Graças às políticas de ações afirmativas com reserva de vagas nas universidades públicas brasileiras vivemos atualmente um período de visibilidade de negros/as, indígenas, pessoas de baixa renda, quilombolas, populações LGBTT+, dentre outras. Essas presenças diversas no contexto universitário nos convidam ao exercício reflexivo sobre o ser/fazer universidade. Ao concluir nossas formações em nível superior, nos encontramos nas lutas cotidianas de buscar oportunidades profissionais que abarquem esses/as sujeitos/as em um sistema capital que continua estruturado por várias perspectivas opressivas, como o racismo e o sexismo. Assim, a partir das propostas teóricas de Alberto Guerreiro Ramos sobre a relação entre o negro-tema e o negro-vida e do amor como prática de liberdade de bell hooks, este artigo pretende tecer algumas grafias de re-existências diante da participação de uma antropóloga negra em concursos públicos para o cargo de magistério superior em universidade pública do sul do Brasil.
Em dez anos (2008-2018) de implantação das políticas afirmativas na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), o objetivo deste artigo é refletir sobre o impacto das ações coordenadas pela Secretaria de Ações Afirmativas e Diversidades da UFSC, no período de 2016 a 2018. A metodologia consiste no aproveitamento das formações e revisões bibliográficas sobre o tema, realização de entrevistas com gestores/as da SAAD/UFSC, mapeamento de notícias sobre as ações afirmativas desta universidade e pesquisa de trabalhos científicos produzidos por estudantes ingressos/as por ações afirmativas. O artigo aborda de que forma essas políticas promovem diversidades em termos de presenças que afetam a estrutura universitária, permeada pelos efeitos da colonização proposta para essa região do país e visibiliza a necessidade de repensar a universidade em seu tripé constitutivo de ensino, pesquisa e extensão, através do princípio normativo de diversidades.
<p><span>Durante os anos de 2002 a 2016, houve um momento político ímpar no que diz respeito à formulação e à execução de políticas públicas de gênero e diversidade no campo da Educação. Essas políticas voltadas à diversidade e orientadas pelo debate sobre direitos humanos tinham como objetivo estruturante o combate às desigualdades e propiciaram a implementação do Projeto de Extensão Papo Sério. O projeto foi desenvolvido pelo Núcleo de Identidades de Gênero e Subjetividades, da Universidade Federal de Santa Catarina, entre os anos de 2007 e 2015, e tinha como finalidade promover debates sobre gênero e diversidade nas escolas da Grande Florianópolis/SC. Uma das principais atividades realizadas eram as oficinas nas escolas, as quais seguem sendo desenvolvidas pelo mesmo núcleo. Por conseguinte, o presente trabalho busca comparar a receptividade das estudantes nessas experiências formativas em relação ao tema, bem como os impactos da realização dessas oficinas na trajetória profissional e pessoal das egressas da equipe que ministraram tais encontros. A metodologia utilizada foi a etnografia em documentos, através da análise documental dos materiais elaborados ao longo dos anos; a observação participante das oficinas realizadas no ano de 2019, bem como a análise das entrevistas com as egressas da equipe sobre sua participação no projeto. Portanto o presente trabalho evidencia o impacto de discussões sobre gênero na subjetividade e na experiência de vida das extensionistas e das estudantes da educação básica.</span></p>
<p><span>Este dossiê tem por objetivo apresentar resultados do projeto <em>Direitos Humanos, Antropologia, Educação: experiências de formação em Gênero e Diversidades</em>, financiado pelo Edital 38/2017 - Educação em Direitos Humanos da CAPES em parceria com a Secretaria de Alfabetização, Diversidade e Inclusão (SECADI) do Ministério da Educação (MEC), extinta no governo Bolsonaro, em 2019.</span></p>
Este artigo tem como objetivo apresentar uma análise da performance Mil Litros de Preto de Lucimélia Romão a fim de problematizar a relação entre performance, raça e logo apresentar as possibilidades de uma estética dentro de uma perspectiva decolonial. Será debatido ainda o conceito de corpo e a relação com a memória e a diáspora africana. Considerando, portanto, a história do teatro fundamentada numa lógica hegemônica, será problematizado as dimensões de raça e colonialidade no campo artístico.
scite is a Brooklyn-based organization that helps researchers better discover and understand research articles through Smart Citations–citations that display the context of the citation and describe whether the article provides supporting or contrasting evidence. scite is used by students and researchers from around the world and is funded in part by the National Science Foundation and the National Institute on Drug Abuse of the National Institutes of Health.