A hidrografia consiste em uma ciência correlacionada a geografia física, que estuda todos os tipos e variações de corpos aquáticos. Para uma descrição coerente do fundo submerso, comumente utilizam-se embarcações tripuladas equipadas com sistemas de sondagem para a realização de um levantamento hidrográfico. Todavia, a dificuldade de acesso às áreas remotas, ou até mesmo a insegurança existente pelo fato de a localidade oferecer risco aos tripulantes fez com que o uso de veículos autônomos não tripulados se tornasse cada vez mais comum. Nessa conjuntura, sabe-se que os levantamentos hidrográficos conduzidos por essas plataformas, assim como qualquer outro tipo de levantamento, conterão incertezas que irão afetar diretamente os dados batimétricos. Diante disso, este artigo objetiva apresentar uma metodologia para avaliação teórica da Incerteza Propagada Total (IPT) de sistema de sondagem batimétrica embarcados em ASV's (Autonomous Surface Vessel), bem como validar o modelo teórico por meio da confrontação dos resultados obtidos com as incertezas amostrais adquiridas em um levantamento batimétrico realizado na Laguna da Jansen em São Luís-MA. Os resultados evidenciaram que o modelo de incertezas teórico é coerente com as incertezas amostrais obtidas.
O estudo do geoide está diretamente relacionado ao Nível Médio do Mar (NMM), uma vez que o mesmo corresponde à superfície equipotencial do NMM prolongada sobre os continentes sem perturbações. Devido à ausência e dificuldade nas informações gravimétricas em determinadas regiões, informações estas necessárias à determinação do geoide e de sistemas de altitude físicas, a técnica de Altimetria por Satélites (ALTSAT), permite a determinação das altitudes da superfície do mar, através das informações acerca do oceano. Porém, na referida técnica existem erros no processo de geração da massa de dados, sendo eles: geofísicos e eletromagnéticos. Neste trabalho, foram realizadas correções de efeitos geofísicos da ionosfera, troposfera seca e úmida nos dados de altura da superfície do mar provenientes do satélite TOPEX/Poseidon (T/P). A análise da influência dessas correções foi realizada por meio da comparação de modelos brutos e com correções geofísicas. Essas correções são importantes para avaliar o comportamento da Altura da Superfície do Mar na região do Datum Vertical Brasileiro (DVB). Os resultados mostram que os efeitos das correções ionosféricas e de troposfera úmida foram mais significativos no conjunto de dados, enquanto, a troposfera seca não mostrou variação em comparação ao modelo com correções ionosféricas. Mediante aos modelos e análises, verifica-se ainda que a influência das correções geofísicas suavizou todos modelos apresentados neste trabalho.
No decorrer dos últimos anos têm ocorrido um significativo aumento de aplicações com Aeronaves Remotamente Pilotadas (RPAs) na área da Cartografia, o que torna necessário o conhecimento da qualidade obtida em tais aplicações. Diante disso, instituições de diversos países têm desenvolvido normas com a finalidade de avaliar a qualidade dos produtos geoespaciais. Além disso, desenvolveram também outras normas com a finalidade de englobar padrões de acurácia de posicionamento para ortoimagens digitais. Neste sentido, o objetivo deste artigo foi comparar três normas que abordam o controle de qualidade posicional aplicáveis à RPA: (i) ET-CQDG (Decreto n° 89.817); (ii) a norma de Execução do INCRA n° 2 de 2018 e; (iii) a norma da ASP RS. No experimento prático, realizou-se o processo de avaliação da acurácia posicional de uma ortofoto obtida por RPA na região de Janaúba-MG. A ortofoto foi classificada na classe A para a escala de 1:1000 para a norma ET-CQDG. Já para a ASPRS ao nível de confiança de 95% o produto apresentou uma acurácia posicional de 0,428 metros e, de acordo com a norma do INCRA, os pontos obtidos por RPA podem ser utilizados para o georreferenciamento considerando todos tipos de limites. Através dos resultados obtidos, foi possível inferir que as normas necessitam de uma melhoria em suas metodologias, para que todo esse processo seja feito de forma clara e objetiva para o produtor e o usuário.
A técnica comumente aplicada para mensurar as variações locais do Nível “Médio” do Mar (NMM) e consequentemente da Topografia do Nível “Médio” do Mar (TNMM), têm sido a partir de uma abordagem geodésica, em que marégrafos são instalados na costa oceânica. No entanto, devido as dificuldades na manutenção de longas séries temporais, seja pela falta de recursos financeiros para instalação ou dificuldades técnicas para a instalação de marégrafos ou réguas linimétricas, vê-se como alternativa o emprego de dados por satélites altimétricos (ALTSAT). Diante disso, o presente estudo tem como objetivo propor uma metodologia para analisar as variações mensais da TNMM a partir de dados (ALTSAT) e de maregrafia, para este propósito, foi utilizada a missão CryoSat-2 (CS2) e os dados de maregrafia das estações EMFOR, EMSAL e EMIMB, todas pertencentes à Rede de Monitoramento Permanente para Geodésia (RMPG) no período de fevereiro de 2011 a setembro de 2019. Os resultados demostraram que a metodologia proposta é viável e pode ser empregada como complemento em dados maregráficos. Numa análise comparativa das variações locais da TNMM, verifica-se, no geral, que houve uma variação mais acentuada nos dados de maregrafia ao serem comparados com a ALTSAT, tal comportamento foi visível em todas as estações utilizadas, exceto em EMIMB, que apresentou maiores variações mensais na técnica de ALTSAT. Apesar do exposto, os resultados foram satisfatórios, explicitando uma discrepância anual entre as técnicas em todas as estações maregráficas na casa dos milímetros.
Historicamente as variações do nível médio do mar têm sido estimadas a partir de dados provenientes de marégrafos instalados na costa. No entanto, diante da dificuldade de obtenção de longas séries de dados maregráficos, vê-se como alternativa a utilização de dados de sensoriamento remoto por satélites altimétricos (ALTSAT). Neste sentido, o presente estudo tem como objetivo avaliar as variações relativamente do Nível Médio do Mar (NMM) a partir de dados ALTSAT e de maregrafia. Para este propósito, obtevese dados da missão CryoSat-2 e da estação maregráfica EMFOR (Fortaleza-CE), pertencente a Rede Maregráfica Permanente para Geodésia (RMPG), referentes ao período entre fevereiro de 2011 e maio de 2019. A análise relativa procedeu-se pela estimativa mensal do NMM obtido a partir de ambas as técnicas. Os resultados demostraram que a metodologia proposta é viável e pode ser empregada alternativamente ao uso de estações maregráficas, reduzindo sobretudo, os custos de levantamentos de campo. A técnica ALTSAT também permite estimativas para locais em que dados maregráficos são inexistentes ou de baixa acurácia. Comparativamente ao emprego de dados maregráficos coletados in loco, ALTSAT mostrou-se bastante eficiente neste estudo, apresentando uma discrepância média, mínima e máxima de, respectivamente, 4 mm, -4 cm e 3,9 cm. Além disso, ambas as técnicas concordaram indicando uma elevação média do nível do mar no período analisado.
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