O presente estudo buscou identificar e descrever as experiências ligadas à adolescência em um contexto de risco psicossocial, em Novos Alagados, favela de Salvador, Bahia. Orientado pela abordagem ecológica do desenvolvimento humano e numa perspectiva interdisciplinar, o estudo assume a adolescência como um construto psicossocial. Adotou-se uma metodologia qualitativa, baseada na observação participante e no estudo de casos, lançando mão de múltiplos recursos: entrevistas narrativas, observações, diários e cadernos de campo e fotografias. O extenso material qualitativo reunido (parte dele longitudinalmente) foi organizado em dois níveis de análise: 1) descrição do contexto: espaços, cenários, atividades e práticas dos adolescentes; 2) estudo de quatro casos tomados como exemplares do que significa ser adolescente em Novos Alagados. Destacam-se, dentre eles, o papel dos projetos sociais, da música e da cultura como formas de socialização e inserção; a atuação suportiva da família, das relações proximais; o impacto da violência; aqui denominada de “desterro”, a vitimização.
RESUMO Trata-se de um recorte de uma dissertação de mestrado, com objetivo de descrever o processo de construção de propostas de prevenção, enfrentamento e atenção à violência intrafamiliar e escolar contra crianças e adolescentes estudantes em um bairro periférico de um município do interior baiano. Foi realizado um estudo com abordagem qualitativa, descritiva, exploratória; por meio da pesquisa-ação. Os atores sociais da pesquisa foram a comunidade escolar, a família e profissionais de saúde. Os dados foram coletados pela observação sistemática, rodas de conversas e seminário, utilizados para diagnóstico situacional e desenvolvimento das intervenções. A interpretação dos dados foi realizada pela análise de conteúdo. As atividades desvelaram a relevância do trabalho desenvolvido em rede intersetorial e multiprofissional qualificada, resultando em: mudanças comportamentais de adolescentes na escola e família, protagonismo destes nas oficinas educativas para cultura da paz, implantação de espaço de mediação de conflitos na escola, criação de projeto de atividade física, aproximação de pais à escola e sensibilização quanto a melhores possibilidades de educação doméstica não violentas. Conclui-se que as intervenções iniciaram um movimento de mudança de práticas e de interlocução dos diversos serviços existentes no bairro, resultando em uma construção gradual de territórios de paz na escola e na comunidade.
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