Resumo Trata-se de estudo visando caracterizar a socioeconomia dos pescadores de sururu na Lagoa Mundaú; e diagnosticar suas percepções sobre saúde. Para isto, foram entrevistados 39 pescadores utilizando-se um questionário semi-estruturado. Sexo masculino, baixa escolaridade e renda máxima de um salário mínimo são características da maior parte destes pescadores. Cerca de 50% habitam residências improvisadas e sem saneamento básico (61,54%) e mais de 67% já se afastou do trabalho por doença ou acidente. Constatou-se que a pesca do sururu tem seus fatores de risco e agravos à saúde acentuados pela ação antrópica sobre o ambiente lagunar e pela ineficiência atemporal do Estado em agir no ordenamento do espaço urbano e na implementação do saneamento básico.
Foram entrevistados 104 e 105 consumidores de peixes nas feiras livres de Penedo (PEN) e Porto Real do Colégio (PRC), Alagoas. Dentre aqueles que afirmaram a preferência pela curimatã-pacu (16 e 27 consumidores), houve uma entrevista para a caracterização socioeconômica e de suas preferências de aquisição e consumo. Homens conformaram a maioria dos entrevistados nas duas cidades, sendo as médias de idade 47,64 e 54,64 anos. Baixas escolaridade e renda familiar foram características comuns. Em ambas as localidades, as carnes preferidas indicadas foram bovinos (47,06% e 48,00%) e peixes (29,41% e 36,00%). Dentre os consumidores que declararam ser a curimatã-pacu a sua espécie predileta, a frequência de consumo de peixes era alta, sendo que 64,71% em PEN e 76,00% em PRC declararam que consumiam mais de uma vez por semana. Além das curimatãs-pacu, as outras espécies mais citadas como preferidas foram: tambaqui, piaus e tilápia do Nilo (36,36%; 36,36% e 18,18% em PEN; 26,32%; 42,11% e 21,05% em PRC). A maioria que declarou preferir consumir a espécie, afirmou a preferência por sua compra ainda viva ou inteiras frescas, vindo a considerar R$ 6,90 e R$ 6,46 os valores justos pelo quilograma de peixes e as quantias de R$ 8,37 e R$ 8,25 como os preços justos para as curimatãs-pacu, em PEN e PRC, respectivamente. Sendo a espécie nativa preferida nas duas cidades e o mais importante recurso íctico explotado na região, uma maior atenção deve ser dada ao processo de comercialização com vistas a possibilitar a conservação da curimatã-pacu.
A diagnosis was made on the fishing, processing, commercialization and generation of residues of the sururu fishery in Mundaú lagoon, Maceió-AL. Thirty nine fishermen were interviewed and also incursions were made for observations. Furthermore, sururus were collected to perform biometry. Residue of the sururu processing was collected to the fabrication of sururu waste meal (SWM), posteriorilly its bromatological composition was analysed. Fishermens of sururus fish 4.56 times week-1 and each fishing excursion lasts 5h26min, yielding 18.61 cans (18.61 to 37.22 kg soft tissue). Besides the sururus, 77.92% also catch fish, shrimp, and other organisms to complement the income. Average selling price was R$ 6.92 per kg of edible and CPUE from 3.42 to 6.85kg edible day-1. The average size and weight are 33.21 mm and 1.62 g, with 782.53 g of waste being generated to produce 1.0 kg of meat. SWM contained 37.00% calcium. It was verified that there is a need to create a management plan capable of reducing environmental impact in the lagoon, implement fishing programs and waste management, as well as improve the structure for the processing of that mollusc. Studies of the use of SWM as a source of calcium in diets are also recommended.
Analisa a introdução das teorias raciais no Brasil e seu acolhimento por intelectuais brasileiros, na virada do século XIX para o XX. Discute a mestiçagem, o racismo e as políticas de branqueamento com base nos romances O cortiço (1890), de Aluísio Azevedo, e Canaã (1902), de Graça Aranha, por considerá-los testemunhas da mentalidade da época. Examina, por meio de análise histórica e literária, como a ficção representa esteticamente o Brasil e o dilema nacional.
& do o novo projeto transformado em decreto em 1832, que transformava as academias médico-cirúrgicas em faculdades de medicina. A Faculdade de Medicina da Bahia (Fameb), desde sua fundação, ainda como escola cirúrgica, está localizada no antigo Colégio dos Jesuítas, hoje parte integrante do centro histórico de Salvador. O Colégio dos Jesuítas, antes propriedade da Companhia de Jesus, passou para as mãos da Ordem Secular com a expulsão dos jesuítas do Brasil no final do século XVIII. Já detentora de propriedades localizadas no entorno do colégio, a exemplo da Igreja da Sé e do Palácio Episcopal, a Ordem Secular ampliou seu patrimônio, vindo a ceder o colégio para a edificação da escola cirúrgi-ca, por determinação real (5). Pensando as fases pelas quais passou a Fameb, a partir das reformas sofridas, pode-se dividir sua história em quatro etapas: a primeira com sua inauguração em 1808; a segunda com a reforma de 1815, quando deixou de ser escola cirúr-gica para se tornar academia médico-cirúrgica; a terceira em 1832 quando passou a ser faculdade de medicina e, por último, em 1946 quando passou a integrar a hoje Universidade Federal da Bahia (UFBA). Como afiança Jacobina (4), na segunda fase é registrada a matrícula de estudantes da primeira fase, ou seja, a reforma de 1815 e suas mudanças fizeram com que alunos de medicina ingressos na primeira fase se rematriculassem, devido às precárias condições de estudo de até então. As melhorias ocorridas com essa reforma foram significativas, porém o curso continuava a ser ofertado em condições precárias. A falta de laboratórios, ou quando existentes, deficientes, impediam o ensino prático por parte dos lentes, fazendo com que o ensino fosse eminentemente teórico. Os estudos de anatomia descritiva se ressentiam de cadáveres ABANDONO, ESQUECIMENTO E RESSURGIMENTO DA PRIMEIRA BIBLIOTECA DE MEDICINA DO BRASIL Luana Tieko Omena Tamano Daniel de Magalhães AraujoImpedida de fundar instituições de ensino superior por 300 anos, a colônia brasileira sofria com a carência de especialistas, como médicos por exemplo. As atividades médicas eram, então, absorvidas por curandeiros, barbeiros, sangradores (1) e outros. Nesse período, como afiança Figueiredo (2), a divisão e, por sua vez, a hierarquia se dava da seguinte forma: médicos, cirurgiões e boticários, cada qual com sua atividade específica. Ao primeiro, caberia medicar; ao segundo, intervir no corpo doente; e, ao terceiro, manipular os medicamentos. Com a vinda da corte portuguesa ao Brasil, em 1808, foi criada a primeira escola cirúrgica, localizada na Bahia, que, em 1813, veio a se tornar academia médico-cirúrgica. Com essa mudança, houve uma maior institucionalização dos cursos médicos, com a reforma e ampliação do programa, bem como a implantação de novas regras, como salienta Lilia Schwarcz (3). Em 1815, ocorreu a primeira reforma do curso, que passou a ter cinco anos de duração ao invés de quatro e mais duas cadeiras, passando de três para cinco (3;4). Ainda segundo a historiadora, em 1829, foi fundada a Sociedade de Medici...
Resumo Analisa-se como a higiene mental se tornou pauta central no debate acerca do desenvolvimento nacional (anos 1920 e 1930), detendo-se nos trabalhos desenvolvidos pela Clínica de Eufrenia (1931), criada pela Liga Brasileira de Higiene Mental, e pelo Serviço de Ortofrenia e Higiene Mental (1934), edificado na reforma Anísio Teixeira, ambos situados na cidade do Rio de Janeiro. Ainda que com abordagens distintas, trabalharam a criança como lócus para a intervenção e construção do brasileiro do futuro: forte, saudável e produtivo. As análises foram alicerçadas em alguns casos clínicos realizados pelas instituições; nos escritos de seus diretores (os médicos Mirandolino Caldas e Arthur Ramos); e nos Arquivos Brasileiros de Higiene Mental.
A Liga Brasileira de Higiene Mental foi uma agremiação de significativa importância nacional criada em 1923, no Rio de Janeiro. A maioria dos seus membros eram médicos dedicados ao estudo de diversos assuntos que faziam parte do escopo da Liga: raça, doenças mentais, maternidade, eugenia, alcoolismo etc. Suas opiniões e posicionamentos eram desenvolvidos por meio de reuniões, conferências e publicações nos jornais nacionais - com destaque para os Arquivos Brasileiros de Higiene Mental, sua revista oficial. Um dos temas mais discutidos entre os seus integrantes foi o álcool e o alcoolismo, que contava com uma seção específica naquele periódico. O presente artigo busca refletir acerca do posicionamento da Liga com relação a esse assunto, tomando como fonte os materiais publicados nos Arquivos.
RESUMO Com este artigo, almeja-se analisar como a família foi incluída nos trabalhos desenvolvidos pelo Serviço de Ortofrenia e Higiene Mental (SOHM), edificado na reforma educacional empreendida por Anísio Teixeira em 1934. A família é a base deste trabalho cuja abordagem está ancorada na linha da história política. Tanto a instituição familiar quanto a educação estavam articuladas e serviam ao Estado, que entendia a primeira como fundamentadora de sua ideologia na condição de família-nação. Ao mesmo tempo, compreendia a educação como via para a compleição do brasileiro ajustado, hígido, trabalhador, com princípios coletivos e cívicos, sobremaneira, um indivíduo de família. Todavia, aqui buscamos destacar o protagonismo das famílias investigadas pelo SOHM que, diante de suas imposições a respeito da maneira como deveriam educar seus filhos, criaram estratégias e negociações nessa relação de força estabelecida entre ambos. A investigação proposta está fundamentada nos escritos de Arthur Ramos, diretor do Serviço, relacionados ao trabalho executado naquela instituição, na análise de algumas fichas ortofrênicas e na bibliografia referente ao tema.
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