O objetivo deste capítulo é analisar os impactos dessa grave crise sanitária e econômica sobre as mulheres, mas é insuficiente trabalhar a partir de uma perspectiva que não seja a interseccional. Tal perspectiva considera as mulheres como um grupo heterogêneo, sujeitas a diferentes formas de opressão – em função de seu sexo, mas também de sua raça, de sua sexualidade, de sua classe social –, as quais só podem ser entendidas de forma interseccional, como fenômenos conectados que produzem experiências singulares (Crenshaw, 2002). Assim, toda a análise aqui conduzida procurará entender como a pandemia atingiu as mulheres, mas considerando-as como um conjunto diverso que, por situarem-se em posições diferentes neste mosaico de desigualdades, vivenciam os efeitos do novo coronavírus de forma distinta, sendo mais ou menos afetadas a depender de onde se situem na estrutura social.
Barros Borges e tantas/os outras/os professoras/es que foram tão importantes ao longo de todos estes anos. Agradeço aos/as servidores/servidoras e funcionários/as do DAN, ICS e da Universidade de Brasília pela disposição em resolver problemas, pela habilidade em encontrar soluções. Agradeço também ao CNPq que, através da bolsa de estudos, tornou possível a realização desta pesquisa. Agradeço imensamente ao Ben-Hur Viza, juiz titular do Juizado de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher do Núcleo Bandeirante, pela recepção calorosa com a qual nos acolhe desde 2011, pela disponibilidade em dialogar, por permitir que esta pesquisa fosse realizada a partir de dados daquele juizado. Sou muito grata à Cristiane Moroishi, João Wesley Domingues, Marijara da Conceição Mendes e toda a equipe de servidoras/es que trabalha neste Juizado, no Centro Judiciário da Mulher e no Arquivo do Fórum. Muito obrigada pelo acolhimento e disposição com que me receberam. Ao Eduardo do Couto e Silva. Por ser um físico que se convenceu a contratar uma estagiária que cursava antropologia e, através deste estágio, ter me encorajado a prosseguir na carreira científica. Agradeço pela empolgação, motivação, organização, dedicação e inspiração.
As publicações do Ipea estão disponíveis para download gratuito nos formatos PDF (todas) e EPUB (livros e periódicos). Acesse: http://www.ipea.gov.br/portal/publicacoes As opiniões emitidas nesta publicação são de exclusiva e inteira responsabilidade dos autores, não exprimindo, necessariamente, o ponto de vista do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada ou do Ministério da Economia.É permitida a reprodução deste texto e dos dados nele contidos, desde que citada a fonte. Reproduções para fins comerciais são proibidas.
Este texto tem por objetivo avaliar em que medida o processo de desmonte das políticas para as mulheres veio se instalando na gestão pública federal e qual a intensidade com que ele se efetiva ao longo dos últimos anos. Para tanto, acompanhou-se a trajetória de avanços e retrocessos que marcaram este campo entre o período de 2003 a 2020, dividindo-o em três fases: i) 2003-2014: consolidação de uma agenda de políticas para as mulheres; ii) 2015-2018: estagnação desta agenda; e iii) 2019-2020: deslegitimação da agenda e desmonte das políticas. O foco aqui consiste na análise da capacidade de os organismos de políticas para as mulheres realizarem a gestão da transversalidade de gênero e de implementarem ações sob a sua responsabilidade. Os indicadores levantados permitem concluir que houve, ao longo do período analisado, uma desinstitucionalização da perspectiva de gênero na estrutura governamental que se inicia com um processo de redução, paralisia e inoperância dos principais instrumentos de políticas públicas para as mulheres, o qual é seguido por um desmonte desta agenda no âmbito do Estado, pela destituição do princípio da igualdade de gênero e pela transversalidade de uma agenda conservadora de família.
Esse ensaio visa discutir o lugar da Licenciatura em Ciências Sociais na Universidade de Brasília (UnB) e, de maneira mais específca, o papel da antropologia nessa formação. Busca-se refetir sobre o descompasso entre essa formação nos níveis de graduação e de pósgraduação e o exercício do saber antropológico fora do universo da pesquisa acadêmica, na docência da disciplina sociologia na educação básica. Ao longo do texto, são analisados o currículo acadêmico do curso de Licenciatura em Ciências Sociais da UnB, bem como documentos ofciais que orientam o trabalho pedagógico na educação básica. Entende-se que a licenciatura é preterida em função do bacharelado, refetindo a hierarquização da pesquisa sobre o ensino no âmbito acadêmico. É discutida também a relação entre os campos da antropologia e da educação e suas consequências.PALAVRAS-CHAVE. Ensino de Sociologia. Ensino Médio. Licenciatura. Antropologia. Formação de professores.
As opiniões emitidas nesta publicação são de exclusiva e inteira responsabilidade dos autores, não exprimindo, necessariamente, o ponto de vista do Instituto de Pesquisa Econ ômica Aplicada ou do Ministério da Economia.É permitida a reprodução deste texto e dos dados nele contidos, desde que citada a fonte. Reproduções para fins comerciais são proibidas.
Neste capítulo serão abordados, especialmente, os efeitos desiguais da pandemia sobre negros e brancos, considerando, evidentemente, as intersecções com os marcadores de gênero e classe das populações. Para uma análise dessa natureza, é preciso reconhecer e considerar, antes de mais nada, as condições estruturais de maior vulnerabilidade a que o povo negro brasileiro se encontra submetido nas mais diversas áreas da vida social e cotidiana, desde as desigualdades no âmbito educacional e do trabalho, até as desigualdades de acesso a serviços de saneamento básico, de saúde e à violência que atinge essa população com muito mais intensidade. É este cenário de racismo estrutural – e não aspectos da biologia destes grupos – que torna a população negra particularmente vulnerável à pandemia da Covid-19, seja no que se refere aos efeitos em termos de saúde (morbimortalidade), seja no que diz respeito aos efeitos econômicos, os quais podem também resultar em mortalidade pela fome, pela pobreza e pela falta de acesso a condições mínimas de garantia da vida.
A cidade e o medo é uma coletânea que possui temática extremamente atual : o medo e as maneiras como ele é vivenciado, discutido e representado em diversas situações, segundo as reflexões de pesquisadoras e pesquisadores pertencentes a regiões geográficas, contextos e perspectivas acadêmicas diferentes.
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