Neste trabalho, apresentamos um conjunto de atividades didáticas que podem ser utilizadas para explorar conceitos de Física Quântica a partir da simulação computacional do Interferômetro de Mach-Zehnder. Tais atividades foram desenvolvidas à luz de pressupostos da teoria da mediação de Vygotsky e da filosofia linguística de Bakhtin, durante uma pesquisa de doutorado. O conjunto de atividades faz parte de uma das etapas de reestruturação da simulação computacional, permitindo explorar, além da polarização da luz e os detectores demolição, os divisores de feixe com coeficientes variáveis e os detectores não-demolição. É possível simular, então, a interferência em regime clássico (fonte laser), em regime quântico (fótons únicos), os fenômenos intermediários de interferência quântica e o emaranhamento quântico. A compreensão desses fenômenos pelos estudantes não é trivial, uma vez que exige mudanças qualitativas profundas. A mediação realizada pelo software e atividades didáticas procura se constituir como um meio para que tais mudanças se estabeleçam. Essas atividades didáticas, cuja principal função é atuar como ferramentas mediadoras no processo de ensino-aprendizagem, podem servir como ponto de partida para abordagens mais fenomenológicas da Física Quântica (sem, necessariamente, se restringir a elas) tanto nos cursos de licenciatura quanto de bacharelado em Física.
Este trabalho apresenta os resultados de uma pesquisa de doutorado envolvendo o estudo do emaranhamento quântico na disciplina de Física Moderna e Contemporânea de um curso de Licenciatura em Física. O marco teórico-metodológico adotado foi a teoria da mediação de Vygotsky e a filosofia linguística de Bakhtin. A partir da simulação computacional do emaranhamento quântico no Interferômetro Virtual de Mach-Zehnder e considerando uma abordagem fenomenológica, buscou-se compreender quais são os recursos utilizados e as dificuldades enfrentadas pelos futuros professores ao propor uma explicação para o fenômeno. Os estudantes trabalharam em duplas, utilizando um roteiro exploratório e as interações discursivas resultantes foram gravadas em áudio para posterior transcrição e análise. Os resultados obtidos mostram que, frente ao caráter bastante contraintuitivo do fenômeno, os estudantes acabam recorrendo a modelos clássicos que dificultam o reconhecimento do caráter não local, fundamental para a compreensão do emaranhamento quântico. Além disso, o resultados evidenciam o papel do software e do roteiro exploratório como ferramentas mediadoras, uma vez que promovem ricas trocas discursivas entre os estudantes, as quais são fundamentais para que consigam prosseguir na atividade.
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