O objetivo deste trabalho foi analisar estudos relevantes sobre as alterações de compreensão em crianças e adolescentes com Distúrbio Específico de Linguagem (DEL). Para tanto, realizou-se levantamento bibliográfico em bases de dados científicas. A literatura revela que essa população pode apresentar dificuldade importante de compreensão oral, atribuída ou à falta de conhecimento linguístico ou a falhas de processamento. Conforme se desenvolvem, as crianças com DEL apresentam evolução das habilidades de compreensão. No entanto, dificuldades persistem mesmo em faixas etárias mais avançadas, como a adolescência. Dessa forma, é importante diagnosticar precocemente tais alterações e intervir devidamente. Pesquisas científicas comprovam a efetividade da terapia fonoaudiológica por meio de técnicas variadas.
OBJETIVOS: Analisar a confiabilidade das transcrições fonológicas de crianças com Alteração Específica de Linguagem (AEL), e verificar se há diferença entre a confiabilidade das tarefas das crianças que eram capazes de realizar discurso na época da coleta da fonologia e daquelas que ainda não possuíam essa habilidade. MÉTODOS: Tarefas de nomeação de figuras e imitação de vocábulos de 37 crianças com AEL, de três a cinco anos, previamente coletadas e analisadas, foram transcritas pela segunda vez. Posteriormente, as pesquisadoras tiveram acesso às primeiras transcrições para realizar o cálculo de confiabilidade. Para as tarefas cujo índice de discordância foi superior a 20%, foi realizada uma terceira transcrição. Verificamos também que crianças eram capazes de realizar discurso na época da coleta da prova de fonologia. RESULTADOS: Para ambas as tarefas, houve predomínio de índice de concordância inferior a 80% (p<0,001) entre as duas primeiras transcrições, enquanto que esse índice superou 80% (p<0,001) quando comparadas a 1ª com a 2ª e a 3ª transcrições (p=0,001 para a nomeação e p<0,001 para a imitação). Houve diferença entre a 2ª e a 3ª transcrições de ambas as tarefas (p<0,001). Não houve diferença na confiabilidade das tarefas analisadas (2as transcrições: p=0,565; 3as transcrições: p=0,645). Comparando-se as crianças capazes de elaborar discurso com aquelas que não eram, observou-se diferença apenas nas 3ª transcrições da tarefa de nomeação (p=0,033). CONCLUSÃO: A confiabilidade das transcrições fonológicas de crianças com AEL foi baixa, e as tarefas de nomeação das crianças que realizaram discurso apresentaram confiabilidade mais alta.
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