RESUMO Objetivo. Compreender como as experiências de participação ativa do homem no pré-natal e no parto influenciam a ressignificação das identidades masculinas. Métodos. Estudo de abordagem qualitativa, com análise antropológica interpretativa e suporte etnográfico para descrição densa. Foram incluídos no estudo nove homens que estiveram em um hospital de referência em parto humanizado e participaram do parto de seus filhos no período de abril de 2015 a novembro de 2016. Os dados foram coletados por meio de entrevistas semiestruturadas, de cunho etnográfico, com roteiro flexível elaborado de acordo com as seguintes temáticas: participação ativa no processo do parto, sensações de acompanhar a mãe da criança desde a gestação e significado de ser pai após participar do parto. Os participantes discorreram sobre os tópicos de forma espontânea. As narrativas foram transcritas e analisadas na forma de categorias e interpretação semântica contextualizada. Resultados. Foram realizados, em média, oito encontros com cada participante. A análise das entrevistas revelou duas categorias temáticas: ressignificação das masculinidades e promoção do autocuidado. As falas caracterizaram o impacto da compreensão de que a masculinidade não se perde se houver uma participação do homem no parto e cuidado dos filhos. Além disso, mostraram que a experiência de participar do parto abriu uma possibilidade de aproximação do homem aos sistemas de saúde para a manutenção do bem-estar, ao invés de necessariamente para o tratamento da doença. Conclusão. Os homens revelaram que podem ser conscientes do autocuidado e empoderados na condução de sua família, garantindo a construção de uma nova identidade masculina na sociedade contemporânea.
IntroduçãoCampanhas de comunicação em saúde se baseiam no modelo biomédico 1 -focado na doença -reproduzindo a voz governamental 2 . Esse modelo hegemônico impõe comportamentos "saudáveis" e exige adesão popular à mensagem veiculada 3 , utilizando linguagem bancária 4 e unidirecional.A compreensão humana, porém, é diversificada, ampla e complexa, evidenciando uma multivocalidade 5 . É influenciada por fatores socioculturais e imaginário popular 6 através de experiências no mundo moral local 7,8 . O receptor pode "não aderir" à mensagem da campanha; que desconsidera histórias vividas, crenças e valores, estando distante da experiência cotidiana 3 . O olhar é o principal meio para captar informações 9 . Devido às múltiplas leituras dos cartazes, lacunas emergem entre a percepção do criador e receptor. É preciso mudar o pensamento, percepção e valor mecanicista 1 para uma concepção holística da realidade. Objetivamos desvelar a leitura crítica dos receptores-cidadãos no Nordeste brasileiro, de campanhas em saúde.NOTA RESEARCH NOTE
Elaborado por Maurício Amormino Júnior -CRB6/2422 O conteúdo dos artigos e seus dados em sua forma, correção e confiabilidade são de responsabilidade exclusiva dos autores. 2019 Permitido o download da obra e o compartilhamento desde que sejam atribuídos créditos aos autores, mas sem a possibilidade de alterá-la de nenhuma forma ou utilizá-la para fins comerciais. www.atenaeditora.com.br APRESENTAÇÃO No cumprimento de suas atribuições de coordenação do Sistema Único de Saúde e de estabelecimento de políticas para garantir a integralidade na atenção à saúde, o Ministério da Saúde apresenta a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC) no SUS (Sistema Único de Saúde), cuja implementação envolve justificativas de natureza política, técnica, econômica, social e cultural. Ao atuar nos campos da prevenção de agravos e da promoção, manutenção e recuperação da saúde baseada em modelo de humanizada e centrada na integralidade do indivíduo, a PNIPIC contribui para o fortalecimento dos princípios fundamentais do SUS. Nesse sentido, o desenvolvimento desta Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares deve ser entendido como mais um passo no processo de implantação do SUS. A inserção das práticas intregrativas e complementares, especialmente na Atenção Primária (APS), corrobora com um dos seus principais atributos, a Competência Cultural. Esse atributo consiste no reconhecimento das diferentes necessidades dos grupos populacionais, suas características étnicas, raciais e culturais, entendendo suas representações dos processos saúde-enfermidade. Considerando a singularidade do indivíduo quanto aos processos de adoecimento e de saúde -, a PNPIC corrobora para a integralidade da atenção à saúde, princípio este que requer também a interação das ações e serviços existentes no SUS. Estudos têm demonstrado que tais abordagens ampliam a corresponsabilidade dos indivíduos pela saúde, contribuindo para o aumento do exercício da cidadania. Nesse volume serão apresentadas pesquisas quantitativas, qualitativas e revisões bibliográficas sobre essa temática.
RESUMOObjetivo: Conhecer a percepção das mães sobre as principais dificuldades na assistência a uma criança com necessidades especiais, dependente de ventilação mecânica. Métodos: Pesquisa qualitativa, desenvolvida de agosto a novembro de 2013 no Hospital Dr. Waldemar Alcântara, em Fortaleza-CE. Os informantes foram sete mães de crianças sob ventilação mecânica. A coleta de dados deu-se através de questionários sociodemográficos e questões norteadoras, das quais emergiram categorias temáticas, analisadas pela análise de conteúdo, sendo os dados discutidos pela literatura pertinente. Resultados: A média das idades maternas variou de 18 a 36 anos. Seis eram casadas ou viviam união estável. O nível de escolaridade variou de analfabeta ao segundo grau completo. A renda familiar foi de no máximo um salário mínimo. As mães mencionaram angústia e medo diante do impacto inicial do diagnóstico, com pouca compreensão da linguagem biomédica e muitos questionamentos durante todo o período após o diagnóstico e durante a internação hospitalar. Conclusão: As dificuldades envolvem aspectos relacionados ao abandono familiar, ao distanciamento dos demais filhos em detrimento do cuidado ao filho deficiente, ao obstáculo em se relacionar socialmente e acerca do prognóstico e cuidados com seu filho. O ambiente hospitalar gera repercussões psicológicas diante da expectativa e da falta de esperança em relação à cura do filho, sabendo que este poderá ir a óbito. Os profissionais de saúde podem favorecer transformações incríveis, gerando um novo "cuidar", mais amplo e humanizado, facilitando a recuperação/reestruturação familiar diante desse novo universo. Descritores
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