Universidade Federal do Rio Grande do Norte Resumo O presente estudo analisa o relacionamento entre os valores organizacionais e os níveis da síndrome de burnout, em três hospitais universitários do Rio Grande do Norte. Foi desenvolvido com uma amostra de 205 profissionais de saúde, através da aplicação de questionários estruturados. Os dados foram submetidos a análises quantitativas (por exemplo, análises das distribuições de freqüência, de variância e de regressão). Os resultados apontam convergência dos escores nos fatores dos valores ideais por organização participante e divergências no que se refere tanto aos escores dos fatores dos valores reais quanto às descompensações axiológicas (diferenças entre ideal e real). Os participantes diferem quanto ao avanço do processo de desenvolvimento da síndrome de burnout por organizações. Constatou-se o papel de mediação das organizações no relacionamento entre valores organizacionais e a síndrome de burnout, de modo que os pólos axiológicos efetivamente relacionados à referida síndrome e/ou aos seus fatores dependem da configuração geral da cultura organizacional de cada uma e dos conflitos que lhe são inerentes. Palavras-chave: Valores organizacionais; síndrome de burnout; análise de regressão; estresse; cultura organizacional.
Mudanças na estrutura do sistema produtivo têm tornado as organizações mais complexas e repercutido nas relações de trabalho, implicando mais instabilidade nos empregos e renovando velhas angústias daqueles que trabalham. A lógica do produzir mais com menos recursos não é nova, porém sua revalorização é cada vez mais assimilada. Há, também, uma tendência a esperar mais adaptação do trabalhador à produção, por meio de mudanças como o desenho de cargos com atribuições mais variadas e mais complexas, de estruturas menos hierarquizadas e de maior atenção à relação do trabalhador ao usuário.Essas configurações organizacionais têm demandado, em diferentes graus e por entre os diversos setores produtivos, novas exigências de qualidade na execução das tarefas, mais qualificação e novas competências do trabalhador. Tais demandas incidem particularmente no setor de serviços, face às suas peculiaridades, como o caráter direto do relacionamento do trabalhador com o cliente ou usuário e a diversidade das informações.Essas demandas são ainda maiores nos serviços de saúde em decorrência da ênfase na nobreza da missão dessas organizações e da busca por equacionar preceitos éticos e racionalidade técnica (Santana, 2001). Além disso, os serviços de atenção à saúde guardam especificidades relativas ao trato com a dor, ao sofrimento e ao mal-estar orgânico, emocional e social das pessoas. Portanto, requerem dos profissionais uma carga adicional de competências interpessoais, além das condições inerentes ao exercício profissional que incluem trabalho em turnos e escalas com fortes pressões externas.No serviço de atenção à saúde, as características assinaladas ampliam-se quando delimitadas na esfera do setor público. As dificuldades estruturais são retratadas no cotidiano da sociedade brasileira, principalmente no que concerne à visão do usuário, mas também afetam os profissionais de saúde, visto que eles são obrigados a conviver com tais dificuldades e, muitas vezes, até serem responsabilizados pelas mesmas.Desse modo, à dificuldade por equacionar princípios e técnicas, acrescenta-se o dever em cumprir os princípios do Sistema Único de Saúde (SUS). Logo, os profissionais de saúde do setor público, geralmente, são exigidos quanto ao Resumo Estudos anteriores têm assinalado a associação da incidência da síndrome de burnout e os valores organizacionais (valores atribuídos às organizações pelos empregados em um nível ideal e real). Em tal contexto, foi desenvolvida pesquisa em uma maternidade pública em 2003, replicando uma pesquisa anterior realizada em 2000, objetivando comparar os resultados. Aplicaram-se o Inventário de Valores Organizacionais e o Inventário de Maslach sobre burnout, numa amostra de 48 profissionais de saúde, e entrevistas, numa sub-amostra. Os resultados indicaram ocorrer uma redução nas diferenças entre níveis de análise ideais e reais dos valores organizacionais, principalmente no pólo de igualitarismo. Esses resultados associam-se às mudanças na gestão organizacional. Os níveis de burnout entre os profissionais ...
Trata-se de estudo dos efeitos da situação de desemprego sobre o bem-estar psicológico, que se serve de referencial teórico eminentemente psicossocial, segundo modelo explicativo de Warr (1987). Em sua metodologia semi-experimental, para testar a relação entre o desemprego e a deterioração do bem-estar psicológico, foram comparadas as médias dos escores do Questionário de Saúde Geral, de Goldberg, versão 12 itens, entre empregados (N=184) e desempregados (N=458), exercendo-se o controle de variáveis sociodemográficas. Assim, obteve-se o resultado de que a deterioração do bem-estar psicológico, na amostra de empregados, foi menor que na dos desempregados, confirmando-se a hipótese de que a situação de desemprego causa deterioração do bem-estar psicológico. Também foi investigado o papel mediador das variáveis centralidade do trabalho, apoio social percebido e características sociodemográficas sobre o sofrimento psicológico dos desempregados. Provas estatísticas forneceram resultados significativos de associação, predição e F value para as variáveis participação no orçamento familiar, número de filhos, apoio social percebido, religião e freqüência à igreja. Não foram encontradas associações significativas para gênero, idade, grau de instrução, renda, centralidade do trabalho e tempo de desemprego.
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