<p>A questão que se põe é: o que se entende pela expressão Filosofia da Psicanálise? Pode-se, em primeiro lugar, ficar espantado com essa pergunta, porque, ao menos, genericamente, essa expressão deve possuir um significado muito aparentado às expressões tais como: <em style="mso-bidi-font-style: normal;">filosofia das matemáticas, filosofia da física, filosofia da biologia etc, </em>a respeito do que não faltam exemplos de trabalhos sérios e bem sucedidos. Pensando as coisas assim, a filosofia da psicanálise, assim como a filosofia das matemáticas etc., nada mais seria que um ramo, uma espécie dessa disciplina mais geral que denominamos <em style="mso-bidi-font-style: normal;">filosofia da ciência</em>, que consiste, em linhas gerais, em se tentar saber qual é o modo próprio e específico que cada disciplina tem de estabelecer suas teses. Qual, por exemplo, o papel da observação, da experiência, do raciocínio etc. Como essa disciplina encadeia suas proposições, como ela procura fundamentá-las. O que tal ou tal disciplina entende por verdade, por proposição verdadeira. Enfim, o filósofo endereça às diferentes ciências questões do tipo: qual o seu regime de provas e validação? Qual o papel da experimentação e das hipóteses? Há uma adequação entre as proposições que ela coloca e aquilo através do qual procura estabelecê-las? Esses são exemplos de questões colocadas por isso que entendemos correntemente por <em style="mso-bidi-font-style: normal;">filosofia das ciências</em>. É o que examinaremos nesse artigo.</p>
Trata-se de mostrar, como diz o título, em que medida anoção de ordem adotada pelos fisiocratas, em especial por Quesnay, tem pressupostos filosóficos nem sempre explícitos, porém importantes para compreender as doutrinas econômicas desses autores bem como a sua contribuição para as ditas ciências humanas.
resumo O artigo examina algumas influências teóricas de Freud para recuperar os valores epistemológicos que subjazem à composição de sua concepção de ciência da natureza. Se, por um lado, Freud teve acesso ao pensamento de autores específicos (Brücke e Helmholtz, dentre outros) que participaram efetivamente dos caminhos percorridos pela psicologia em sua reivindicação de uma identidade científica, por meio de entrelaçamentos com a física e a fisiologia, por outro lado, ele também teve contato com certos filósofos (Brentano e Stuart Mill) que lhe permitiram uma aproximação a alguns defensores da cientificidade da psicologia que não abandonam o naturalismo, nem recorrem ao solo fisiológico. Nossa avaliação histórica constituiu-se como uma defesa de que Freud sofreu diversas influências no tocante ao status da psicologia no campo das ciências da natureza. A pluralidade dessas influências evoca uma necessidade de abertura para a avaliação do modo pelo qual podemos colocar em perspectiva a epistemologia e a concepção do naturalismo de Freud.Palavras-chave • Freud. Ciências naturais. Epistemologia. Psicanálise. scientiae zudia, São Paulo, v. 13, n. 4, p. 781-809, 2015
Instrumentalizando o mito da horda primitiva apresentado por Freud em Totem e tabu, recebemos uma explicação do que seria a origem da civilização tal como a conhecemos a partirde um ato fundador. Este é um crime coletivo (concebido como ato real) do qual a civilização é fruto e do qual derivam todas suas características como neurose, incesto e agressividade, mas também seus contrários, de modo que é exposta a história do próprio psiquismo e de seu acesso à cultura. Com isso, Freud responde afirmativamente à simples pergunta: deve-se incluir o sujeito no processo coletivo? Assim, articula a psicologia individual e a psicologiacoletiva, problematizando-as, sustentando o processo de trânsito da natureza à cultura, da individualidade natural à comunidade cultural, sendo que, em princípio, não haveria anterioridade de uma psicologia sobre a outra, senão simultaneidade. Por consequência, conclui-se que o problema, portanto, é invertido: não se trata da consciência moral levar à renúncia pulsional, mas, o contrário: a renúncia pulsional é que cria a consciência moral.
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