O texto discute as relações entre juventude e escola, problematizando o lugar que a escola ocupa na socialização da juventude contemporânea, em especial dos jovens das camadas populares. Trabalha com a hipótese de que as tensões e os desafios existentes na relação atual da juventude com a escola são expressões de mutações profundas que vêm ocorrendo na sociedade ocidental, interferindo na produção social dos indivíduos, nos seus tempos e espaços, afetando diretamente as instituições e os processos de socialização das novas gerações. Nesse sentido, discute as características dos jovens que chegam às escolas públicas de ensino médio, evidenciando a existência de uma nova condição juvenil no Brasil contemporâneo. Localiza os problemas e desafios na relação dos jovens com a escola, constatando as transformações existentes na instituição escolar e as tensões e os constrangimentos na difícil tarefa de constituir-se como alunos, concluindo que a escola tornou-se menos desigual, mas continua sendo injusta.
IntroduçãoNeste artigo tratamos de jovens ligados a grupos musicais, especificamente de rappers e funkeiros. Mas a discussão não será em torno dos estilos rap e funk em si mesmos, o que de alguma forma já discuti em artigos anteriores.1 Proponho um olhar sobre os jovens para além dos grupos musicais, buscando compreendê-los como sujeitos sociais que, como tais, constroem um determinado modo de ser jovem. Ou seja, a pergunta sobre quem são esses jovens que participam de grupos de rap e funk.Ao analisar a produção teórica sobre os grupos musicais juvenis no Brasil, pelo menos aquelas a que tivemos acesso, 2 percebi uma tendência na descrição e análise dos grupos em si mesmos, possibilitando o conhecimento da sua realidade cotidiana, a forma como constroem o estilo, os significados que lhe atribuem e o que expressam no contexto de uma sociedade cada vez mais globalizada. Esses estudos muito contribuíram para problematizar a cultura juvenil contemporânea, evidenciando, por meio dela, os anseios e os dilemas vividos pela juventude brasileira.Contudo, apesar de suas contribuições, essa produção teórica apresenta uma lacuna. Ao construírem o seu objeto, tais investigações recortam de tal forma a realidade dos jovens que dificultam a sua compreensão como sujeitos, na sua totalidade. Podemos até conhecer o jovem como um rapper ou um funkeiro, mas sabemos muito pouco a respeito do significado dessa identidade no conjunto que, efetivamente, faz com que ele seja o que é naquele momento.Por outro lado, nos deparamos no cotidiano com uma série de imagens a respeito da juventude que interferem na nossa maneira de compreender os jovens. Uma das mais arraigadas é a juventude vista na sua condição de transitoriedade, na qual o jovem é um "vir a ser", tendo no futuro, na passagem para a vida adulta, o sentido das suas ações no presente.
O texto se propõe a discutir a importância dos grupos musicais juvenis nos processos de socialização vivenciados por jovens pobres na periferia de Belo Horizonte, problematizando o peso e o significado de ser membro de um grupo musical no conjunto da vida de cada um. Tem como foco os integrantes de três grupos de rap e três duplas de funk, procurando analisar as suas experiências culturais e o sentido que tais práticas adquirem no conjunto dos processos sociais que os constituem como sujeitos. Significa compreender como eles elaboram as suas vivências em torno do estilo, e os significados que atribuem a elas, no contexto social onde se inserem como jovens pobres. A discussão aponta que os jovens rappers e funkeiros encontram poucos espaços nas instituições do mundo adulto para construir referências e valores por meio dos quais possam se construir como sujeitos. Os estilos rap e funk assumem uma centralidade na vida desses jovens por intermédio das formas de sociabilidade que constroem, da música que criam, e dos eventos culturais que promovem. Esses estilos possibilitaram e vem possibilitando a esses jovens práticas, relações e símbolos por meio dos quais criam espaços próprios, significando uma referência na elaboração e vivência da sua condição juvenil, além de proporcionar a construção de uma auto-estima e identidades positivas.
O artigo apresenta parte dos resultados de pesquisa desenvolvida com jovens estudantes do ensino médio do estado do Pará. Por meio da metodologia de Grupos de Discussão, a pesquisa abordou a realidade do ensino médio na ótica dos jovens, analisando a relação que eles estabeleciam entre os seus projetos de vida e as contribuições da escola para a sua realização. A investigação revelou grande diversidade de projetos juvenis, evidenciando estratégias elaboradas a partir do contexto social, das idades da vida e de uma determinada postura diante do futuro, expressão de um cenário sociocultural marcado pelas incertezas. Os jovens revelaram que a escola é alvo de muitas expectativas, mas apontaram os seus limites em corresponder às suas demandas.
RESUMO: O artigo tem como objetivo refletir sobre os processos de exclusão escolares vivenciados por jovens adolescentes no Brasil, a partir dos resultados da pesquisa "A exclusão de jovens adolescentes de 15 a 17 anos cursando ensino médio no Brasil: desafios e perspectivas". A pesquisa foi realizada nos anos de 2012 e 2013 nas cidades de Belo Horizonte, Brasília, São Paulo, Fortaleza e Belém. A partir das experiências narradas pelos jovens adolescentes, ao longo dos grupos focais e das entrevistas em profundidade, buscaremos analisar as múltiplas variáveis que interferem em suas trajetórias escolares, procurando compreender os padrões e as possíveis causas da exclusão dos jovens adolescentes da escola. Palavras-chave:Juventude. Ensino médio. Exclusão escolar. Youth, High School and school withdrawal processesABSTRACT: This article aims to reflect on the processes of school withdrawal experienced by teenagers in Brazil. The study is based on the results of the survey "The withdrawal of teenagers aged 15 to 17 years old attending high school in Brazil: challenges and perspectives". The survey was developed in 2012 and 2013 in the cities of Belo Horizonte, Brasília, São Paulo, Fortaleza and Belém. Based on the experiences narrated by these young teenagers throughout the focus groups and the in-depth interviews, multiple variables that interfere in their school history will be analyzed, trying to understand the patterns and possible causes of school withdrawal of these adolescent students.
Este artigo discute os resultados de uma pesquisa realizada com estudantes do Pará sobre as relações entre projetos de vida de jovens e as escolas públicas de ensino médio. Os dados foram coletados em 2009, por meio de doze Grupos de Diálogos com 245 jovens, organizados em duas cidades do interior do estado (Moju e Santarém) e na capital. A partir dos depoimentos dos jovens, foi possível identificar algumas contribuições das escolas à realização de suas demandas e expectativas, mas também muitas lacunas e impasses. O texto parte de uma discussão geral sobre o contexto do ensino médio no país e a relação com a juventude para situar a realidade específica das escolas paraenses segundo o olhar dos jovens pesquisados, compreendendo assim as distâncias e aproximações entre as expectativas juvenis e as experiências oferecidas por suas escolas.
RESUMOA participação social dos jovens depende de como a sociedade oferece oportunidades nas quais eles possam se envolver em experiências participativas e se informarem sobre as possibilidades nesse campo. A partir dos dados de uma pesquisa nacional sobre a participação social da juventude brasileira, discutese aqui o papel que a experiência escolar dos jovens vem desempenhando nesse processo na Região Metropolitana de Belo Horizonte. De acordo com os dados apresentados, os estabelecimentos de ensino atuam muito timidamente nesse campo, o que parece ser o resultado, tanto das concepções que orientam a organização escolar, como da realidade social que restringe os canais de participação social e política dos jovens brasileiros. O artigo apresenta alguns dados sobre a condição juvenil na Região Metropolitana de Belo Horizonte, em seguida analisa as representações juvenis sobre a participação social evidenciados na pesquisa. Por fim, o artigo discute o papel da escola como fomentadora de experiências participativas entre os seus alunos.The social participation of young people depends on the way society provides opportunities in which they can involve in participatory experiences and inform themselves about the possibilities in this field. Based on the data of a national research about the social participation of the Brazilian youth, this paper aims at discussing the role that young people school experience has fulfilled in this process Belo Horizonte Metropolitan. According to the presented data, the schools have shyly acted in this field, which seems to result both from the conceptions that guide the school organization and the social reality that narrows the political and social participation of the Brazilian young people. This paper presents data on the young people situation at Belo Horizonte Metropolitan Region and analyzes the youth representation towards the social participation demonstrated in the research. Finally, it discusses the school role inciting participatory experiences among its students.
RESUMO -Juventude e Participação: o grêmio estudantil como espaço educativo. O presente trabalho tem como objetivo analisar a participação de jovens no cotidiano escolar através do grêmio estudantil de uma escola publica de Ensino Médio noturno, buscando compreender os possíveis significados e aprendizagens decorrentes desse tipo de participação para os estudantes envolvidos. As principais ferramentas metodológicas foram a observação participante e o desenvolvimento de entrevistas semiestruturadas. A análise dos dados revelou, dentre outros aspectos, que o grêmio se constitui como um importante espaço de socialização para os jovens alunos, com ênfase na aprendizagem da vivencia coletiva, no lidar com os conflitos e no exercício de escolhas, dentre outras. Palavras-chave: Juventude. Participação. Grêmio Estudantil.ABSTRACT -Youth and Participation: the student council as educational space. The present study aims to analyze the participation of young people in school life through the student council of a public high school at night, trying to understand the possible meanings and learning resulting from this type of participation for the students involved. The main methodological tools were the participant observation and the development of semi-structured interviews. The analysis of the data showed, among other things, that the guild is an important area of socialization for the young students, with emphasis on learning of collective experience in dealing with the conflicts and in the exercise of choices, among others.
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