OBJETIVO Descrever características da alimentação dos participantes da coorte NutriNet Brasil imediatamente antes e na vigência da pandemia de covid-19. MÉTODOS Os dados deste estudo provêm de coorte de adultos criada para investigar prospectivamente a relação entre alimentação e morbimortalidade por doenças crônicas não transmissíveis no Brasil. Para este estudo, foram selecionados os primeiros participantes (n = 10.116) que responderam por duas vezes a questionário simplificado sobre sua alimentação no dia anterior, a primeira vez ao ingressar no estudo, entre 26 de janeiro e 15 de fevereiro de 2020, e a segunda entre 10 e 19 de maio de 2020. O questionário indaga sobre o consumo de marcadores de alimentação saudável (hortaliças, frutas e leguminosas) e não saudável (alimentos ultraprocessados). Comparações de indicadores baseados no consumo desses marcadores antes e na vigência da pandemia são apresentadas para o conjunto da população estudada e segundo sexo, faixa etária, macrorregião de residência e escolaridade. Testes qui-quadrado e testes t foram utilizados para comparar proporções e médias, respectivamente, adotando-se p < 0,05 para identificar diferenças significantes. RESULTADOS Para o conjunto dos participantes, identificou-se aumento modesto, porém estatisticamente significante, no consumo de marcadores de alimentação saudável e estabilidade no consumo de marcadores de alimentação não saudável. Esse padrão favorável de mudanças na alimentação com a pandemia se repetiu na maior parte dos estratos sociodemográficos. Padrão menos favorável de mudanças, com tendência de aumento no consumo de marcadores de alimentação saudável e não saudável, foi observado nas macrorregiões Nordeste e Norte e entre pessoas com menor escolaridade, sugerindo desigualdades sociais na resposta à pandemia. CONCLUSÕES Caso confirmada, a tendência de aumento no consumo de alimentos ultraprocessados nas regiões economicamente menos desenvolvidas e por pessoas com menor escolaridade preocupa, pois a ingestão desses alimentos eleva o risco de obesidade, hipertensão e diabetes, cuja presença aumenta a gravidade e a letalidade da covid-19.
ObjectiveTo develop and test a scale for healthy eating practices measurement according to the Dietary Guidelines for the Brazilian Population recommendations.DesignMethodological study. The current Brazilian food-based dietary guideline highlights the importance of choosing foods, combining foods to create meals and modes of eating. These recommendations formed the main domains of the scale and served as a basis for the development of ninety-six items, each with a 4-point Likert response option. Content and face validity were tested. Exploratory factor analysis (EFA) and confirmatory factor analysis (CFA) were performed to determine construct validity. Internal consistency was determined using α and ω coefficients, and reproducibility was tested using test–retest.SettingBrazil.ParticipantsA ten-member expert panel was used to assess content validity. Adults aged 18–60 years were included in the face validity (n 20), EFA (n 352), CFA and reliability tests (n 900).ResultsOf the ninety-six initial items, twenty-four were excluded and fifty-five were reworded following the content and face validations. EFA detected a four-domain structure (Food choices, Modes of eating, Planning and Domestic organization), which explained 41 % of the variance. CFA led to a final twenty-four-item model with acceptable goodness-of-fit indices and good reliability measures (α=0·77; ω=0·83). Intraclass correlation coefficient for the total score (0·82) and analysis of the Bland–Altman plot suggested good reproducibility of the scale.ConclusionsThe scale presents good evidence of validity and reliability. This innovative study created a useful tool for evaluation of the impact of the Dietary Guidelines for the Brazilian Population.
This study objective was to describe the distribution of food consumption markers in Brazil per sociodemographic characteristics and its evolution from 2013 to 2019. Healthy food consumption markers (regular consumption of beans, fruits, vegetables, and fish, recommended consumption of red meat, and never replacing meals with snacks) and unhealthy food consumption markers (regular consumption of sweetened beverages and confectionery and excessive salt intake) were studied for adult participants of the Brazilian National Health Survey. The prevalence of food consumption markers was estimated according to sociodemographic characteristics and compared to data of 2013 and 2019. Most of the population regularly consumes beans, fruits, and vegetables, they also follows the recommendation to limit red meat consumption, and never replaces meals with snacks. The percentage of people who regularly consume sweetened beverages and perceive their salt intake as excessive is relatively low. The distribution of food consumption markers was associated with sex, age, income, race/skin color, area of dwelling, and schooling level. From 2013 to 2019, the prevalence of most food consumption markers declined, except for the regular consumption of fruits and recommended consumption of red meat, that increased 8.5% and 18.5%, respectively, and the regular consumption of vegetables, which did not vary. Healthy and unhealthy food consumption markers should be monitored to evaluate the effect of healthy eating policies implemented in the country.
OBJETIVO Descrever o escore Nova de consumo de alimentos ultraprocessados e avaliar seu potencial para refletir, no contexto brasileiro, a participação desses alimentos na dieta. MÉTODOS Estudo realizado na cidade de São Paulo com amostra de conveniência de 300 adultos, que responderam, em cerca de três minutos, em um tablet, a um questionário eletrônico de autorrelato sobre o consumo, no dia anterior, de 23 subgrupos de alimentos ultraprocessados comumente consumidos no Brasil. O escore de cada participante correspondeu ao número de subgrupos reportados. A participação de alimentos ultraprocessados no consumo alimentar do mesmo dia, expressa como percentual da ingestão total de energia, foi calculada por meio das respostas dos participantes a recordatório alimentar completo de 24 horas aplicado em cerca de 30 minutos por nutricionistas treinados. A associação entre o escore e a participação de ultraprocessados na dieta foi estudada por modelos de regressão linear. A concordância na classificação dos participantes segundo quintos do escore e quintos da participação de alimentos ultraprocessados na dieta foi avaliada pelo índice Pabak. RESULTADOS O percentual médio de participação de alimentos ultraprocessados na dieta aumentou linear e significativamente com o aumento do escore Nova de consumo de alimentos ultraprocessados. Observou-se concordância substancial na classificação dos participantes segundo quintos da distribuição do escore e quintos da distribuição do percentual de participação de alimentos ultraprocessados na dieta (índice Pabak = 0,67). Relação inversa da idade com a frequência de consumo relativamente elevado de alimentos ultraprocessados (quinto superior da distribuição) foi observada tanto para o escore quanto para a participação de alimentos ultraprocessados na dieta. CONCLUSÃO O escore Nova de consumo de alimentos ultraprocessados, obtido de forma rápida e prática, apresenta bom potencial para refletir, no contexto brasileiro, a participação desses alimentos na dieta.
Objective To describe the development and validation of a workshop protocol for the implementation of the Dietary Guidelines for the Brazilian Population in primary healthcare units. Methods This descriptive study was developed in the state of São Paulo, Brazil, and it involved 20-25 professionals in the experimentation phase and 12 experts in the content validity phase. The workshop protocol was developed according to three theoretical references: Dietary Guidelines, Interprofessional Collaborative Practice and Critical Reflexive Methodology. The protocol consisted of four 4-hour modules, 16 activities in 16 hours. The activities matrix was composed of three axes: (a) organizational strategies, (b) dietary guideline comprehension and (c) dietary guideline implementation. For the validity analysis, the expert panel assessed clarity, relevance and theoretical representativeness. Content validity index was calculated, and adequate activities scored >0.80. The proportion of experts who recognized the presence of the theoretical framework in the activities was calculated. Results All 16 proposed activities obtained a score greater than the established cut-off point, both for clarity and relevance. For theoretical representativeness analysis, the dietary guidelines reached higher scores on the (b) and (c) axes of the protocol and was less recognized on the (a) axis, whose highest score was for the Critical Reflexive Methodology. Interprofessional Collaborative Practice presented a higher score on the (c) axis and a lower one on the (b) axis. Conclusion The protocol was considered appropriate for its purpose and with potential application in the different scenarios of primary health care in Brazil.
Objective: to describe the adequacy of dietary practices in relation to the Dietary guidelines for the brazilian population, and to analyze associated factors among Brazilian adults. Methods: this was a cross-sectional study using a convenience sample of 900 adults (18-60 years old) resident in Brazil; a dietary practices scale (24 items; score 0-72) based on the Guideline recommendations was administered using an online panel; multiple linear regression analysis was used. Results: participants' mean age was 33.5 years and 52.0% of them were women; the mean score on the scale was 36.4 points (SD=8.5); scores were directly associated with age (linear trend p<0.001), and were higher among people from the North-Northeast regions (37.8), compared to those from the Midwest-Southern regions (35.8) (T-test p=0.001). Conclusion: the adequacy of dietary practices in keeping with Guideline recommendations was associated with age and region of residence.
The aim of this study was to develop and validate a scoring system, based on AUDITNOVA, to assess the healthiness of the consumer food environment, considering food availability, price, advertising, and placement strategies. Audited data of 650 food retailers were used to develop, validate, and test the consumer food environment healthiness score. To compose the score, the reference was the Dietary Guidelines for the Brazilian Population. The total and subscores were standardized for a scale from 0 to 100. Construct validity was assessed using the Kruskal–Wallis Dunn tests. Cronbach’s alpha coefficients were calculated to determine the consistency of the scores. The median score was 33.7 (p25 = 26.9; p75 = 42.1). The public and private specialized indoor fresh food markets showed the highest medians; otherwise, bakeries and food retailers with the predominant sale of ultra-processed foods showed the lowest. The score was able to satisfactorily classify the extreme food retailer groups by the predominant sale of fresh or minimally processed foods and the predominant sale of ultra-processed foods. The results of Cronbach’s alpha showed excellent internal consistency (α = 0.91). The score helped to provide an overall assessment of consumer food environment healthiness and was able to classify food retailer groups as healthy and unhealthy according to the degree of processing of the available foods.
Objetivo: Descrever características da alimentação dos participantes da coorte NutriNet Brasil imediatamente antes e na vigência da pandemia de COVID-19. Métodos: Os dados deste estudo provêm de coorte de adultos criada para investigar prospectivamente a relação entre alimentação e morbimortalidade por doenças crônicas não-transmissíveis no Brasil. Para este estudo, foram selecionados os primeiros participantes (n=10.116) que responderam por duas vezes questionário simplificado sobre sua alimentação no dia anterior, a primeira ao ingressar no estudo, entre 26 de janeiro e 15 de fevereiro de 2020, e a segunda entre 10 e 19 de maio de 2020. O questionário indaga sobre o consumo de marcadores de alimentação saudável (hortaliças, frutas e leguminosas) e não saudável (alimentos ultraprocessados). Comparações de indicadores baseados no consumo desses marcadores antes e na vigência da pandemia são apresentadas para o conjunto da população estudada e segundo sexo, faixa etária, macrorregião de residência e escolaridade. Testes qui-quadrado e testes t foram utilizados para comparar proporções e médias, respectivamente, adotando-se p <0,05 para identificar diferenças significantes. Resultados: Para o conjunto dos participantes, identificou-se aumento modesto, porém estatisticamente significante, no consumo de marcadores de alimentação saudável e estabilidade no consumo de marcadores de alimentação não saudável. Esse padrão favorável de mudanças na alimentação com a pandemia se repetiu na maior parte dos estratos sociodemográficos. Padrão menos favorável de mudanças, com tendência de aumento no consumo de marcadores de alimentação saudável e não saudável foi observado nas macrorregiões Nordeste e Norte e entre pessoas com menor escolaridade, sugerindo desigualdades sociais na resposta à pandemia. Conclusões: Caso confirmada, a tendência de aumento no consumo de alimentos ultraprocessados nas regiões economicamente menos desenvolvidas e nas pessoas com menor escolaridade preocupa, pois o consumo desses alimentos aumenta o risco de obesidade, hipertensão e diabetes, cuja presença aumenta a gravidade e a letalidade da COVID-19.
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