Resumo: A favor de uma agricultura livre de agrotóxicos e contra as sementes geneticamente modificadas que não se adaptam ao seu sistema produtivo, agricultores familiares de vários municípios do semiárido paraibano têm criado Bancos de Semente Comunitários (BSC), que se integram numa rede chamada de Sementes da Paixão. Esta rede toma por base ideais da agroecologia, prática agrícola alternativa com preceitos ecológicos e sustentáveis. Os agricultores que participam desta rede defendem constantemente uma identidade campesina e tradicional, em contraposição à modernização capitalista. Assim, graças à repetição desta necessidade de efetivar o resgate da tradição dos agricultores, toma-se como objetivo central refletir sobre a fala de resgate à tradição propagada pelos agricultores agroecológicos; pelos técnicos que com eles trabalham e pelos estudiosos que escrevem sobre esta temática, procurando entender, por meio de uma análise de trabalhos que tratam das experiências com as Sementes da Paixão, quais seriam as condições de existência da invenção desta tradição, e qual o intuito de promover tal resgate dentro de um contexto histórico moderno. Conclui-se que a chamada tradição não se oporia à modernidade e à ciência, mas seria um modo de desenvolvimento e aplicação de saberes distintos do padrão dominante de racionalidade.
ResumoDentre as estratégias do Estado para promover a agricultura familiar, a prática da agroecologia abre possibilidades para uma maior dinamização produtiva e econômica, aliando processos naturais a estruturas sociais e valorizando atributos peculiares dos territórios locais. Destacaremos, nesse artigo, a prática da agricultura de base ecológica que vem apresentando uma crescente visibilidade na Microrregião de Campina Grande-PB, onde existem sete feiras agroecológicas. Pretendemos discutir como se articulam agricultores, setores sindicais, ONGs e órgãos públicos para a realização das feiras mencionadas, utilizando como perspectiva de análise a teoria do Ator-Rede (TAR), de Bruno Latour. Para tanto, utilizou-se como técnicas de investigação a observação não participante, pesquisa documental e entrevistas semiestruturadas com os feirantes e as distintas representações que apoiam as feiras. Conclui-se que a heterogeneidade com que as redes se apresentam demonstra diferenças quanto ao apoio efetivo à agricultura familiar e às práticas agroecológicas na área da pesquisa em questão.Palavras-chave | Agroecologia; articulações interinstitucionais; Campina Grande; feiras agroecológicas; políticas públicas; teoria ator-rede.Código JEL | O13; Q18; Q58.
Resumo O fomento da atividade produtiva agroecológica no Brasil se dá por meio do trabalho conjunto de um grupo de indivíduos, representantes de discursos e instituições, os quais se constituem como atores-chave para o entendimento das dinâmicas atuais do rural brasileiro. Neste artigo, analisamos a institucionalização do campo agroecológico nacional, focalizando as redes tecidas para sua construção, seus discursos de transformação social, os atores envolvidos e suas implicações na construção das políticas no setor. A perspectiva teórico-metodológica se baseia na Teoria Ator-Rede, de Bruno Latour (2012), consistindo o trabalho de campo na realização de entrevistas semiestruturadas com uma amostra não probabilística de atores do referido campo e na análise de suas trajetórias. Dentre as conclusões principais, destacamos a de que a atividade produtiva agroecológica no Brasil conecta um sistema informal e internacional de contatos transdisciplinares que relaciona pesquisas acadêmicas, prática docente e atividades de extensão, produzindo um movimento de legitimação do campo.
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