A transição do Ensino Secundário para o Ensino Superior confronta os jovens com inúmeros desafios. A par das mudanças desenvolvimentais operadas no final da adolescência e no início da vida adulta, o ingresso no Ensino Superior confronta, ainda, os jovens com uma série de outros desafios que implicam, muitas vezes, e pela primeira vez, o sair de casa, a separação da família e dos amigos, o confronto com um meio, para a grande maioria, totalmente desconhecido, o tornar-se autónomo, decidir quem se é e o que se quer fazer da vida
Neste artigo apresentamos o processo de construção e de validação da Escala de Integração Social no Ensino Superior (EISES). Este processo conduziu ao teste de duas estruturas factoriais hipotéticas (bi e tridimensional; ambas hierárquicas) (LISREL8-SIMPLIS). Recorremos a estudantes universitários do 1.º ano da Universidade do Minho (amostragem de conveniência). Os dois estudos conduzidos, exploratório (N=142) e confirmatório (N=447), revelaram as dificuldades em operacionalizar duas dimensões de cariz mais estritamente institucional. As preocupações iniciais dos estudantes reportaram-se, principalmente, ao bem-estar pessoal e ao estabelecimento de novas relações, dimensões da satisfação consigo e com os outros (estrutura factorial bidimensional hierárquica). Estas dimensões e o equilíbrio emocional (estrutura factorial tridimensional hierárquica) representam as áreas problemáticas da integração social dos estudantes. Por último, discutimos a validade da EISES e a sua utilização na investigação e no aconselhamento junto dos estudantes.
Neste artigo apresentamos o teste de um modelo estrutural completo não-recursivo que representa a interacção entre o relacionamento com pares (RI), o equilíbrio emocional (EE) e o bem-estar pessoal (B-E) em estudantes do primeiro ano da Universidade do Minho (amostragem de conveniência). Os constructos foram operacionalizados através da Escala de Integração Social no Ensino Superior (EISES: Diniz & Almeida, 2005), a qual foi aplicada no primeiro semestre e no final do segundo semestre aos participantes voluntários no estudo (N=283). O teste de identidade do modelo (LISREL8-SIMPLIS) permitiu verificar ele era plausível para descrever o fenómeno em análise. Porém, a degradação da adequabilidade do ajustamento do modelo da primeira para a segunda avaliação remeteu para o facto das dimensões psicológicas avaliadas acabarem por sofrer alterações relevantes com a progressiva adaptação dos alunos ao Ensino Superior. Ocorreu uma mudança de processo revelada pelas alterações substantivas no modelo. Verificou-se que a importância inicial do RI é mitigada no final do segundo semestre, tornando-se o EE mais importante. Este resultado indica a desejabilidade de delineamento de estratégias diferenciadas de intervenção junto dos estudantes neste período de tempo.
ResumoContemporaneamente o ensino superior é considerado um contexto implicado na promoção da cidadania, além da formação acadêmica e profissional, em que a inclusão de pessoas com deficiência se torna questão de crescente importância. Neste artigo apresentamos os resultados de um estudo que teve como objetivo explorar as concepções de oito estudantes de uma universidade de Portugal sobre os desafios enfrentados ao experimentarem a inclusão nesse nível de ensino. A coleta de dados envolveu entrevistas semi-estruturadas individuais e questionário online, analisados de acordo com um sistema de categorização aberto. Os resultados informam que no ambiente da universidade há pouco conhecimento disponível sobre o tema da diversidade e da inclusão entre docentes e estudantes, em geral; os serviços institucionais de apoio aos estudantes com deficiência existentes carecem de eficácia em distintos aspectos. Desse modo, discute-se, a partir da experiência dos estudantes investigados, a necessidade de se promover uma cultura inclusiva que previna preconceito e favoreça a autonomia e a cidadania.Aponta-se a importância de estudos futuros que expandam o debate sobre inclusão no ensino superior.Palavras-chave: Ensino Superior; deficiências; inclusão. Inclusion of students with disabilities at the University: Study in a Portuguese university AbstractContemporaneously higher education is considered an implied context in promoting citizenship, as well as academic and professional, in which the inclusion of people with disabilities becomes increasingly important issue. This article presents the results of a study aimed to explore the concepts of eight students of a university in Portugal about the challenges they faced in trying to be part in the process of inclusion in this level of education.Data collection involved individual semi-structured interviews and online survey, analyzed according to an open system of categorization. The results report that the university environment has little knowledge available on the subject of diversity and inclusion between teachers and students in general; institutional support services for students with disabilities existing has a lack of efficacy in different aspects. Thus, it is argued, from the experience of the investigated students, the need to promote an inclusive culture that prevents prejudice and promotes the autonomy and citizenship. It points out the importance of future studies that expand the debate on inclusion in higher education.Keywords: Higher education; disabilities; inclusion. Inclusión de estudiantes con deficiencias en la universidad: Estudio en una universidad portuguesa ResumenEn la contemporaneidad la enseñanza superior es considerada un contexto implicado en la promoción de la ciudadanía, además de la formación académica el profesional, en que la inclusión de personas con deficiencia se vuelve cuestión de creciente importancia. En este artículo se presentan los resultados de un estudio que tuvo como objetivo explorar las concepciones de ocho estudiantes de una universi...
Apresentamos a validação do questionário Percepções do Ensino pelos Alunos (PEA), inspirado no Student’s Evaluation of Educational Quality (SEEQ; Marsh, 2001), tomando 41 962 questionários recolhidos no segundo semestre de 2003/04 na Universidade do Minho. A partir dos coeficientes de correlação entre os itens por dimensões do questionário, procedemos à redução de 33 para 23 itens. A estrutura factorial não replica os nove factores ou dimensões de Marsh (2001), embora se encontrem cinco factores de forma consistente: (i) qualidade ou valor das aprendizagens proporcionadas; (ii) aspectos sócio-relacionais do processo ensino/aprendizagem; (iii) características do próprio ensino e do currículo; (iv) considerações sobre a avaliação; e, (v) confronto pessoal do aluno com as características e as exigências da disciplina. Para uma análise mais fina dos dados, é possível agrupar os itens nas nove dimensões de Marsh: (i) Relevância da Aprendizagem; (ii) Empenhamento Docente; (iii) Organização/Clareza; (iv) Interacção da Turma; (v) Relação Docente/Aluno; (vi) Profundidade na Abordagem dos Assuntos; (vii) Avaliação/Classificações; (viii) Trabalhos/Leituras; e, (ix) Carga de Trabalho/Dificuldade da disciplina. Na generalidade das dimensões observou-se um efeito de interacção do ano curricular da disciplina e da tipologia de aula, verificando-se percepções mais positivas dos alunos em relação aos docentes de disciplinas dos últimos anos dos cursos e aos docentes das aulas práticas.
ResumoAs relações que os estudantes estabelecem com os pares são importantes para a aprendizagem e o desenvolvimento psicossocial e cognitivo. Diante disto, este estudo apresenta a construção e as evidências de validade da Escala de Interação com Pares para estudantes do ensino superior. Participaram da pesquisa 1070 universitários, com idade média de 23 anos (DP=6,5). A análise fatorial exploratória indicou uma estrutura multidimensional, composta pelos fatores: Interações Sociais, Interações Íntimas, Interações Acadêmicas pautadas no oferecimento de ajuda e Interações Acadêmicas com ênfase no recebimento de ajuda. A análise fatorial confirmatória destacou a adequação dos dados à estrutura fatorial (CFI=0,978; GFI=0,980; RMSEA=0,06). Os coeficientes de regressão dos itens junto aos fatores foram satisfatórios (0,55<ß<0,86) e os indicadores de consistência interna de cada fator são adequados (0,72< <0,85). Tais resultados sinalizam a existência de propriedades psicométricas aceitáveis e sugerem eficiência na utilização do instrumento. Palavras-chave: Estudante universitário, Universidade, Relações interpessoais, Construção de instrumento, Análise fatorial confirmatória. Pair Interaction Scale: construction and evidence of validity for higher education students AbstractThe relationships that students establish with pairs are important to their learning and to their psychosocial and cognitive development. In view of this, this study presents the construction and evidence of the validity of the Pair Interaction Scale for higher education students. 1070 university students with an average of 23 years of age (SD=6.5) participated in the research. The exploratory factor analysis indicated a multidimensional structure, composed of the factors: Social Interactions, Intimate Interactions, Academic Interactions related to offering help and Academic Interactions with emphasis on receiving help. The confirmatory factor analysis highlighted the suitability of the data to the factor structure (CFI=0.978; GFI=0.980; RMSEA=0.06). The regression coefficients of the items in relation to the factors were satisfactory (0.55<ß<0.86) and the indicators of internal consistency of each factor are suitable (0.72< <0.85). Such results signal the existence of acceptable psychometric parameters and efficiency in the utilization of the instrument is suggested. Keywords: University student, University, Interpersonal relationships, Instrument construction, Confirmatory factor analysis.A 1 vida do ser humano é caracterizada pelo convívio social, o qual é imprescindível para o seu processo de socialização, aprendizado e desenvolvimento (Vygotsky, 2007). A partir do convívio social e da participação em grupos é que se constrói a rede social do indivíduo. Rede social, de acordo com Sluzki (1997), representa o conjunto de todas as relações significativas que o indivíduo estabelece com os outros, sendo a família a primeira delas. Uma das principais funções da rede social é o fornecimento do apoio social (Zanini, Verolla-Moutra & Queiroz, 2009). Sab...
A Teoria da Atribuição de Causalidade representa um interessante corpo teórico para analisar como os alunos explicam as suas situações de sucesso e de insucesso escolar. Este artigo analisa se essas atribuições causais se diferenciam de acordo com o gênero e o ano escolar dos alunos. A amostra foi composta por 868 alunos do 5º ao 9º ano de escolaridade. A avaliação recorreu ao Questionário de Atribuições de Resultados Escolares, no qual os alunos ordenam seis causas possíveis (esforço, método de estudo, bases/conhecimentos, ajuda dos professores, sorte e capacidade) consoante a sua importância na explicação dos seus sucessos e dos seus insucessos escolares. Os resultados sugerem que os alunos, independentemente do sexo e do ano escolar, associam os seus resultados acadêmicos (sucesso e fracasso) ao esforço, surgindo ainda para explicar o insucesso a falta de métodos apropriados de estudo. À medida que se avança na escolaridade, as bases de conhecimentos surgem mais valorizadas na explicação do sucesso escolar. Por outro lado, os rapazes parecem recorrer mais à capacidade para explicar o seu sucesso, e as meninas mais ao esforço e às bases de conhecimentos. Na explicação do insucesso, a falta de esforço e de método de estudo surgem mais valorizados que a capacidade conforme se avança na escolaridade, o que parece proteger a auto-estima dos alunos.
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