ResumoEste artigo apresenta estudos realizados a partir do atendimento psicoterápico de base psicanalítica à mãe e à filha de uma família que têm a violência como principal elemento articulador de sua história. O homem contemporâneo, em sua busca incessante pela felicidade, vê-se impossibilitado de ter assegurada a satisfação plena de seus desejos, instalando um paradoxo. Essa análise possibilitou um olhar diferenciado sobre o sujeito contemporâneo e as estratégias deste para lidar com a questão do desamparo. A família apresentada ilustra como o vínculo se estabelece e se mantém através de um acordo inconsciente imposto ou mutuamente concluído. Trata-se de um conluio que possibilita a continuidade dos investimentos e dos benefícios ligados à subsistência do contrato narcísico. Os sujeitos, imbuídos da relação violenta, retratam que, ao tentar escapar do enfrentamento da violência fundamental, se lançam ao desamparo. Deste modo resta-lhes a destruição do outro como alternativa para afirmação da singularidade e alívio de sua tensão pulsional.Palavras-chave: violência; vínculo; subjetivação. ABSTRACTThis article presents achieved studies from a family's psychoanalytic psychotherapy whose main articulator element of its history is the violence. Modern man, in his relentless pursuit of happiness, finds himself unable to be assured of full satisfaction of their desires, installing a paradox. This analysis allowed to discover a different point of view about the contemporary subject and his strategies for dealing with this helplessness issue. The family presented in this study illustrates the way how the link is established and maintained through an unconscious agreement, which is imposed or mutually concluded. It is a collusion that enables continued investments and benefits related to subsistence of the narcissistic contract. Subjects, which are imbued with the violent relationship, portray that the subject is cast helpless to try to avoid facing the fundamental violence. That implies to the subject try to destroy the other as the alternative to assert their own singularity and relieving their pulsional tensions.
O presente estudo teve como objetivo compreender significados atribuídos por psicólogos hospitalares às relações entre profissionais de saúde de diferentes áreas em situações de comunicação de más notícias. Trata-se de um estudo qualitativo, cujos participantes foram 17 psicólogos hospitalares que atuavam em hospitais-gerais públicos brasileiros. O número de participantes foi determinado com base no critério de saturação. A coleta de dados foi desenvolvida a partir da realização de uma entrevista semidirigida e audiogravada com cada participante. As transcrições das audiogravações foram submetidas à análise de conteúdo. Verificou-se que os significados que os participantes atribuíram às relações que profissionais de saúde de diferentes áreas estabelecem entre si em situações de comunicação de más notícias se ancoraram em um parâmetro temporal, em torno do qual foram demarcadas responsabilidades específicas que estimulam distanciamentos e dificultam aproximações, sobretudo entre médicos e psicólogos hospitalares. Ademais, alguns participantes valorizaram o trabalho colaborativo, mas não sua materialização por meio da integração prática de saberes especializados. O presente estudo permite a circunscrição de entraves à interdependência que somente poderão ser superados se todos os profissionais de saúde encararem o sofrimento psíquico desencadeado nas situações de comunicação de más notícias como uma urgência subjetiva.
O Projeto Menino Passarinho foi desenvolvido em parceria com a Pró-reitoria de Extensão, Cultura e Assuntos Estudantis (PROEX), da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), e a ONG Estação Vida. O trabalho foi realizado através da interface entre a Psicologia Clínica, a Comunitária e a Educação. O projeto, que objetivou o cuidado e a atenção direcionados à infância, foi realizado no Bairro Shopping Park, onde as crianças estão sujeitas a várias condições de risco. Foram realizados dezesseis encontros com quatro grupos de, aproximadamente, oito crianças, com idades entre 6 e 9 anos. Nos encontros semanais, foram coordenadas oficinas com temas disparadores. Contamos com a criação de um espaço lúdico em que as crianças tinham oportunidade de brincar e se relacionar em grupo, desenvolvendo o reconhecimento do outro e o respeito pelas diferenças. A técnica principal de intervenção foi o diálogo e a escuta ativa. Concluímos que, a partir do trabalho, as crianças desenvolveram uma identidade grupal que proporcionou suporte emocional, uma maior organização afetiva em relação a elas mesmas e aos outros. Por fim, compreendemos que a Psicologia Clínica Comunitária com crianças é um campo ainda pouco explorado e, em função disso, o caminho construído ao longo da prática proporcionou às crianças a reflexão da realidade, além de suporte para a construção do si mesmas.
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