Resumo: Este trabalho analisa relatos de vida e de formação de professores concluintes de uma licenciatura em Matemática ofertada a distância, por uma instituição de natureza público-privada, no Tocantins. Os dados foram gerados em entrevistas realizadas ao longo de 2012 com cinco professores recém-formados, que encontraram no curso a distância a possibilidade de conciliação entre educação e exercício profissional. Na geração dos dados, mobilizamos orientações trazidas pela metodologia da história oral, que parte da perspectiva de que as histórias singulares e particulares dialogam expressamente com a história coletiva e plural e, desse modo, os relatos de experiência desses docentes poderiam contribuir para a compreensão de questões mais amplamente vividas na educação no contexto das práticas do Norte do país. Para análise das narrativas, utilizamos fundamentos da semiótica discursiva, mais especificamente relacionados ao que essa teoria denomina como sintaxe do nível narrativo. Pelas reiterações que emergem dos relatos, identificamos trajetórias comuns, que tantas vezes vão servir para caracterizar os docentes como destinatários submetidos a uma ordem histórica. Discutimos ainda a problemática da memória como construção de sentidos para experiências que guardam tonicidade. Longe da ilusão da verdade quanto ao que se diz, o que se busca é a compreensão para o que se diz sobre o vivido, assim como as expectativas e esperanças produzidas no presente. Palavras-chave: memória, semiótica discursiva, formação docente IntroduçãoEste trabalho tem como objetivo apresentar uma aná-lise semiótica de relatos de vida e de formação de professores concluintes de uma licenciatura em Matemática ofertada a distância. Parte da hipótese inicial de que condições materiais de existência dos sujeitos da pesquisa teriam sido determinantes para seu ingresso nessa modalidade de ensino e influem decisivamente no modo como nele se inscrevem, o que vai se confirmando pelos relatos de vida desses atores, conforme procuramos evidenciar nas análises aqui apresentadas.Esses docentes encontraram no curso a distância a possibilidade de conciliação entre educação e exercício profissional. Ao mesmo tempo, as facilidades do ingresso nessa modalidade de ensino superior se contrapunham ao maior grau de exigência na entrada em cursos regulares ofertados por instituições públi-cas e privadas no Estado, justificando a opção por um modo de formação mais conciliatório com o mundo do trabalho, como vemos num primeiro recorte do relato de um desses professores, Zélia: Aí é lá no, no restaurante lá que eu trabalho né, como atendente eu entro dez horas da manhã, saio às dezoito e vinte e tenho... Agora eu tô nesse horário agora porque devido a faculdade eu pedi pra ver se meu patrão né, pra ver se eu conseguia é mudar de horário, mas antes eu trabalhava é entrando meio dia, saindo dez da noite e na verdade não tinha assim muito tempo pra, pra estudar, pra, pra ter um curso, uma profissão melhor, e aí a questão da dificuldade né, pra conseguir é estudo, uma fa...
RESUMOEste trabalho analisa, sob a perspectiva da semiótica discursiva, suas produções relativas a uma semiótica do espaço e estudos sobre a identidade na contemporaneidade, seis dos muitos mapas divulgados na mídia digital e impressa imediatamente após o resultado das eleições para presidente do Brasil, nas votações em segundo turno, em outubro de 2014. Trazemos aqui linhas mestras de uma reflexão inicial sobre o modo de representar o país, recortando-o a partir das opções políticoideológicas. Entendemos os mapas como significantes a serem interpretados, enunciados que deixam ver, ainda que sob a aparência da referencialidade e do efeito de evidência, a perspectiva do enunciador que propõe uma percepção particular/social de uma fatia do mundo. Para isso ainda contam os enunciados que os acompanham, ao traduzirem em palavras os números das votações e, ao mesmo tempo, uma sanção sobre os resultados do pleito nacional. PALAVRAS-CHAVE: identidade nacional; eleições presidenciais; discurso político; sociossemióticaABSTRACT This paper analyzes, from the perspective of discursive semiotics, mainly its productions related to a semiotics of space and studies on contemporary identity, six of the many maps published in the digital media and printed immediately after the result of the Brazilian presidential elections, in the voting of the second round, in October 2014. Here we draw the main lines of an initial reflection on how to represent the country, cutting it from the political-ideological options. We understand maps as signifiers to be interpreted, statements that show, even under the appearance of referentiality and the effect of evidence, the perspective of the enunciator that enunciates a particular/social perception of a slice of the world. To this end, they also count the statements that accompany them, by translating the numbers of the votes into words and, at the same time, a sanction about the results of the national lawsuit.
RESUMO: Este trabalho, de natureza interdisciplinar, visa inicialmente delinear o que pode representar uma abordagem em semiótica do espaço ao investigar questões relativas ao modo como os sujeitos constroem sentidos para o lugar e, ao mesmo tempo, o modo como o lugar pode ser pensado como um significante. Para isso, põem em diálogo estudos da geografia e da semiótica discursiva, numa análise tanto do espaço propriamente dito – no caso específico, Araguaína (TO), considerando seus traçados e ocupação – quanto dos sentidos que emergem na fala de sujeitos ao remeterem a sua experiência na cidade. Defende que uma reflexão sobre a configuração territorial da cidade deve considerar práticas socioterritoriais compreendidas como o que denominamos “herança resistente”, estabelecida a partir da combinação de três fatores: o sítio urbano, ou a área físico/geográfica onde a cidade foi sendo implantada; as formas como a apropriação ilegal da terra marcou inicialmente o modo de ocupação territorial; e a omissão intencional ou não do Estado local na organização da cidade, conformado como uma espécie de destinador fraco ou mesmo ausente.PALAVRAS-CHAVE: espaço público; espaço privado; lugar; semiótica do espaço. ABSTRACT: This paper, of an interdisciplinary nature, initially aims at delineating what can represent a spatial semiotics approach by investigating issues related to how subjects construct meanings for the place and at the same time how the place can be thought of as a signifier. In order to do so, they put into dialogue studies of geography and discursive semiotics, in an analysis of both the spatial itself - in the specific case, Araguaína (TO), considering its tracings and occupation -, as well as the meanings that emerge in the speech of subjects when referring to their experience in the city. It argues that a reflection on the territorial configuration of the city should consider socio-territorial practices that are included in a kind of "resistant heritage", configured from the combination of three factors: the urban site, or the physical/geographical area where the city was implanted; the ways in which the illegal appropriation of land initially marked the mode of territorial occupation; and the intentional or unintentional omission of the local State in the organization of the city, conformed as a sort of weak or even absent destination.KEYWORDS: public spatial; place; spatial semiotics.
Neste trabalho discutimos a trajetória de um grupo de acadêmicos, do curso de letras, nas atividades práticas da disciplina Estágio Supervisionado, destacando como ocorrem as interações no percurso entre a universidade e a escola campo. Na perspectiva discente, analisamos a formação inicial do professor, os momentos nos quais as experiências foram mais significativas nos espaços de aprendizagem, considerando as relações contratuais e polêmicas referentes às atividades vinculadas ao estágio, como: orientação teórica, processo burocrático, planejamento e docência. Com base nos relatos de relatos de experiência gerados por meio de entrevistas semiestruturadas, que constituem nosso corpus, analisamos como os espaços de aprendizagem se constituem coadjuvantes nas experiências docentes, com potencialidades para interferir na construção de concepções em relação à profissão escolhida. Para tanto, embasamo-nos nas discussões sobre as interações no espaço em uso na perspectiva da sociossemiótica, considerando as proposições em torno da problemática do espaço.
Este texto consiste numa entrevista concedida por Eric Landowski, sociossemioticista francês, produzida em Paris, em fevereiro de 2014. Nela, além de esclarecer sobre especificidades de sua abordagem teórica, discute temas de interesse mais amplo para semioticistas e pesquisadores que se interessam pela problemática do sentido: a estesia, a experiência sensível, as paixões, o gosto. Suscitado por um questionamento, argumenta sobre o que ainda se impõe como desafio aos semioticistas. Mais uma vez, o pesquisador ressalta que a semiótica ultrapassa os domínios do texto propriamente dito, propondo-se como uma teoria geral do sentido.
A contação de histórias e a leitura geralmente são apresentadas como dois aspectos aparentemente distantes da prática humana, sendo a contação uma atividade milenar, pouco praticada nos tempos modernos e a leitura muito elitizada e distante de uma política de formação leitora. Observando tal contexto, surgiu o nosso questionamento: em que medida a atividade de contação de história presente nas práticas pedagógicas das aulas de língua portuguesa do ensino médio pode contribuir para a formação leitora dos estudantes? Para nortear o presente artigo, tivemos como objetivo geral discutir a contação de história como atividade restauradora da oralidade como também estimuladora de leitura para formação do sujeito leitor nas aulas de linguagem e literatura. A metodologia utilizada revisão bibliográfica e análise de depoimentos colhidos entre estudantes do ensino médio de uma escola pública que viveu a experiência de um projeto de leitura nos anos 2017 e 2018. Como aporte teórico, foram trazidos para o debate alguns estudiosos da linguagem e da arte de contar histórias como (2014), Maria de Lourdes Patrine (2005), Paulo Freire (1989), Amadou Hampaté (2010), dentre outros. Constatou-se que contar história dos romances lidos é a moeda de duas faces desse projeto: o caminho para estimular, desafiar os estudantes à leitura dos romances; e a prática de uma das atividades mais antigas da humanidade – a contação de histórias.
Entretien réalisé en avril 2021 avec le sémioticien français Jacques Fontanille sur les voies de la théorie autour de la sémiotique appliquée à l'enseignement.
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