Este artigo apresenta um estudo que teve como objetivo compreender o processo de afiliação à vida universitária. Para isso, se fundamentou na perspectiva da Psicologia Cultural Semiótica que enfoca a análise das trajetórias desenvolvimentais e a produção de significados na relação entre pessoa e ambiente. Como método, foi realizado um estudo de caso de perspectiva qualitativa, idiográfica e microgenética. Os dados foram coletados no final do ano de 2021 através de entrevista semiestruturada e foram analisados a partir da elaboração de categorias temáticas. Como resultados, encontrou-se que o contexto universitário pode catalisar a sensação de não pertencimento ou de não lugar para o estudante, caracterizando-se como um local passível de reproduzir preconceitos e discriminações de raça, gênero, classe e orientação sexual. Além disso, a experiência construída no contexto universitário possui alta carga afetiva, sendo, portanto, experienciada na dimensão afetivo-semiótica. Sugere-se o aprofundamento de mais investigações com esse objeto de estudo, visando a contribuição para a permanência no estudante na universidade, bem como para a construção de políticas públicas de assistência ao sofrimento psíquico do estudante.