Desenvolvido em uma área endêmica em esquistossomose, zona rural de Minas Gerais, Brasil, este estudo pretendeu analisar a relação entre um Programa de Educação Ambiental e Saúde, e a postura dos sujeitos frente aos ambientes e à doença. O programa de educação implementado, destinou-se a professores e alunos da escola estadual do lugarejo de Boa União. Pautou-se em um importante dispositivo diferencial com relação aos programas mais usuais neste campo educacional, ao buscar uma perspectiva não puramente instrumental e cognitiva de conhecimento da realidade e da doença, mas uma abordagem na qual os sujeitos são levados a indagar e investigar juntos as suas percepções da realidade, dos ambientes e da doença. Ficou demonstrado que é a partir do conhecimento e reflexão acerca da experiência dos sujeitos com os ambientes e com a doença, experiência entendida aqui como campo onde se entrecruzam representações e práticas, aspectos objetivos e subjetivos, o racional e o empírico, que se obtém o confronto e ruptura cognitivos indispensáveis a uma mudança de postura dos sujeitos.
134 Set/Out/Nov/Dez 2000 Nº 15 O nosso grito vive nos fatos e nós advogamos os direitos da raça negra, porque ela tem uma grande herança dentro do Brasil. Manchete de o Clarim d 'Alvorada, 1931 Todas as vezes que se inicia qualquer reflexão sobre a escolarização dos negros no Brasil, o ponto de partida é o irremediável lugar-comum da denúncia. Em outros termos, o presente, com todas as suas injustiças e mazelas, se afigura como única dimensão histórica do problema. O passado, quando aparece, serve apenas para confirmar tudo aquilo que o presente nos comunica tão vivamente.Olhando para o passado recente das denúncias concernentes ao estado de precariedade da escolarização dos negros brasileiros, encontramos os seguintes tipos de registro: a) produções acadêmicas voltadas exclusivamente para os problemas atuais da educação dos negros; b) relatórios resultantes de encontros regionais do movimento negro, dando atenção especial aos problemas da educação; e c) depoimentos de antigos militantes que combateram a discriminação racial em nossa sociedade, nos anos 20 e 30, e nos anos 50, falando do significado da educação para si e para a população negra em geral.Embora cada um desses registros expresse épocas diferentes e, neles, os sujeitos falem de lugares sociais diversos, o objeto de que tratam é a educação dos negros e seus múltiplos significados. Criticam o status quo, e esta crítica tem contribuído para denunciar a falácia da igualdade de oportunidades para todos, que se supunha existir em nossa pujante civilização tropical. Em outros termos, o forte apelo ao presente que podemos encontrar nesses registros tem representado, tanto no meio acadêmico quanto no interior dos movimentos negros (do presente e do passado), uma reação aberta contra o mito da democracia racial.Pretendemos, no presente artigo, propor uma outra leitura do problema: interrogar o passado. Sugerir hipóteses de como a situação educacional dos negros poderia ter evoluído caso algumas estratégias tivessem sido adotadas pelas políticas educacionais. Entendemos que há pontos de nosso passado que podem muito bem esclarecer as origens de graves problemas educacionais que afligem o grosso da comunidade negra brasileira.
Educação terapêutica para diabéticos: os cuidados com os pés na realidade de pacientes e familiaresTherapeutic education for diabetics: foot care in the reality of patients and family members
This paper analyzes the possible interference of the pharmaceutical industry in prescriptions drugs used in lawsuits against the Brazilian National Health System (SUS). It presents the survey used to build the database with lawsuits by drugs, procedures and equipment for the treatment of various diseases against the State of Minas Gerais. It is the analysis of the perception of the prescribers in order to know their respective positions in relation to the theme of the interference of the pharmaceutical industry in decisionmaking relating to lawsuits. The theoretical model and methodology used highlights the profile of the interviewees. Finally, it exposes in detail the analysis of the perceptions of prescribers, correlating them with the topic of the influence of the pharmaceutical industry in the current growth of lawsuits.
134Set/Out/Nov/Dez 2000 Nº 15 O nosso grito vive nos fatos e nós advogamos os direi-tos da raça negra, porque ela tem uma grande herança dentro do Brasil. 'Alvorada, 1931 Todas as vezes que se inicia qualquer reflexão sobre a escolarização dos negros no Brasil, o ponto de partida é o irremediável lugar-comum da denúncia. Em outros termos, o presente, com todas as suas injustiças e mazelas, se afigura como única dimensão histórica do problema. O passado, quando aparece, serve apenas para confirmar tudo aquilo que o presente nos comunica tão vivamente. Manchete de o Clarim dOlhando para o passado recente das denúncias concernentes ao estado de precariedade da escolarização dos negros brasileiros, encontramos os seguintes tipos de registro: a) produções acadêmicas voltadas exclusivamente para os problemas atuais da educação dos negros; b) relatórios resultantes de encontros regionais do movimento negro, dando atenção especial aos problemas da educação; e c) depoimentos de antigos militantes que combateram a discriminação racial em nossa sociedade, nos anos 20 e 30, e nos anos 50, falando do significado da educação para si e para a população negra em geral.Embora cada um desses registros expresse épocas diferentes e, neles, os sujeitos falem de lugares sociais diversos, o objeto de que tratam é a educação dos negros e seus múltiplos significados. Criticam o status quo, e esta crítica tem contribuído para denunciar a falácia da igualdade de oportunidades para todos, que se supunha existir em nossa pujante civilização tropical. Em outros termos, o forte apelo ao presente que podemos encontrar nesses registros tem representado, tanto no meio acadêmico quanto no interior dos movimentos negros (do presente e do passado), uma reação aberta contra o mito da democracia racial.Pretendemos, no presente artigo, propor uma outra leitura do problema: interrogar o passado. Sugerir hipó-teses de como a situação educacional dos negros poderia ter evoluído caso algumas estratégias tivessem sido adotadas pelas políticas educacionais. Entendemos que há pontos de nosso passado que podem muito bem esclarecer as origens de graves problemas educacionais que afligem o grosso da comunidade negra brasileira.
ResumoNo presente artigo retomam-se alguns elementos analisados em estudo anterior de nossa autoria, intitulado "O jogo das diferenças: o multiculturalismo e seus contextos". Considerando as profundas modificações no contexto do debate brasileiro sobre o tema, abordam-se aqui novas questões que, no nosso entender, têm ficado na superfície das discussões no campo da educação, na medida em que elas tendem a focalizar o multiculturalismo como se fosse unicamente um movimento escolar ou educacional. Pretende-se salientar que, antes de serem introduzidas no campo educacional, expressões do multiculturalismo se fazem presentes nas artes, nos movimentos sociais, em políticas. Aponta-se como o multiculturalismo implica o reconhecimento da diferença, o direito à diferença, colocando em questão o tipo de tratamento que as identidades tiveram e vêm tendo nas democracias tradicionais. Finalmente, o artigo pretende também chamar a atenção para o peso do contexto de cada sociedade multicultural na definição de propostas e políticas, em educação. No plano internacional, nem sempre a reação contra o etnocentrismo seguiu na direção da multiculturalidade; encontramos tanto propostas nesse sentido como alternativas etnicamente centradas. Conclui-se que uma educação multicultural exigirá um grande trabalho de desconstrução de categorias, caso contrário, o tema da pluralidade cultural, preconizado pelos Parâmetros Curriculares Nacionais, tenderá a ser tratado nas salas de aula, com significações que acentuam e atualizam discursos e atitudes preconceituosas e discriminatórias.
Introduction: the "fever phobia" of parents, concerns, and inappropriate treatment of fever in childhood has been documented for nearly two decades. The parents' understanding of fever determines their concerns, fears, reactions, and conducts in the care of the febrile child. Objective: to verify, on the basis of a literature search, the knowledge, beliefs, information sources, practices, and attitudes of parents and caregivers in the management of fever in children. Methodology: this was a systematic review of the literature. Results/ Discussion: the "fever phobia" presents multifactorial causes, among them, the past experience with a febrile child, tragic stories resulting from the febrile child, cultural influences, and sources of information such as family, health professionals, and friends among others, also influence conducts towards fever. Parents become extremely worried when they have a sick child and fever can be considered an indicator of disease and harm. They consider that the fever may cause damage to the child, despite the numerous reports of the beneficial effects of low to moderate fever in the medical and scientific literature. The management of infant fever by parents will be directed by their beliefs, sources of information, and knowledge about the subject. Conclusions: exacerbated fear generates anxiety and concerns in parents and/or caregivers, is associated with their conceptions, and directs their conducts and fever management practices. The fever phobia persists and parents/ caregivers demonstrate feelings of insecurity to take care of a febrile child.
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