Resumo O presente artigo analisa a atuação de psicólogos nos serviços públicos de saúde mental frente à demanda escolar na Bahia. Para tanto, os psicólogos que atuam nos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) responderam um questionário com perguntas sobre seu perfil profissional, o perfil das demandas escolares e as práticas e concepções adotadas no atendimento a tais demandas. A análise apontou, com relação ao perfil profissional, a presença de psicólogas mulheres, jovens, recém-formadas em instituições privadas de ensino. Quanto ao perfil do encaminhamento, destaca a presença de alunos pobres e negros, entre 6 e 12 anos, estudantes do ensino fundamental público, encaminhados por problemas de aprendizagem e comportamento. No atendimento, predomina uma visão individualizante da queixa escolar, embora haja profissionais que incorporaram elementos críticos. Espera-se, com a pesquisa, contribuir com os avanços no atendimento às demandas escolares, presentes em publicações no campo da psicologia escolar e educacional em uma perspectiva crítica.
O presente trabalho objetiva analisar de que maneira as queixas escolares são entendidas e atendidas em um Centro de Atenção Psicossocial de Salvador-Bahia, considerando suas relações com o fracasso escolar e a medicalização da educação. Para tanto, foi realizada uma pesquisa qualitativa e quantitativa de fundamentação etnográfica em um CAPSi (Centro de Atenção Psicossocial Infanto-Juvenil) de Salvador-Bahia, utilizando como recursos metodológicos análise de prontuários, observação participante e entrevista com profissionais. O referencial teórico adotado foi a Psicologia escolar e educacional em uma perspectiva crítica. Os resultados apontaram que a queixa escolar estava presente em 55% dos pacientes atendidos. Foi encontrado que a maneira predominante de entendimento e atendimento da mesma partiu de uma perspectiva individualizante e medicalizante, advinda de um modelo clínico tradicional. Conclui-se com a necessidade de aprofundar o debate da temática do fracasso escolar e da medicalização da educação e da pobreza na formação básica e continuada de profissionais da área de saúde).
Este estudo teve como objetivo apresentar a construção um protocolo voltado à intervenções breves no campo da psicologia clínica, visto a ausência do desenvolvimento até o momento de protocolos e/ou modelos de formulação de caso clínico nesta modalidade de atendimento. Apesar disso, as evidência em psicologia clínica apontam que o processo de atendimento psicólogico necessita ser responsivo e deve se adaptar às necessidades e demandas do paciente, necessitando de uma formulação de caso clínico. Para tanto, apresentou um protocolo de intervenções breves para psicoterapia breve, aconselhamento psicológico e plantão psicológico. Para a construção do protocolo, obteve-se como base a atuação de um projeto de extensão voltado a atendimentos breves, realizado em uma universidade pública federal em Salvador desde 2020. A construção do instrumento beaseou-se paradigmas contemporâneos em psicologia clínica, o modelo dos fatores comuns e a psicoterapia baseada em processos. A partir disso, foram construídos 11 itens a serem preenchidos pelo psicólogo no começo do atendimento psicológico. Entretanto, entende-se que o protocolo não deve ser aplicado como um modelo rígido, mas sim deve ser ajustado de acordo com as especificidades de cada paciente, preservando a estrutura singular de cada processo de atendimento psicológico. Como limitações, foi delimitada a ausência de realização de pesquisas empíricas que busquem avaliar a eficácia desse protocolo, o que é recomendado para investigações futuras.
| The objective of this study was to analyze the possible relationships between school complaints and the construction of gender in patient records in a Child and Adolescent Psychosocial Care Center (CAPSi) in Salvador, Bahia. It started with master's research that aimed to analyze how these complaints were understood and answered in this service. For that, a qualitative study of ethnographic inspiration was carried out, using as methodological resources patient records analysis, participant observation and interview with professionals. Here we will present the results regarding the analysis of patient records, with a clipping for the issues of gender construction. As a result, it was found that the boys represented most of the referrals (71%). Proportionately, the girls presented more reports of situations of humiliation in school and also descriptions that indicated a high degree of psychic suffering. The data show a strong influence of existing patterns in gender-based construction underlying these referrals. Finally, it concludes with the need to discuss more thematic of racial, gender and social class relations with professionals in the public policies of education and health.
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