Resumo: O presente artigo investiga o modo como é retratada a violência perpetrada contra as vilãs de telenovelas brasileiras, por seus pais, maridos e amantes. Questiona se as cenas nas quais essas mulheres são agredidas estão inseridas em um contexto no qual tal violência é declarada e questionada, ou se elas aparecem destituídas de qualquer indagação sobre o fato de se representar um homem batendo em uma mulher. Foram selecionadas nove novelas para análise, exibidas entre os anos 2000 a 2017, sendo todas “novelas das oito” apresentadas no horário nobre (21 horas). Ao final do percurso, buscou-se evidenciar um regime de representação que nega a violência de gênero inerente a essas imagens e suas possíveis consequências.
Resumo Embasado no argumento de que a violência é constitutiva das relações de gênero no Brasil (Saffioti 1994), o presente artigo retoma as estatísticas sobre agressões contra mulheres (demonstrando a persistente presença desse fenômeno) e a crescente importância da temática em telenovelas brasileiras dos últimos 18 anos para questionar quais imagens e imaginários acerca dessas violações circulam no cotidiano do país. Ao se construir a partir do diálogo entre conjuntura e representações do melodrama televisivo, este texto se associa a uma abordagem sociocultural da mídia de inspiração antropológica, desdobrando-se em uma reflexão que aponta marcos de inteligibilidade que definem quais mulheres podem (e em muitos casos devem) apanhar. A relativização e a naturalização de diversas formas de desrespeitos e injúrias encontram-se tanto no interior das narrativas ficcionais quanto no contexto nacional.
Este artigo trata da demanda pela regulamentação da prostituição, buscando compreender como ela extrapola as dimensões legal e institucional de obtenção de direitos e se direciona a uma discussão sobre justiça. O estudo focou-se em dez associações brasileiras de prostitutas e foi produzido em duas etapas: a) análise das postagens em redes sociais e sites das associações sobre suas reivindicações; b) realização de entrevistas semiestruturadas. Ao final, percebeu-se três pilares fundamentais para elaborar uma noção de justiça que inclua as trabalhadoras do sexo: a) paridade de participação nas interações sociais e políticas, somada à possibilidade de auferir representação política; b) revisão de padrões injustos de reconhecimento, possibilitando que essas mulheres sejam dignas de estima social e alcancem autorrealização e autoestima; c) transformação dos próprios marcos que regem relações de reconhecimento, responsáveis por ampliar a precariedade da prostituição.
Resumo O presente texto busca delinear o processo de midiatização dos mercados do sexo e as consequentes transformações nos serviços oferecidos. É realizada uma remissão aos desenvolvimentos de diferentes atividades dentro dos comércios sexuais, enfocando nas alterações ocorridas a partir do advento de uma diversidade de dispositivos midiáticos. Apontam-se também quatro traços distintivos do meta-processo: a) proliferação de novos ramos eróticos comerciais; b) aparecimento de outras formas de agenciamento; c) aumento dos trânsitos entre as diversas atividades; d) surgimento de novas estratégias de distinção dos trabalhos.
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