<p><span>A especialização em Gênero e Diversidade na Escola - GDE foi uma política pública dos governos da Frente Popular (2002-2016) voltada à prevenção de violências e ao exercício de uma sociabilidade baseada no combate a hierarquias de gênero e no respeito à diversidade, com ênfase específica nos espaços escolares, na prevenção a violências contra as mulheres e nas diversidades étnico-raciais e de gênero. No presente artigo, analisamos os impactos da terceira edição do curso na UFSC (2015-2017) nas trajetórias profissionais e pessoais de egressas e egressos. A pesquisa faz parte da dissertação de mestrado intitulada “O GDE mudou a minha vida”, defendida em 2020. Realizada através de diversas metodologias de pesquisa (entrevistas, levantamento de dados de arquivos, grupos focais, levantamento de suas produções ao fim do curso) e de análise (redes sociais, redes semânticas, temas dos TCCs) e partindo de pressupostos da teoria antropológica, com ênfase nos conceitos de subjetividade e redes sociais, buscamos refletir sobre as apropriações e interpretações que foram feitas pelas cursistas a respeito dos conceitos trabalhados no curso e em suas vidas profissionais e pessoais. Identificamos que houve um impacto significativo em suas práticas profissionais e em situações de violência com as quais se deparam em sala de aula e no ambiente escolar, viabilizando ações bem-sucedidas na solução desses conflitos e no encaminhamento de situações de violência e abuso identificadas no ambiente escolar.</span></p>
<p><span>Durante os anos de 2002 a 2016, houve um momento político ímpar no que diz respeito à formulação e à execução de políticas públicas de gênero e diversidade no campo da Educação. Essas políticas voltadas à diversidade e orientadas pelo debate sobre direitos humanos tinham como objetivo estruturante o combate às desigualdades e propiciaram a implementação do Projeto de Extensão Papo Sério. O projeto foi desenvolvido pelo Núcleo de Identidades de Gênero e Subjetividades, da Universidade Federal de Santa Catarina, entre os anos de 2007 e 2015, e tinha como finalidade promover debates sobre gênero e diversidade nas escolas da Grande Florianópolis/SC. Uma das principais atividades realizadas eram as oficinas nas escolas, as quais seguem sendo desenvolvidas pelo mesmo núcleo. Por conseguinte, o presente trabalho busca comparar a receptividade das estudantes nessas experiências formativas em relação ao tema, bem como os impactos da realização dessas oficinas na trajetória profissional e pessoal das egressas da equipe que ministraram tais encontros. A metodologia utilizada foi a etnografia em documentos, através da análise documental dos materiais elaborados ao longo dos anos; a observação participante das oficinas realizadas no ano de 2019, bem como a análise das entrevistas com as egressas da equipe sobre sua participação no projeto. Portanto o presente trabalho evidencia o impacto de discussões sobre gênero na subjetividade e na experiência de vida das extensionistas e das estudantes da educação básica.</span></p>
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