Resumo: O presente artigo, em uma abordagem ensaística, tem como objetivo analisar efeitos psicossociais na constituição de modos de subjetivação e em famílias a partir da emergência daquilo que vem sendo nomeado de a "nova classe média brasileira". Para isto, primeiramente foi feita revisão bibliográfica de como a sociologia, economia e antropologia vem conceituando e caracterizando esta nova classe social, considerando que não há estudos acerca desse tema na Psicologia. A partir do diálogo com fontes midiáticas, buscou-se pensar como vem sendo operada a construção de um "estilo de vida" marcado pela tentativa de planejamento do futuro, consumo e meritocracia. Tais características mostram-se importantes formas de aproximação com a classe média tradicional. Por fim, buscou-se entender como famílias vêm vivenciando tais mudanças em seu cotidiano, organização e relações. Palavras-chaves: nova classe média, famílias, subjetividade. 52 IntroduçãoNa década que se inicia, com a diminuição da pobreza no Brasil, sobretudo durante os governos de Lula, muito se tem falado sobre a emergência de uma "nova classe média" brasileira (Neri, 2010;Pochmann, 2012). Povoando a mídia em recentes novelas televisivas e sendo alvo de um mercado especializado, essa "nova classe mé-dia" seria um dos principais efeitos da diminuição da desigualdade de renda no Brasil e, ambivalentemente, a causa e o resultado de profundas mudanças em nosso país. 1 Este artigo procura dar continuidade às reflexões feitas a partir de questões enunciadas no seminário "A 'nova classe média': famílias em mudança?", organizado pelo Laboratório de Estudos da Família, Relações de Gênero e Sexualidade (LEFAM) do Departamento de Psicologia Social e do Trabalho do Instituto de Psicologia da USP, realizado em agosto de 2013. Agora, busca-se compreender de que forma as mudanças econômicas, sociais e políticas impactam as dinâmicas familiares e também a produção de novas subjetividades; busca-se apreender como tais mudanças vêm acionando (novos) modos de subjetivação, que impactariam a vida das pessoas e de famílias, nas maneiras de se compreenderem, organizarem e se relacionarem. Em uma abordagem ensaística, será conceituado e problematizado o que vem se chamando de "nova classe mé-dia", que trará importantes subsídios para apontarmos efeitos em modos de subjetivação contemporâneos em diferentes aspectos. Estamos lastreados pela ideia de que classe, como categoria sociológica, é um atravessamento fundamental para a compreensão das relações sociais cotidianas, estando presente em diferentes experiências da vida social: nas distribuições de recursos, nas experiências subjetivas, nas identidades coletivas, no lugar onde se mora, nas possibilidades de saúde, nas formas culturais, nos sistemas de significação. As diferenças de classe não apenas sedimentam e estruturam as desigualdades materiais, mas também simbó-licas e culturais. Assim, a compreensão do fenômeno brasileiro chamado de "nova classe média" se torna intensamente relevante para a nossa Psicologia Social, já ...
Mandelbaum, por sua carinhosa e rigorosa presença na árdua tarefa de pensar. Uma boa orientadora não orienta apenas ideias e os rumos que elas tomam no papel; orienta jeitos de pensar e de habitar a academia, a pesquisa, a profissão. A vida. E sempre com brilhantismo, franqueza, generosidade e com um modo parceiro que me faz querer continuar sempre por perto. Às Profas. Dras. Aldaíza Sposati, Heliana Conde e Roberta Romagnoli, pelo coração grande que possuem e que tanto ajudou na construção deste trabalho. Por suas imensuráveis contribuições no exame de qualificação, por suas aulas, seus textos e suas ideias potentes, que tanto me acontecem e me fazem pensar. E repensar. E me alimentam, como foucaultiano apaixonado que sou, na tarefa de inventar encontros outros com famílias. À CAPES, pelo financiamento ofertado, que me possibilitou o ofício de pesquisador com mais tranquilidade. Ao Prof. Dr. Julio Groppa de Aquino e à Profa. Dra. Laura Camargo Macruz Feuerwerker, pela potência de seus pensamentos e aulas, produtores de tantas inquietações que atravessaram a construção deste trabalho. A Fernanda Buckeridge, pelos anos que se passam e que sempre nos deixam. Com risos, esquisitices, conversas acaloradas, uma amizade sincera e toda a felicidade de sermos pessoas difíceis. A Carolina Fantin e Simone Paggi, por tanto amor gratuito, que nos leva a rir da falta de escrúpulos da vida e das possibilidades de pegarmos nossas bolsas e nos levantarmos. Sempre que necessário. Sempre buscando passear devagar pelo mundo. De-va-gar. A Ana Ferri e Olivia Pavani, amigas-afilhadas queridas, que me jogam buquê, vão embora e me deixam com o coração aflito e voltam, que nos devolvem a capacidade de acreditar no amor e que lembram que sempre é possível pertencer. A André Pitol, amigo inesperado e de tantas horas. Amigo de olhar dos bons: que nem sempre se precisa dizer, mas que tanto diz, tanto questionao texto, a vida. A Fernanda Rodrigues, por termos podido estar juntos novamente, repartindo o próprio fato de existir. Com seus risos, lágrimas, indignações e silêncios.
Resumo Este relato de experiência apresenta a atuação do psicólogo em grupos multifamiliares realizados em um Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) com benefciários do Programa Bolsa Família (PBF), em descumprimento da condicionalidade da educação. Em uma abordagem breve e focal, foram formados grupos multifamiliares, compostos por a 10 e 15 responsáveis pelo cadastro da família - sobretudo as mães. No grupo era abordado e problematizado o entendimento das mães para o que vinha acontecendo para que seus flhos faltassem à escola. Buscando uma relação horizontal, as mães eram convidadas a expressarem suas hipóteses, refletindo sobre elas e sobre as possibilidades de enfrentamento. Considera-se que a Psicologia Escolar fornece importantes subsídios para que se desenvolvam formas de atendimento que superem a costumeira culpabilização das famílias pobres pelas difculdades que vivem, buscando a produção dessas em contextos necessariamente mais amplos.
Agradeço primeiramente à minha orientadora, professora Marie Claire Sekkel, pela aposta e confiança nesses longos três anos. Sua companhia, tranquilidade, gentileza e disponibilidade no inquietante exercício de criação de novos pensamentos foram de tamanha preciosidade nesse percurso. Ao professor Julio Groppa Aquino, pela generosidade de seus golpes sempre certeiros, capazes de nos tirar o chão e nos fazer estrangeiros dentro da gente. Agradeço também pelo título-presente deste trabalho. À professora Adriana Marcondes Machado, que me ensinou o ofício de psicólogo e me apresentou o inquietante pensamento foucaultiano. Alguém que desde sempre me inspira e me traz potência. Ao professor Luiz Fuganti, pela intensidade das segundas-feiras à noite. Intensidade que atravessa todo este trabalho. A Gê Eisenlohr, maiga querida, que não se cansa de me fazer acreditar no quanto é possível. Agradeço o carinho, as risadas, lágrimas, lições, passeios pela Paulista que nos damos com tanta intensidade. A Nayara Romero e Fernanda Buckeridge, amigas queridas de tantas histórias, com quem venho compartilhando alegrias, dores, angústias, medos, não apenas do mestrado, mas de toda a tarefa de inventarmos uma vida a se viver. Às queridas amigas do Taboão, Carol Vieira, Carol Fantin, Gigliana Lima, Margarida Simone, Simone Paggi e Zorah Castanho, por tantos encontros e parcerias que ultrapassaram as durezas de nosso trabalho.
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