Ivani Cristina Voos e Fábio Peres GonçalvesEste trabalho tem como objetivo apresentar reflexões sobre a tecnologia assistiva e o ensino de quími-ca para estudantes cegos por meio da análise de compreensões atribuídas a ela na literatura. Para tanto, fundamenta-se em ideias de estudiosos acerca da tecnologia. À luz do que é apresentado, discutem-se acepções e se revisam trabalhos relacionados à tecnologia assistiva na educação, de modo geral, e no ensino de química, em particular. Argumenta-se a necessidade de enfrentar compreensões de tecnologia assistiva que a reduzem a artefatos e equipamentos, assim como a visão do instrumentalismo em relação à tecnologia, cuja consequência pode ser o entendimento de que a tecnologia assistiva supre sozinha a necessidade do aluno cego nas aulas de química. Apontam-se ainda implicações ao processo de ensino e aprendizagem de química e à formação de docentes nessa área. tecnologia assistiva, cegos, ensino de químicaTecnologia assistiva e ensino de química: reflexões sobre o processo educativo de cegos e a formação docente A seção "Espaço aberto" visa abordar questões sobre Educação, de um modo geral, que sejam de interesse dos professores de Química.A presença de alunos cegos na educação básica e superior pode trazer à tona inseguranças por parte dos professores e das instituições educacionais. Porém, há algum tempo pesquisadores, entre os quais Camargo e Nardi (2007), García, Caldera e Jiménez (2002) e Soler (1999), vêm apontando contribuições ao trabalho com cegos em aulas de ciências da natureza.http://dx.doi. org/10.21577/0104-8899.20160041 A o longo da história, a pessoa cega foi discriminada, relegada a uma condição marginal na sociedade. Foi vítima de preconceito, como outros sujeitos que não se enquadravam nos "padrões de normalidade". Com a intenção de favorecer a modificação das condições dessas pessoas, no Brasil, leis e decretos foram sancionados, por exemplo. Mas, apesar de essenciais, estes são insuficientes para catalisar as mudanças almejáveis. No caso da educação escolar, as transformações podem ser favorecidas por meio de estudos de temas relacionados à inclusão -termo cuja acepção é bastante polissêmica -na formação docente.De acordo com o Censo da Educação Básica de 2006, citado na Política de Educação Especial (Brasil, 2007a), o número de alunos com "deficiência" 1 , no ensino denominado regular, era de 325.316, na época de sua realização. Destes, 3.999 tinham cegueira. Já o Censo da Educação Superior 2010 (Brasil, 2010) constatou que 20.338 pessoas "deficientes" estavam matriculadas nesse nível de ensino em cursos de graduação, sendo 2.874 com cegueira.A presença de alunos cegos na educação básica e superior pode trazer à tona inseguranças por parte dos professores e das instituições educacionais. Porém, há algum tempo pesquisadores, entre os quais Camargo e Nardi (2007), García, Caldera e Jiménez (2002) e Soler (1999), vêm apontando contribuições ao trabalho com cegos em aulas de Ciências da Natureza. A literatura também tem sinalizado a chamada tecnol...
A relação homem/animal existe desde os tempos mais remotos. Porém, apenas na idade contemporânea tornou-se fonte de pesquisas no âmbito da saúde, educação e psicologia. Assumindo a premissa mencionada, esta pesquisa tem como objetivo geral analisar como podem ser caracterizadas as habilidades comunicacionais de uma criança com Transtorno do Espectro Autista – TEA - a partir da participação em intervenções assistidas por animais. Os instrumentos de coleta de dados da pesquisa são: diários de bordo e videogravações das intervenções, que foram transcritas e, posteriormente, analisadas seguindo alguns princípios do estudo de caso. As intervenções aconteceram remotamente, pela plataforma Google Meet, devido às restrições impostas pela Covid-19 e ocorriam quinzenalmente, realizadas com o consentimento e acompanhamento da família. O trabalho foi realizado numa instituição da rede federal de educação em parceria com o Corpo de Bombeiros de Santa Catarina e contou com a participação de 6 pesquisadoras, uma criança com TEA e dois cães. Pudemos inferir que houve intenções linguísticas por parte da criança, entretanto, é importante destacar que as mesmas foram analisadas com parcimônia dado o contexto vivenciado.
ResumoEste artigo tem como objetivo realizar uma breve análise dos Objetos Educacionais Digitais (OED) disponíveis nas coleções didáticas da componente curricular Física selecionadas no Programa Nacional do Livro Didático (PNLD/2015), a fim de averiguar se os mesmos apresentam recursos de acessibilidade para estudantes com deficiência visual. Foram analisadas as quatro coleções de Física que disponibilizaram o recurso digital como parte integrante da obra. Discutir a acessibilidade disponibilizada nos recursos digitais se faz necessária visto o crescente número de estudantes com deficiência visual no ensino regular. Após as análises concluiu-se preliminarmente que nenhuma das quatro coleções apresenta acessibilidade para os recursos, fato esse que pode ser negativo para o processo educativo de estudantes cegos e baixa visão que farão uso dos OED. Palavras-chave:Estudantes cegos e baixa visão; Objeto Educacional Digital (OED); Física; Acessibilidade.
ResumoEste trabalho visa apontar possíveis relações entre os estudos que indicam a necessidade de educação para o usuário final de Tecnologia Assistiva e o modelo social da deficiência. Desejamos contribuir com possíveis aspectos que explicitam a importância das "vozes" das pessoas com deficiência no processo de escolha e uso de recursos e serviços de Tecnologia Assistiva, visto que são esses os conhecedores das reais necessidades vivenciadas pela experiência da deficiência. Buscando melhor elucidar a relevância das "vozes" das pessoas com deficiência em relação à temática, convidamos sete pessoas usuárias de Tecnologia Assistiva, para responderem um questionário on-line, as respostas foram submetidas a análise textual discursiva. As narrativas apontaram que a educação do usuário deve ser considerada o elemento mais importante para que possam ser protagonistas de todo o processo, desde a identificação da necessidade até o uso do recurso ou do serviço de Tecnologia Assistiva.Palavras-chave: Tecnologia Assistiva; Usuários Finais; Educação; Modelo Social da deficiência. Participate why and for what? What the end-users of Assistive Technology say about AbstractThis work aims to identify possible relationships between studies that indicate the need for education to the end user of Assistive Technology and the social model of disability. We wish to contribute to possible aspects that explain the importance of the "voices" of people with disabilities in the process of selection and use of Assistive Technology resources and services, because they are who really know about the needs experienced by the experience of disability. Seeking to further elucidate the relevance of the "voices" of people with disabilities in relation to the theme, we invite seven people who use Assistive Technology, to answer an online questionnaire, the answers were submitted to discourse textual analysis. The narratives indicated that user education should be considered the most important element for them to be protagonists of the entire process, from identification of the need to use the facility or Assistive Technology Service.
RESUMO: Esta pesquisa teve como objetivo analisar como podem se caracterizar potencialidades e limites de um processo formativo envolvendo docentes da Educação Especial, a fim de favorecer reflexões sobre a atuação do educador especial diante do ensino e da aprendizagem de Ciências da Natureza envolvendo estudantes cegos e baixa visão. Para tanto, foi desenvolvido um processo formativo com 17 professores, dos quais dois eram cegos, da área de Educação Especial de uma Rede Municipal de Ensino. A pesquisa de natureza qualitativa teve o corpus da análise constituído por: produções textuais dos professores decorrentes de atividades realizadas no processo formativo; registros em um diário virtual coletivo e textos originados da transcrição de entrevistas semiestruturadas. A análise textual discursiva foi escolhida como procedimento analítico. A partir disso, foi possível averiguar que os docentes da Educação Especial, em parte, reconhecem os limites em sua atuação no que tange o ensino de Ciências da Natureza para estudantes cegos e baixa visão. Com base na categoria circulação intercoletiva, oriunda da epistemologia de Ludwik Fleck, chama-se atenção para a importância de interação dos educadores especiais com diferentes profissionais, que pode ajudá-los a enfrentar os limites de sua atuação relativa ao ensino e à aprendizagem de Ciências da Natureza.
Resumo: O presente trabalho objetiva investigar as relações estabelecidas por uma criança com paralisia cerebral e o brinquedo, bem como, os possíveis processos de desenvolvimento cognitivo envolvidos nesta relação. Durante o período de realização das atividades utilizou-se brinquedos adaptados e controlados com uso do acionador. Foi preciso apontar, com a participação da criança, qual o modelo de acionador mais indicado com as suas habilidades motoras. As atividades investigativas foram realizadas no Atendimento Educacional Especializado (AEE) de uma escola pública, com um estudante de 9 anos de idade com diagnóstico de paralisia cerebral. Os atendimentos foram vídeo-gravados e registrados no diário de bordo da professora de educação especial. Neste trabalho buscamos apresentar resultados parciais das atividades realizadas, visto a vigência dos atendimentos. Assim, diante da análise realizada, já é possível inferir que a oferta de brinquedos adaptados e o uso do acionador de pressão viabilizam melhor envolvimento e autonomia da criança com o ato de brincar e podem se tornar aliados no desenvolvimento de outras habilidades cognitivas, em destaque, a comunicação. Palavras Chaves: Tecnologia Assistiva; Brinquedos Adaptados; Acionador; Atendimento Educacional Especializado. CHILDREN WITH CEREBRAL PALSY, PLAY, AND ASSISTIVETECHNOLOGY: A CASE REPORT Abstract: This paper aims to investigate relationships and possible developmental processes of a child through play. During the period of the activities the need to offer adapted and device-controlled toys has been highlighted. Research activities have been carried out by Special Education Services faculty (Atendimento Educacional Especializado -AEE) at a public school, with a 9-year-old student diagnosed with cerebral palsy. The activities have been video-recorded. In this work we present partial results of the activities undertaken to the date. Thus, it is possible to infer that the supply of toys adapted for the use of the trigger use allow for involvement and autonomy of the child within the act of playing and can foster the development of functions such as communication.
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