A taipa de pilão é uma técnica construtiva em terra introduzida no Brasil durante a colonização, com relevante presença no território. Porém a técnica perdeu espaço para sistemas construtivos modernos ao longo do século XIX, processo ao longo do qual chegou perto de desaparecer. Entretanto, observa-se nas últimas décadas um movimento de revalorização da terra como material construtivo e um consequente resgate da taipa de pilão. Neste contexto, o presente artigo faz uma análise da trajetória técnica da taipa de pilão a partir de uma perspectiva evolucionária dos sistemas tecnológicos, abordagem proposta por Richard Nelson e Sidney Winter em 1982. A partir de uma discussão teórica fundamentada em pesquisa bibliográfica, esta pesquisa procura entender a taipa de pilão como uma espécie tecnológica em processo de competição na construção civil no Brasil, que tem sobrevivido graças a estratégias de adaptação ao meio. Neste sentido, propõe-se uma análise das principais características ao longo de sua evolução, bem como das inovações tecnológicas que foram determinantes para sua sobrevivência. Conclui-se que os conceitos das teorias evolucionárias trazem uma contribuição relevante para entender o caráter dinâmico das inovações tecnológicas assim como para a compreensão dos usos da taipa de pilão ao longo do tempo no Brasil.