Resumo Fizemos estudo transversal para iniciar coorte em dois Hospitais Universitários de dois países - Brasil e Colômbia - para avaliar a prevalência de acidentes com material biológico (AT-MB), o nível de adesão às Precauções Padrão (PP) e o conhecimento sobre patógenos transmissíveis pelo sangue e fatores associados entre trabalhadores e estudantes da saúde, no marco da implementação da norma NR-32. Criamos escalas para estimar conhecimento e adesão baseadas em 12 e 11 perguntas respectivamente. Utilizamos Regressão de Poisson-Tweedie para avaliar a associação do conhecimento e da adesão às PP com sofrer AT-MB. Avaliamos 965 indivíduos (348 estudantes e 617 profissionais). O conhecimento teve média de 10,98 com mediana de 11 (10, 12) e α-Cr de 0,625. A média de adesão foi de 30,74 com mediana de 31 (28, 34) e α-Cr de 0,745, associando-se a País, grupo (estudantes) e percepção de risco. Entre os fatores associadas ao relato de AT-MB encontraram-se o conhecimento, a adesão às PP, País de origem e ter tomado o esquema completo de vacinação contra Hepatites B. Concluímos que o nível de conhecimento e adesão foram adequados, ainda melhores entre os participantes do Brasil e associaram-se ao relato AT-MB.
O objetivo do estudo foi analisar se o tipo de vínculo de trabalho está associado a diferenças no acesso e utilização dos serviços de saúde. Utilizando os microdados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD/2008) foram estudados trabalhadores de 18 a 64 anos (N = 152.233), de ambos os sexos. Foram calculadas prevalências e razões de prevalência brutas e ajustadas das características de saúde dos trabalhadores por meio de regressão de Poisson. Em relação aos formais (n = 76.246), os informais (n = 62.612) e desempregados (n = 13.375) apresentaram menor escolaridade, menor renda mensal, pior estado de saúde autorreferido, maior frequência de "acamado nas duas últimas semanas", maior dificuldade de acesso e menor procura e uso dos serviços de saúde, mesmo após ajuste para sexo, faixa etária, região, escolaridade e informante. Há necessidade de políticas de saúde que diminuam a desigualdade no acesso aos serviços de saúde pelos trabalhadores informais e desempregados.
A utilização de agrotóxicos nas lavouras brasileiras aumentou junto à elevação média anual de 25,3% das notificações de intoxicações ocupacionais. O objetivo do estudo foi descrever aspectos sociodemográficos, de trabalho, saúde, uso de pesticidas e sua relação com a Segurança Alimentar e Nutricional em 107 domicílios de agricultores familiares em Ibiúna, SP.Foi aplicado questionário sobre a produção agrícola, uso de agrotóxicos, dados de trabalho, além da Escala Brasileira de Segurança Alimentar e Nutricional.Foram encontrados 46% de insegurança alimentar (leve ou moderada), baixa escolaridade (70,1%) e baixa renda (67,2% recebiam até um salário mínimo per capita). A população amostrada em Ibiúna apresentou 29,0% de autopercepção de saúde de regular a ruim. Os agricultores utilizavam 55 tipos diferentes de pesticidas, com grande proporção daqueles que contém na sua composição Paraquat, Glifosato e 2,4D. O uso de EPIs foi negado por 14,7% e 46,1% relataram uso parcial.Os agricultores de Ibiúna utilizavam grande quantidade de agrotóxicos, comprometendo a qualidade dos alimentos produzidos e a garantia da SAN. O “uso seguro” foi considerado impraticável em locais de redução da produção de Alimentos Básicos.
Estudamos o método denominado lean production como um dos elementos associados com riscos psicossociais relacionados ao trabalho em empresa multinacional de autopeças após sua fusão com outras multinacionais. Analisamos qualitativamente dois momentos: o primeiro por meio de observação local e entrevistas-chave com gerentes e trabalhadores, quando da implantação do lean production em 1996; o seguinte, confrontando 16 anos mais tarde dados de pesquisa documental em registros de inspeção de condições de trabalho elaborado pelo Ministério do Trabalho e Emprego e procedimentos judiciais iniciados pelo Ministério Público do Trabalho. A fusão implicou demissões, substituições e aumentos da jornada de trabalho. Houve a abertura de Ação Civil Pública suscitada pela piora das condições de trabalho. O novo modelo produtivo trouxe riscos psicossociais que reforçaram a necessidade da precaução em saúde do trabalhador quando mudanças no processo produtivo introduziram novos e maiores riscos de doenças físicas e mentais.
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