É justo limitar a entrada de alunos em cursos de Educação Física devido ao insucesso nos testes físicos? O presente ensaio apresenta reflexões iniciais sobre a legitimidade e as limitações da exigência dos testes de habilidade específica para o ingresso discente nos cursos superiores em Educação Física, trazendo à baila questões sobre justiça e direito à educação. A partir da teoria de justiça rawlsiana, os testes foram mobilizados para problematizar as condições mínimas necessárias para ingresso discente e as próprias identidades profissionais em torno da Educação Física. Notou-se que a exigência de competências mínimas colidia com o processo plural de construção identitária da área e servia, de certo modo, como um limitador da própria condição humana: o direito à educação.
Esse artigo objetivou analisar as representações de candidatos ao curso da Escola de Educação Física e Desportos (EEFD) da Universidade Federal do Rio de Janeiro no Brasil na década de 1970 sobre a carreira desejada. Foram realizadas entrevistas com quatro ex-alunos da EEFD a partir de um roteiro semiestruturado. Dentre os fatores elencados para justificar a vontade em ingressar na área, destaca-se a presença de um exemplo profissional que marcou a vida escolar dos entrevistados e o gosto por esportes desde a infância. Outro dado relevante foi a ausência de citação sobre o interesse em exercer magistério. Ademais, a ideia de que era uma faculdade associada aos praticantes de atividade física e/ou (ex)atletas era ainda presente ao longo dos anos 1970. Por fim, é caro destacar o aspecto da posição social e as possibilidades econômicas de cada sujeito como itens fundamentais para a construção de representações sobre a área. Embora a imagem da área não fosse um fator de distinção na relação entre os diversos cursos universitários, essa representação se diferenciava na medida em que as possibilidades e ambições dos sujeitos eram postas perante suas condições socioeconômicas.
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