O presente artigo tem o objetivo investigar como crianças de três anos, falantes de português brasileiro, engajam-se em processos de comunicação e de aquisição de linguagem, especificamente, de construções linguísticas abstratas, nas interações lúdicas com pares de idade. A perspectiva sociointeracionista e a abordagem baseada no uso para a aquisição da linguagem são colocadas em diálogo como base teórica para evidenciar como as crianças se comunicam por meio de recursos intersubjetivos e aprendem imitativamente construções linguísticas que ouvem no seu contexto sociocultural. Foram investigadas 10 crianças na faixa etária de três anos de idade que frequentavam uma creche Municipal Pública da Cidade do Recife. As crianças foram filmadas em situação de brincadeiras totalizando 12 sessões de videogravação, com 20 minutos de duração. Todas as sessões foram analisadas microgeneticamente. Foram identificados episódios interacionais que apresentaram as intenções comunicativas das crianças na brincadeira com os parceiros por meio de ações imitativas; e o emprego de construções linguísticas abstratas classificadas como afirmativas e interrogativas. Observou-se também o papel dos movimentos do corpo na comunicação intersubjetiva. Esta tinha o seu significado abreviado quando acompanhada do uso da construção linguística pelo interlocutor. Os dados apresentados permitem expandir os estudos na área, com o foco nas interações criança-criança falantes de português brasileiro, e podem oferecer referências empíricas que contribuam para o fortalecimento de pesquisas sobre a comunicação e a aquisição da linguagem como processos que se efetivam no uso mediante as necessidades interacionais.
Resumo: O multiculturalismo, como corpo teórico e campo político, tem sido discutido intensamente nos debates atuais. Entretanto, esse termo, polissêmico na contemporaneidade, não pode ser considerado modismo e como tal é foco da problematização nesse artigo, por gerar preocupações pelas consequências à formação de professores e à educação de futuras gerações. Inserida num contexto sociocultural, a escola produz e/ou reproduz a exclusão de vários grupos sociais, gerando insucesso e evasão. Para tal, apoiados nas reflexões apresentadas pelos teóricos, discutimos questões do cenário das políticas educacionais em função da diversidade étnico-racial, da interculturalidade e do multiculturalismo na busca de compreensão de como esse cenário pode contribuir para uma prática docente compromissada com as demandas sociais. Em tempos de choques culturais, a educação e a formação de professores não cabem se furtar quanto ao multiculturalismo, pois é premente incrementar pesquisas comprometidas com a concretização de ideais multiculturais na formação de professores e no currículo. Palavras-chave: Multiculturalismo. Currículo plural. Escola multicultural.Abstract: Multiculturalism, as a theoretical body and political field, has been discussed intensively in the current debates. However, this term, which is polysemic in contemporary times, can´t be considered a fad, and as such is the focus of the problematization in this article, because it raises concerns about the consequences of teacher training and education for future generations. Inserted in a sociocultural context, the school produces and / or reproduces the exclusion of several social groups, generating failure and avoidance. To that end, based on the reflections presented by the theorists, we discuss issues of the educational policy scenario in terms of ethnic-racial diversity, interculturality and multiculturalism in order to understand how this scenario can contribute to a teaching practice committed to social demands. In times of cultural clashes, education and teacher training can´t be avoided as far as multiculturalism is concerned, since it is urgent to increase research committed to the achievement of multicultural ideals in teacher training and curriculum.
Os direitos dos povos indígenas têm sido ameaçados desde a colonização do Brasil pela reiterada imposição da hegemonia eurocêntrica através do monopólio dos meios de comunicação e do controle sobre os aspectos econômicos, instituições educativas e culturais, gerando desigualdade social e intolerância racial. Desse modo, na tentativa de contribuir com o percurso afirmativo da lei 11.645/08, que trata da História e cultura afro-brasileira e indígena nas escolas, objetiva este artigo propor um roteiro para abordagem comparativa do texto poético em sala de aula do Ensino Médio a partir da temática: “Resistências LGBTQIA+ e indígenas”. Nossas reflexões partem do aporte teórico da decolonialidade nos estudos de Maldonado-Torres (2016), Smith (2018), Walsh (2009) e outros. A metodologia aplicada tomou por base o roteiro para uma abordagem comparativa (PINHEIRO, 2021) da poesia na sala de aula. [Recebido em: 5 jan. 2022 – Aceito em: 26 out. 2022]
A preservação de um núcleo cultural quilombola é marcada pelo enfrentamento ao racismo estruturante e epistêmico com viés sexista. Nesse cenário, este artigo objetiva identificar as reações e as relações do quilombismo à resistência da comunidade quilombola, pela luta e fortalecimento da existência dos descendentes negro-africanos. O arcabouço teórico tomou por base as reflexões de Nascimento (2002) sobre o quilombismo; de Sodré (2005) sobre cultura; de Hall (2013) sobre identidade; de Gonzalez (1984) sobre racismo e sexismo na cultura brasileira, entre outros. Enquanto aspecto metodológico, utilizou-se da pesquisa bibliográfica com aspectos da revisão sistemática da literatura com pesquisa nos acervos digitais da SciELO, CAPES e do Programa de Pós-Graduação em Ecologia Humana e Gestão Socioambiental - PPGEcoH da UNEB. Como conclusão da pesquisa, fica evidente que são as ações de enfrentamento junto a formação integral e cooperativa que fazem do núcleo cultura quilombola um espaço de organização e preservação cultural. Esse processo de educação comunitária descoloniza forças conservadoras ocidentais para abrir espaço para a cultura local das comunidades quilombolas.
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