<p>Este artigo tem como objetivo analisar a concepção de deficiência e a implicação dessa concepção em como se percebe a sexualidade dos alunos matriculados em uma Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) de uma cidade do interior do Estado de SP-BR. Para os professores da APAE, deficiência intelectual é sinônimo de falta e desvantagem. Assim sendo, a sexualidade dos alunos é concebida como descontrolada e por isso perigosa. Para os alunos da Associação, deficiência é uma das múltiplas configurações do existir humano. Dessa forma, a sexualidade é compreendida como uma maneira de amenizar sua condição de pessoa com deficiência. Portanto, privilegio analisar como ambas as noções se regulam e como essas levam ao limite as normatividades sexuais que tensionadas se reconfiguram.</p>
Resumo Este ensaio teórico é divido em três partes. A primeira realiza um breve panorama sobre os deslizamentos semânticos que culminaram na construção do conceito de deficiência mental. A segunda parte reflete sobre a consolidação da noção de deficiência mental pelo saber médico. Posteriormente analisa as transformações advindas das reivindicações do modelo social da deficiência, bem como sua ressonância na construção do conceito de deficiência intelectual adotado pelos campos jurídicos e da saúde. Por fim, a terceira parte investe na aproximação das discussões sobre deficiência intelectual com as teorias de gênero. A proposta é afirmar que o mesmo esforço desnaturalizante realizado pelas teóricas feministas sobre o sexo e o gênero ajuda a descontruir a imagem negativada da deficiência como algo natural, individual e incontornável na vida de determinadas pessoas. Desse modo, possibilita a formulação de uma nova abordagem para as políticas de atenção e cuidado no campo da saúde.
Sobre gramáticas emocionais e violência sexual. Notas a partir de dois casos de interrupção legal de gestação realizados por mulheres com deficiência intelectual About emotional grammars and sexual violence. Notes from two cases of legal abortion performed on women with intellectual disability.
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