No abstract
Resumo A fim de pensar o estatuto da arte a partir da Análise de Discurso (AD), este artigo empreende a teorização do regime estético das artes como Formação Discursiva Estética (FDE). Para exemplificar o funcionamento dessa FD em torno do questionamento das evidências e do estabelecimento do equívoco como modo mesmo de produção de sentidos, lança mão da análise de uma sequência do filme O Fantasma da Liberdade, escrito por Luís Buñuel e Jean-Claude Carrière, representativa da posição-sujeito surrealista. Nessa sequência, pelo surgimento do absurdo, os sentidos de fantasma e liberdade respondem a uma multiplicidade que é característica do discurso artístico estético, tal como surge na FDE, estabelecendo-se a polissemia como processo dominante, mesmo no seio dos processos parafrásticos.
RESUMO: Em 2016, a proposta de Projeto de Lei intitulada Escola sem Partido foi apresentada em âmbito nacional no Brasil. Apesar de não aprovada em âmbito nacional, essa proposta circulou em estados e municípios, sendo referendada em alguns casos. O projeto visa coibir manifestações consideradas políticas e ideológicas por parte dos professores em sala de aula, a fim de não influenciar as escolhas políticas e morais dos estudantes. No presente trabalho, a partir do aparato teórico da Análise de Discurso fundada por Michel Pêcheux, analisamos um trecho do projeto confrontado com um trecho de uma paródia musical que figura no site de campanha do Movimento Escola sem Partido. Nossa hipótese inicial é a de que a designação "ideologia" presente no projeto é determinada em outro espaço, o do material de divulgação do PL. Palavras-chave: Escola sem partido; ideologia; práticas discursivas de intolerância. RESUMEN:En 2016, la propuesta de Proyecto de Ley titulada Escola sem partido fue presentada a nivel nacional en Brasil. A pesar de no aprobada en el país, esa propuesta circuló en estados y municipios, siendo aprobada en algunos casos. El proyecto pretende cohibir manifestaciones consideradas políticas e ideológicas por parte de los profesores en el aula, a fin de no influir en las elecciones políticas y morales de los estudiantes. En el presente trabajo, a partir del aparato teórico del Análisis de
Em março de 2016, o ex-presidente Lula foi conduzido de forma coercitiva pela Polícia Federal a fim de prestar depoimento sobre seu envolvimento em atividades suspeitas investigadas pela Operação Lava Jato. Tendo sido proibida a filmagem ou qualquer outro registro da condução coercitiva, a mídia nacional passou a trabalhar nas margens dessa “imagem negada”. No presente trabalho, investigamos os processos de produção de sentidos em torno da “imagem ausente” através de outras imagens e materialidades que circularam no jogo discursivo-midiático em torno da desestabilização/estabilização de evidências sobre os acontecimentos de quatro de março. Para tanto, foram fundamentais os conceitos de falta, excesso e estranhamento, mobilizados por Ernst. Partimos da hipótese de que, respondendo à falta do registro imagético, estabeleceu-se uma profusão de outras discursivizações imagéticas, audiovisuais e/ou verbais.
Neste artigo, filiadas à Análise do Discurso fundada por Michel Pêcheux, propomo-nos a analisar o conto ‘O homem podre’, de Natália Borges Polesso (2018), escritora brasileira contemporânea, pensando o discurso literário como o lugar em que a lógica binária que rege o ‘mundo semanticamente normal’ é suspensa e dá espaço para o equívoco, o absurdo e o non-sens. Para tanto, articulamos aos pressupostos teóricos da AD o conceito de revolução estética, tal como pensado por Jacques Rancière, a fim de configurar o que chamamos de Formação Discursiva Estética (FDE), região do interdiscurso cujos saberes prototípicos giram em torno do desmonte da ilusão de transparência e unidade. O processo pendular entre teoria e corpus próprio aos procedimentos analíticos da teoria do discurso mostrou que, no conto em análise, o efeito de questionamento das evidências está relacionado ao jogo equívoco entre a ilusão de literalidade, o metafórico e o metonímico. No texto, o literal insurge-se no lugar em que comumente o metafórico é esperado, de forma a implodir as barreiras entre o que seria o sentido ‘legítimo’ de uma dada palavra ou enunciado e o sentido tomado no senso comum como marginal. Esse procedimento estético flagra o real da língua, sempre dissimulado em outras formações discursivas, o que se desdobra em uma potência transgressora própria do artístico e do literário.
Este é um artigo de acesso aberto, licenciado por Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional (CC BY 4.0), sendo permitidas reprodução, adaptação e distribuição desde que o autor e a fonte originais sejam creditados. RESUMO-O propósito deste trabalho é pensar o estatuto simbólico do corpo, sua materialidade significante, considerando sua (inter)relação com a memória e a linguagem. Com essa finalidade, refletiu-se, a partir da inter-relação possível de ser estabelecida entre o quadro de Eugène Delacroix, "La liberté guidant le peuple" e o cartaz de Elsa Riemer da 2ª Marcha das Vadias, realizado em Maringá no Paraná, sobre o corpo como materialidade significante e histórica inscrita em uma rede de memória, ora sendo por essa rede absorvida, ora com ela rompendo.
O texto trata da confi guração discursiva de enunciados humorísticos sobre gênero na rede social Twitter, considerando o jogo de relações que caracterizam as (im)possibilidades enunciativas, “previstas” no arquivo, visto como a lei do que pode ser dito e, consequentemente, do que não pode ser dito. Essa regularização dos enunciados que defi ne o processo discursivo humorístico, muitas vezes, apresenta-se como transgressão, como descontinuidade dos sentidos que formam uma determinada região do arquivo, ou seja, uma formação discursiva, o que, em termos pecheuxtianos, poderia ser sintoma da apreensão do processo significante da interpelação ideológica. Todavia, trabalha-se, neste artigo, o humor autenticando enunciados que conjuram o “sortilégio”, presente no ritual ideológico, de manutenção de uma determinada ordem social em que prevalece o androcentrismo.
scite is a Brooklyn-based organization that helps researchers better discover and understand research articles through Smart Citations–citations that display the context of the citation and describe whether the article provides supporting or contrasting evidence. scite is used by students and researchers from around the world and is funded in part by the National Science Foundation and the National Institute on Drug Abuse of the National Institutes of Health.
hi@scite.ai
10624 S. Eastern Ave., Ste. A-614
Henderson, NV 89052, USA
Copyright © 2024 scite LLC. All rights reserved.
Made with 💙 for researchers
Part of the Research Solutions Family.