mas principalmente implicadas com as vidas na/ da comunidade LGBTQI+. Cada escrita ofertada é uma oferenda, uma conspiração, uma conjuração a esse tempo e suas marcas de violências étnico-raciais, de gênero, sexuais entre outras. É também um somatório de forças, um sim à vida. Márcio Alessandro Neman do Nascimento, Bruna
Este artigo tem como objetivo apresentar as principais legislações produzidas no Brasil e Portugal que impactam à população LGBT+. Portugal é um dos países da Europa mais procurados por pessoas Brasileiras e em especial integrantes da referida população na busca de melhores condições de vida ou mesmo como forma de fuga, inclusive como asilo político, como aconteceu na Ditadura Civil-Militar brasileira (1964-1985). Na atualidade acontecimento similar ocorre com ascensão do conservadorismo desde o golpe que retirou Dilma Rousseff da Presidência da República (2016), sendo intensificado com a vitória da extrema direita liderada por Jair Bolsonaro (2018). A cultura brasileira reflete muito da cultura portuguesa, não apenas pela linguagem, mas também em hábitos e costumes como fruto do processo de colonização implementado. O machismo, o sexismo e a LGBT+fobia fazem parte da cultura histórica brasileira e portuguesa, pois o patriarcado e a religião judaico cristã somados aos sistemas ditatoriais ocorridos nos referidos países contribuíram para negação de direitos inclusive para a população em questão. Apesar das adversidades os movimentos sociais atrelados a “redemocratização” tem possibilitado mudanças consideráveis nestes países em termos de dispositivos legais. Apesar das leis não serem a solução definitiva para todos os problemas elas possuem uma relevância histórica e produzem impactos sociais.
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