RESUMO: Pretendemos discutir sobre o tema dos "sujeitos feministas no campo político", levando em consideração as transformações discursivas pelas quais o campo do movimento feminista vem passando nas ultimas décadas. Esses discursos mostravam-se consoantes com os contextos de embates políticos atuais, indicando: a) novas ações no mundo político, b) disputas pelo reconhecimento de novas identidades dentro do feminismo, e c) a evidência da problemática do (s) sujeito(s) do feminismo como uma questão central para o movimento feminista brasileiro na atualidade. Nosso objetivo com este artigo é discutir essas mudanças no interior do feminismo brasileiro a partir da análise comparativa de dois momentos distintos: o 3 o e o 10 o 'Encontro Feminista Latino-Americano e do Caribe', ambos ocorridos no Brasil, respectivamente, em 1985 e em 2005.PALAVRAS-CHAVE: Gênero; feminismo; política; sujeitos; movimentos sociais. FOR A POLICY OF ACCESS TO WOMEN'S RIGHTS: FEMINIST SUBJECTS IN DISPUTE ON THE BRAZILIAN CONTEXTABSTRACT: We intend to discuss the theme "feminist subjects on the political field", considering the discursive changes for which the field of the feminist movement has been going in the last decades. These discourses showed consonance with the contexts of the late political struggles, indicating: a) new actions in the political environment, b) disputes on recognizing new identities within the feminism, and c) the evidence of the problematic of feminist subjects as a central theme for the Brazilian feminist movement nowadays. Our goal with this article is to discuss these changes within Brazilian feminism through the comparative analysis of two distinct moments: the third and the tenth 'Latin-American and Caribbean Feminist Meeting' both happened in Brazil, in 1985 and 2005, respectively.
Este texto discute as tensões em torno da legitimidade dos sujeitos políticos feministas brasileiros, na interface com as noções de democracia e autonomia. Para tanto, realiza sua análise em consonância com dados da etnografia do 10º Encontro Feminista Latino-Americano e do Caribe, realizado em 2005, em São Paulo. Esse espaço é tido como importante seara de constituição dos pensamentos e ações do movimento feminista no Brasil e na América Latina.
The present article analyzes how the relationship between theory and politics takes place in the Brazilian feminist field and how this articulation gains strength in academia, setting up a critical position that is characteristic as a theoretical and methodological perspective. Among its fundamental axes, there are the theoretical-epistemological and methodological concerns, as it is understood that it is not possible to perform feminist science, except from an engaged, politically committed position. Thus, the concept of gender and its impacts on the theoretical and political fields problematizes and analyzes the methodological implications in this context of scientific research. Such analyses enable the deduction that the feminist debate is not separate from that of the scientific field in general, concerning the statute of science and the ways of generating knowledge, as also presented in the field of Social Psychology.Keywords: gender; feminist theories; epistemology; methodology. RESUMOO presente artigo analisa a forma como a relação entre a teoria e a política tem lugar no campo feminista brasileiro e como essa articulação ganha força na academia, criando uma posição crítica, que é característica de uma perspectiva teórica e metodológica. Entre seus eixos fundamentais, estão as preocupações teórico-epistemológicas e metodológicas, entendido que não é possível realizar a ciência feminista, exceto de uma posição politicamente comprometida. Assim, o conceito de gênero e seus impactos sobre os campos teóricos e políticos problematiza e analisa as implicações metodológicas neste contexto de pesquisa científica. Tais análises permitem a dedução de que o debate feminista não é separado do campo científico em geral, relativo ao estatuto da ciência e das formas de geração de conhecimento, e também presente no campo da Psicologia Social.
Resumo Este ensaio reflete sobre a positividade de conhecimentos produzidos por abordagens etnográficas, a partir da discussão dos meandros de uma pesquisa sobre homens que se relacionam sexualmente com outros homens e vulnerabilidade ao HIV/aids. Propõe como falsa a oposição entre metodologias explicativas e compreensivas, uma vez que ambos os princípios estão presentes, em maior ou menor grau, em todas as investigações em ciências humanas e sociais. Nessa linha, põe em xeque critérios de cientificidade do “senso comum científico” que fazem o uso da matemática como o demarcador. Exemplifica como a descrição crítica do próprio ato de pesquisar e das retificações sobre os obstáculos ao conhecimento, identificados no próprio caminho, conferem objetividade aos conhecimentos produzidos. O diferencial etnográfico em relação a outras abordagens de ênfase compreensiva é a explicitação da própria experiência dos pesquisadores no campo como recurso crítico e analítico.
RESUMO O presente ensaio visou apresentar reflexões iniciais de uma pesquisa mais ampla ainda em curso sobre as relações entre os movimentos feministas e a Reforma Sanitária Brasileira no período de 1975 a 1988. Tema pouco estudado em uma conjuntura adversa, a ditadura militar, mas também marcada por efervescências políticas e sociais, a partir de uma pesquisa documental preliminar, foram identificados eventos e documentos que indicam diálogos entre esses dois movimentos sociais. Engajados na luta pela redemocratização social e democratização da saúde, os movimentos feministas e sanitário apresentaram propostas convergentes exemplificadas pela formulação e tentativa de implementação do Programa de Assistência Integral à Saúde da Mulher (Paism). Primeira política pública de saúde que traz a integralidade, um dos princípios do Sistema Único de Saúde, no Paism, encontram-se proposições defendidas pelo Movimento Sanitário e vinculadas às pautas feministas na saúde. Entretanto, esses trânsitos parecem ter sido marcados por algumas dificuldades relacionadas com a conjugação das denominadas questões mais ‘amplas’ com as ‘específicas’ e os desafios para elaboração de pautas comuns entre os dois movimentos. Reconhece-se, portanto, a complexidade da temática. Ousa-se apresentar essas reflexões para explicitar os diálogos, as conquistas alcançadas e, talvez, contribuir para a construção de estratégias renovadas de luta pelo direito à saúde.
Pensando na discussão instaurada com a modernidade (em distintos contextos sociais), sobre a constituição dos sujeitos de direitos humanos universais, o presente trabalho buscará refletir sobre o indivíduo em sua interface com a busca de "cidadania" e do "acesso à justiça". Para tanto, analisaremos três casos concretos: duas conferências de Políticas para Mulheres, tidas aqui como rituais do movimento feminista no Brasil. Ambas dizem respeito à relação entre políticas para mulheres em duas perspectivas não-excludentes; uma delas entre as próprias mulheres - lésbicas, heterossexuais, brancas, negras, deficientes - e suas tensões direcionadas ora aos direitos individuais, ora aos direitos coletivos, num momento de discussão por cotas. A outra conferência aborda a tensão entre sexo e gênero, entre diferença como sinônimo de desigualdade. O terceiro caso retrata um julgamento de guarda e responsabilidade voltado à não-concessão da maternidade a uma mulher homossexual, mas seu deferimento ao pai tido como biológico. Por fim, sugerimos pensar como, nos dois contextos rituais distintos (Judiciário e Movimento Feminista), a categoria de gênero é produzida e se produz atrelada ao binômio biológico "macho e fêmea".
A proliferação vertiginosa de ensaios fotográficos com foco nos movimentos sociais tem evidenciado a contribuição da fotografia não apenas para o registro histórico desses processos, mas, sobretudo, para que se possa rever certas posturas, suprir lacunas e legitimar estratégias de lutas. Ao mesmo tempo em que resgatam o cotidiano da militância feminista, onde as possibilidades se apresentam como bandeiras que buscam a unidade/pluralidade do sujeito "mulheres", enquanto estratégia política, o material histórico contemplado pela fotografia, remete a este lugar de pesquisadoras militantes feministas, em diálogo com o campo.O acervo fotográfico reunido no livro Mulheres e movimentos, da fotógrafa Claudia Ferreira e da socióloga Claudia Bonan (que assina os textos ao longo da obra), lançado em março de 2005, reúne fotos que retratam a história dos últimos 15 anos do movimento feminista no Brasil e na América Latina, discutindo as relações de Gênero e como estas são representadas no cotidiano do movimento. A história do livro começa quando
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