O artigo desdobra-se de uma pesquisa realizada com gestores/as e técnicos/as, vinculados/as a secretarias municipais, envolvidos/as com a implementação de políticas e programas de inclusão social, em um município da Grande Porto Alegre/RS. Nele discutimos, na perspectiva dos estudos de gênero e estudos culturais pós-estruturalistas, um movimento de generificação que nomeamos de "feminização da inclusão social", focalizando a situação do emprego e as condições de trabalho, a infraestrutura dos serviços e os modos como profissionais/técnicas se veem na implementação das políticas. Argumentamos que promover inclusão social pressupõe desenvolver e desempenhar um conjunto de capacidades representadas como sendo 'da ordem do feminino', que são constitutivas da feminização que as políticas incorporam e fazem funcionar.
Introdução: a hemiparesia é um comprometimento parcial do hemicorpo, acarretando sequelas sensitivas, motoras e cognitivas, o que causa incapacidade funcional, dependência e diminuição da qualidade de vida, consequentemente afetando a integração social dos indivíduos. Objetivo: avaliar os efeitos da utilização da realidade virtual na força muscular, o grau de recuperação do membro superior e a qualidade de vida de hemiparéticos crônicos pós-AVE. Método: foram selecionados seis pacientes, de forma intencional, com diagnóstico funcional de hemiparesia por AVE. Todos foram submetidos a uma avaliação fisioterapêutica e a um treinamento funcional com auxílio do programa interativo do video game Nintendo Wii®. Ao final desse período, todos foram reavaliados por um avaliador independente. Resultados: houve significância estatística em quase todos os movimentos avaliados, sendo que somente os movimentos de extensão de ombro, flexão de cotovelo, flexão de punho, extensão de punho e desvio radial não obtiveram significância estatística quanto à amplitude de movimento; na análise dos desfechos referentes a qualidade de vida, força muscular e grau de recuperação motora, foi possível detectar significância estatística (valor de p). Quanto à destreza manual, pôde-se observar um incremento na média de cubos transportados de uma caixa a outra, sendo que, no membro afetado, onde foi realizada a intervenção, houve uma média pré-intervenção de 2,3 cubos transportados e pós-intervenção de 3,6 cubos transportados. Conclusão: pôde-se constatar que a intervenção por meio da realidade virtual proporcionou aumento na força muscular, grau de recuperação do membro superior e qualidade de vida em hemiparéticos crônicos pós-AVE, obtendo-se, assim, mais um recurso terapêutico na fisioterapia. Palavras-chave: realidade virtual; acidente vascular encefálico; hemiparesia.
O artigo resulta de pesquisa realizada em parceria com as Secretarias de Saúde, Educação e Assistência Social de um município da Grande Porto Alegre, Rio Grande do Sul, responsáveis pela implementação de programas de ‘inclusão social’. Apoia-se na educação permanente em saúde em articulação com teorizações pós-estruturalistas e a análise cultural. O trabalho de campo envolveu a realização de um curso de formação com técnicos (as) e gestores (as), e também grupos focais. Esta análise explora dimensões de duas questões que direcionaram a pesquisa: que aprendizagens podem ser construídas em processos educativos participativos desta natureza? E quem aprende o que, com quem, sobre o quê? Discutiram-se ‘cenas’ que colocaram a intersetorialidade em foco, permitindo o reposicionamento de técnicos (as) e da equipe de pesquisa em relação aos aprendizados esperados. Destaca-se, especialmente, o que foi identificado como entraves e desafios para a implementação e a efetivação da intersetorialidade.
Introdução. A esclerose múltipla (EM) é uma doença desmielinizante do Sistema Nervoso Central (SNC), onde o desempenho motor é alterado significativamente. Objetivo. Traçar o perfil predominante dos indivíduos com esclerose múltipla em uma associação de referência em Caxias do Sul. Método. Foram avaliados 13 pacientes com diagnóstico clínico de EM, quanto à qualidade de vida, nível de independência funcional, fadiga, risco de quedas. Resultados. A média da idade dos pacientes foi 45 ± 11 anos (média ± dp), com maior prevalência o gênero feminino e etnia caucasiana. A população investigada apresentou qualidade de vida muito boa, dependência leve para atividades funcionais, fadiga acentuada, risco de queda baixo. Conclusão. Considerando-se as variáveis analisadas neste estudo, pode-se observar a relevância de traçar o perfil de indivíduos com EM, visando à importância de uma equipe multidisciplinar identificar as principais alterações funcionais destes pacientes.
O objetivo deste estudo é compreender o significado da experiência do estágio curricular de Fisioterapia em cenários de prática da Atenção Primária à Saúde (APS). Foi realizada uma pesquisa qualitativa (estudo de caso) a partir de entrevistas semiestruturadas com estudantes de Fisioterapia, supervisores, profissionais da saúde e usuários (n = 20). O material textual foi interpretado pela análise de conteúdo. O estágio na APS mostrou-se um importante componente curricular da graduação em Fisioterapia, oportunizando o conhecimento/problematização da singularidade da vida nos territórios e estabelecendo relações de vínculo do estudante aos usuários-famílias; e fortalecendo a identidade profissional do fisioterapeuta pelo reconhecimento da equipe e usuários sobre o papel da Fisioterapia na APS. Barreiras foram percebidas pela ausência do fisioterapeuta na equipe de APS e pela interação com a equipe, que foi restrita a determinados profissionais, limitando a análise da experiência do estágio na sua perspectiva interprofissional.
Este estudo analisou a produção científica sobre o processo de formação do fisioterapeuta em cenários de aprendizagem da Atenção Primária à Saúde (APS), identificando práticas de ensino realizadas nesses espaços. Tratou-se de revisão integrativa de literatura na base de dados da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), utilizando três combinações de descritores controlados, acrescidos do operador boleano ‘AND’: Fisioterapia/Ensino/APS; Diretrizes Curriculares Nacionais/Ensino Superior/Sistema Único de Saúde; Fisioterapia/Estágios/APS. Os critérios de inclusão contemplaram artigos de pesquisa sobre a temática, publicados de 2002 a 2019, em português, inglês ou espanhol. Foram analisados 12 artigos. Práticas de ensino na APS foram observadas nos estágios curriculares do último ano do curso, sendo pouco frequentes nas etapas iniciais da graduação. A APS também foi identificada como cenário de formação em disciplinas curriculares obrigatórias envolvendo saúde da comunidade/saúde coletiva e no Programa de Educação pelo Trabalho para a Saúde. Destacaram-se, como atividades desenvolvidas por estudantes de Fisioterapia na APS, atenção domiciliar/visitas às famílias, atividades no território com estudantes de diferentes cursos da saúde e realização de grupos de educação/promoção da saúde. Na perspectiva da interprofissionalidade, a APS mostrou-se um espaço integrador de ações entre as diferentes profissões da saúde. Barreiras para a inserção da APS nos currículos da Fisioterapia associaram-se a fragilidades na formação de docentes e preceptores para atuarem na APS, aspectos relativos à dinâmica das universidades (horários, recessos escolares, alta rotatividade de estudantes) e dos serviços (estrutura física frágil, rotatividade e baixo número de profissionais capacitados para atuação na APS, desconhecimento de usuários/gestores/demais profissionais da saúde em relação à atuação do fisioterapeuta na APS e ausência do fisioterapeuta de referência). Pesquisas ampliando essa estratégia de busca envolvendo mais bases de dados e descritores são recomendadas. Práticas curriculares pautadas na rede de cuidado em saúde que contemplem a APS devem ser estimuladas na formação do fisioterapeuta.
o presente estudo pretende apresentar o papel do preceptor na formação do residente em serviço bem como os desafios para desempenhar a função no ensino aprendizagem, com o objetivo de elaborar uma oficina para preceptores. Trata-se de uma revisão de literatura integrativa, utilizando descritores específicos na língua portuguesa controlados junto ao DeCS (Descritores em Ciências da Saúde), por meio de quatro combinações na base de dados da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) acrescidos do operador booleano “AND”. Para os critérios de inclusão foram contemplados estudos sobre a temática da revisão entre os anos 2014 a 2019 nos idiomas português, inglês e espanhol. A amostra final resultou em 22 estudos. Os principais resultados identificaram as seguintes categorias: o papel do preceptor no ensino das residências em saúde conduzindo de forma sistêmico o residente; o fazer diário nas ações desenvolvidas na preceptoria com aplicação de troca de aprendizagem; e a formação dos profissionais da saúde para atuarem como preceptores através da competência técnica. Os desafios relacionados à prática diária do preceptor com o contexto da formação estão ligados à ambiência inadequada e à falta de incentivo financeiro. Um item analisado foi o Projeto Político Pedagógico da Residência Integrada Multiprofissional em Saúde do Hospital de Clínicas de Porto Alegre, Rio Grande do Sul, apresentando diálogo com as diretrizes e princípios do Sistema Único de Saúde e contribuindo para a formação. Conclui-se que o preceptor é o profissional vinculado ao cenário de prática e desempenha seu papel com protagonismo e entusiasmo, percorrendo as adversidades no processo de ensino e aprendizagem nos cenários de práticas.
A Revista Saberes Plurais teve sua primeira edição publicada em 2016. Desde então, um coletivo de autores-pesquisadores – envolvendo docentes e estudantes de graduação e pós-graduação, mas também, trabalhadores do Sistema Único de Saúde (SUS) – tem construído, de forma colaborativa, uma publicação voltada a promover transformações no cotidiano da formação e do trabalho em saúde, com foco no cuidado às pessoas-famílias-comunidades. Nesta edição, as publicações apresentam relatos de experiências envolvendo os núcleos da Enfermagem, Medicina, Odontologia e Psicologia, ensaios e debates, resultados de pesquisas e boletins informativos. São textos articulados à pauta ‘educação-saúde’/‘saude-educação’, produzidos em diferentes cenários e contextos, mas que convergem e, juntos, produzem novas perspectivas para a formação e para atenção à saúde.Palavras-chave: Educação. Pesquisa Interdisciplinar. Práticas Interdisciplinares. Sistema Único de Saúde. COVID-19.
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