ResumoCom o avanço tecnológico as ferramentas Building Information Modeling (BIM) apresentamse cada vez mais capazes de atender as necessidades da indústria da Arquitetura, Engenharia e Construção (AEC). A Realidade Aumentada (RA), por exemplo, proporciona uma visão imersiva do futuro ambiente, permitindo uma integração entre o meio virtual e o real. Nesse contexto, o presente trabalho tem como objetivo avaliar a inserção da RA em canteiro de obras, buscando compreender suas potencialidades no processo de compreensão dos projetos. O método adotado foi o estudo de caso, partindo de observações de fenômenos reais. Assim, as principais etapas desenvolvidas foram: a) seleção de duas obras localizadas na região metropolitana de Natal/RN; b) seleção das ferramentas de RA -Augment e Augin; c) elaboração do questionário; d) teste piloto; e) coleta e análise dos dados. Como resultado, observou-se um grande potencial de contribuição da RA no meio construtivo, bem como boa aceitação por parte dos trabalhadores. Entretanto, percebeu-se como principal dificuldade a necessidade de internet com boa capacidade. Diante do cenário apresentado, entende-se que esse processo se dará de forma lenta e gradual, visto que a implementação de RA requer investimentos para aquisição de equipamentos, treinamentos e licenças de softwares.
O Decreto 9.377 do governo federal se destina a impulsionar o uso de Building Information Modeling (BIM) no país. Nesse sentido, a academia tem papel relevante, uma vez que prepara os futuros profissionais para o mercado de trabalho na área de Arquitetura, Engenharia e Construção. No entanto, pesquisas indicam que não é fácil implementar o BIM na academia, devido à necessidade de modificar a matriz curricular dos cursos e, a adesão dos professores ao paradigma. Em vista do exposto, novas perspectivas de inserção do BIM na academia são necessárias. Adotando a pesquisa-ação como método de pesquisa, este trabalho tem como objetivo discutir os benefícios alcançados com a iniciativa pioneira do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte (IFRN) no processo de implementação do ensino do BIM por meio da pesquisa. A principal contribuição do trabalho é mostrar que a estratégia aplicada pelo Grupo de Estudos e Pesquisa em Integração de Projetos (GIP) tem apresentado resultados positivos em termos de preparação de alunos para o mercado de trabalho, bem como ganhou o interesse dos professores, indicando possibilidades de adesão. Esses resultados demonstram que esta é uma implementação de modelo assertivo com potencial para ser replicada em outras instituições de ensino.
A Rede Células BIM organizada pelo Grupo de Trabalho de Tecnologia da Informação na Construção, da Associação Nacional de Tecnologia do Ambiente Construído (ANTAC), tem como objetivo principal promover o aumento da produtividade e competitividade do setor de Construção Civil implicando, em maior escala, no avanço do setor na economia, para tanto parte-se da educação como sendo o pilar para esse progresso. Iniciou, respectivamente, na Universidade Federal do Paraná (UFPR) e na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE); sendo aderido por outras instituições de ensino superior, dentre elas o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte, Campus Natal-Central (IFRN-CNAT) o qual está oficialmente instaurado desde 15 de julho de 2022. A sua primeira metodologia consistiu na análise do nível de maturidade BIM da instituição, considerando-se os três campos, políticas, processos e tecnologias. Com os dados deste exame tem-se por objetivo apresentar o resultado da maturidade BIM no IFRN, que recentemente iniciou o curso de Engenharia Civil, no ano de 2019, de modo a expor as fragilidades, possibilidades para melhorar através de um relato de experiência. Refletindo, assim, em um guia para orientar as instituições que possuem o interesse de implementar o BIM e desejam saber quais são os aspectos relevantes ou irrelevantes a serem considerados mediante um relato de experiência, expondo o como, quando e onde. Dessa forma, convém explicitar que a partir do diagnóstico do BIM no IFRN-CNAT que analisa a matriz de maturidade da instituição em relação ao curso de Engenharia Civil, conforme as diretrizes da Rede Célula BIM, é evidente o uso do BIM de maneira expressiva em virtude de estar presente à princípio na pesquisa com o Grupo de Estudos e Pesquisa em Integração de Projetos (GIP) criado em 2016; em seguida no ensino no curso de Engenharia Civil cujo ato de autorização corresponde a Resolução nº 40/2019-CONSUP, de 12/11/2019, nele consta apenas uma disciplina BIM obrigatória, a de Modelagem da Informação na Construção e disciplinas optativas que podem formar uma base completa, logo está a critério do aluno aprender sobre o tema; por fim na extensão com a Liga Acadêmica de Building Information Modeling (LABIM) a qual surge em 2021. Por conseguinte, o BIM possui os três pilares firmados no campus, visto que possui ações nos âmbitos da pesquisa, ensino e extensão; ao considerar o olhar macro o BIM está bem avançado, embora quando se muda a visão para o micro a aplicação do BIM não seja tão efetiva. Haja vista a visão macro da implantação do BIM pela avaliação, ela divide-se em três eixos: a política, o processo e a tecnologia. Assim, a política é o mais desenvolvido estando no estágio integrado por, como já mencionado, estar nos três pilares, na documentação – no Projeto Pedagógico do Curso Superior de Engenharia Civil e Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI) do IFRN para 2019 até 2026, constando como solicito para ambos: o próprio curso e a instituição – ; a maior fragilidade desse eixo reside na capacitação e engajamento do corpo docente, nesse sentido a provocação dos alunos interessados e a contribuição da Rede Células BIM que na próxima etapa demonstra a vocação para o uso do BIM no curso dialogando com os docentes que não trata-se de tão somente ensinar ferramentas, mas também em diversificadas maneiras de inserir o conteúdo dentro da matéria com pequenas alterações para agregar as características solicitadas para a aplicação. Outrossim, o processo é o mais postergado, uma vez que jamais chegou a ser aprimorado classificando-se do modo inicial para o definido, isto deve-se ao fato da primeira turma ter iniciado em 2020, resultando em poucos alunos capacitados, no entanto dispõe de requisitos para capacitar de acordo com uma lógica BIM. Por último, o eixo de tecnologia é bem estruturado à medida que todos os laboratórios têm softwares instalados e hardwares para a utilização do BIM, sendo considerado de definido para integrado. Em relação aos resultados, as fragilidades expostas são, em sua maioria, momentâneas, pois quanto ao eixo político a capacitação dos professores possui a solução a longo prazo encaminhada pela próxima etapa da Rede Células BIM e instigação dos discentes; já no que tange ao progresso, decorre de um recorte temporal devido ao fato que à proporção do avanço dos alunos no curso, haverá mais capacitações; enfim, o eixo da tecnologia é distinto porque o campus detém de antemão a estrutura requisitada, porém foca apenas nos softwares da Autodesk, de modo a ser proveitoso investir em outras marcas, por exemplo: Graphisoft, ACCA e Bentley. Em síntese, o diagnóstico desenvolvido permite a indicação de um rumo para demais instituições as quais ainda virão implementar o BIM, indubitavelmente necessário visto que pelo Decreto Federal nº 10.306 de abril de 2020 o uso do BIM para obras e serviços de engenharia realizados pelo setor público federal está previsto para o começo de 2028. Além disso Eastman, Teicholz, Sacks e Liston em seu livro “Manual de BIM: um guia de modelagem da informação da construção para arquitetos, engenheiros, gerentes, construtores e incorporadores” apontam para o BIM como “um dos mais promissores desenvolvimentos nas indústrias de arquitetura, engenharia e construção (AEC).”.
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