Foram avaliados os potenciais impactos ambientais associados a diferentes argamassas de terra sem e com estabilizantes químicos (cal hidratada e cimento Portland) e tais impactos foram comparados com aqueles apresentados pelas argamassas convencionais de cimento, cal e areia. Foi utilizada a metodologia de Avaliação do Ciclo de Vida (ACV), com o escopo do berço ao túmulo. Foram avaliadas quatro categorias de dano: Mudanças Climáticas, Saúde Humana, Qualidade dos Ecossistemas e Depleção de Recursos foram avaliadas. Os ligantes químicos constituíram os insumos mais impactantes para a produção de argamassas de terra estabilizada, quando a ênfase foi o desempenho ambiental. A vida útil do revestimento e o transporte da terra influenciaram significativamente as categorias de Saúde Humana e Qualidade do Ecossistema. Os revestimentos de terra, mesmo quando estabilizados, podem ter ganhos ambientais de até 80% para a categoria de Mudanças Climáticas, caso tenham a mesma vida útil que revestimentos convencionais. Portanto, esses revestimentos baseados em terra crua podem constituir uma alternativa com grande potencial ambiental para mitigação dos impactos associados aos revestimentos comumente aplicados nas edificações. Ressalta-se, entretanto, a necessidade de serem adequadamente especificados na etapa de projeto, assim como de utilizarem, sempre que possível, a terra disponível localmente.

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Biomaterials and raw earth have demonstrated a promising potential for improving various thermal properties of plastering mortars used in buildings. The objective of this research was the evaluation of the thermal-energy performances and life cycle greenhouse gas (GHG) emissions of different mixtures of engineered, bio-based earth mortars composed of bamboo particles, earth, and different cementitious materials. Four mixtures were assessed: mortars without bamboo particles (matrix), and mortars containing 3%, 6%, or 9% of bamboo particles by volume. The bulk density and thermal conductivity values obtained for the matrix and mortars with the highest percentage of bamboo particles (9%) were 1704.13 and 1471.80 kg/m3, and 0.62 and 0.43 W/M·K, respectively. Based on experimental results, thermal-energy simulations were carried out using a social housing project as a case study. The simulations evaluated different climate conditions and applied life cycle GHG emissions assessment methodology. Compared with typical cement and lime plastering mortars, the proposed bio-based earth mortars presented a superior thermal-energy performance and lower GHG emissions, particularly the 9% bamboo particles mixture. GHG emissions reached a maximum decrease of 28%. The main scientific contribution of this research is the presentation of an engineered, bio-based earth mortar that can be manufactured using local raw materials available in most developing countries with significant housing demands. The method used, based on experimental research, thermal-energy analysis, and life cycle GHG emissions, may be used for evaluating other innovative materials. It was verified that even with thin plastering in buildings, it is possible to achieve energy efficiency gains and to reduce GHG emissions.

Este trabalho teve como objetivo avaliar potenciais impactos ambientais no ciclo de vida da técnica construtiva taipa de pilão, considerando diferentes configurações normalmente verificadas no Brasil.  Foram avaliados três teores de cimento Portland: 5%, 10% e 15% (em massa). A metodologia de Avaliação do Ciclo de Vida (ACV) foi empregada, sendo consideradas as etapas de produção e transporte dos materiais constituintes, construção e fim de vida da taipa. As diferentes configurações dos sistemas de taipa de pilão foram comparadas com alvenaria de blocos cerâmicos estruturais, de blocos de concreto estruturais e parede de concreto moldada no local. Os resultados mostraram que a taipa de pilão é mais vantajosa principalmente quando os critérios de capacidade térmica e Índice de redução sonora ponderado são utilizados na escolha da unidade funcional. A produção do cimento e da forma de madeira foram os itens que mais influenciaram nos impactos ambientais no ciclo de vida da taipa de pilão. Ao final, foi possível obter os potenciais impactos ambientais do ciclo de vida dessa técnica construtiva parametrizados pela espessura da parede e teor de cimento, sendo apresentadas equações obtidas via regressão. Foram também propostas recomendações para melhoria ambiental da taipa de pilão no Brasil.

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