Foram avaliados os potenciais impactos ambientais associados a diferentes argamassas de terra sem e com estabilizantes químicos (cal hidratada e cimento Portland) e tais impactos foram comparados com aqueles apresentados pelas argamassas convencionais de cimento, cal e areia. Foi utilizada a metodologia de Avaliação do Ciclo de Vida (ACV), com o escopo do berço ao túmulo. Foram avaliadas quatro categorias de dano: Mudanças Climáticas, Saúde Humana, Qualidade dos Ecossistemas e Depleção de Recursos foram avaliadas. Os ligantes químicos constituíram os insumos mais impactantes para a produção de argamassas de terra estabilizada, quando a ênfase foi o desempenho ambiental. A vida útil do revestimento e o transporte da terra influenciaram significativamente as categorias de Saúde Humana e Qualidade do Ecossistema. Os revestimentos de terra, mesmo quando estabilizados, podem ter ganhos ambientais de até 80% para a categoria de Mudanças Climáticas, caso tenham a mesma vida útil que revestimentos convencionais. Portanto, esses revestimentos baseados em terra crua podem constituir uma alternativa com grande potencial ambiental para mitigação dos impactos associados aos revestimentos comumente aplicados nas edificações. Ressalta-se, entretanto, a necessidade de serem adequadamente especificados na etapa de projeto, assim como de utilizarem, sempre que possível, a terra disponível localmente.
A Avaliação do Ciclo de Vida (ACV) tem sido muito difundida no meio acadêmico e em alguns setores industriais, inclusive na indústria da Arquitetura, Engenharia e Construção (AEC). Nessa ótica, ela pode ser vista como uma nova disciplina da prática projetual, mas ainda com necessidade de ser adaptada ao processo de projeto típico do mercado. Esta pesquisa teve o objetivo de traçar diretrizes para a difusão da ACV para a prática de mercado. Primeiramente, realizou-se uma pesquisa bibliográfica para a identificação de diferentes ferramentas computacionais e os processos realizados na literatura. Posteriormente, foi realizada avaliação dos custos das licenças com os fornecedores do mercado. Verificou-se que as fases iniciais projeto são as mais adequadas para a inserção da ACV no processo. Quando os custos são avaliados percebeu-se que o caminho mais viável tende a se dar com uso de ferramentas de forma integrada ao BIM, de preferência com o uso de plugins. A presente pesquisa traz como principal contribuição o fato de ser mais orientada à prática profissional na indústria da AEC, fortalecendo assim a maior difusão da ACV, e, consequentemente, uma melhor gestão dos impactos ambientais no ciclo de vida de edificações.
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