INTRODUÇÃO: Má rotação intestinal é entidade clínico-cirúrgica que faz parte do cotidiano do cirurgião pediátrico, mas que se torna um desafio diagnóstico quando desenvolve sintomas em adolescentes e adultos. RELATO DO CASO: Mulher deu entrada no hospital com quadro de intensa dor abdominal com três dias de evolução e piora progressiva nas últimas 24 horas. A dor apresentava piora importante após as refeições, quando era acompanhada de náuseas e vômitos. Ao exame físico apresentava-se em bom estado gera, abdômen plano, flácido, ruídos presentes, levemente doloroso à palpação de epigástrio, mas sem sinais de irritação peritoneal. Exames laboratoriais encontravam-se dentro dos limites da normalidade, bem como estudo ultrassonográfico. Não houve melhora clínica apesar do tratamento instituído e optou-se por investigação cirúrgica por tomografia sugerir má rotação intestinal. No intra-operatório observou-se todo o intestino delgado disposto para o lado direito do abdômen e o cólon para o lado esquerdo. Além disto, o jejuno proximal encontrava-se isquêmico e fazendo um volvo de 720º sobre o eixo dos vasos mesentéricos superiores. Para a correção da anomalia fez-se enterotomia do jejuno proximal, a cerca de 10 cm do ligamento de Treitz, e desconfecção do volvo, o que cursou com melhora progressiva da isquemia intestinal, permitindo que se fizesse enteroanastomose. Realizou-se ligadura do pedículo da artéria cólica média em sua origem e colectomia direita seguida de anastomose íleo-transversa látero-lateral. A paciente evolui bem. CONCLUSÃO: - A má rotação intestinal em adultos é doença de difícil diagnóstico primário, devido a não constar entre as hipóteses diagnósticas iniciais do cirurgião geral.
O tratamento das lesões do cólon têm se modificado com relação à escolha da técnica do reparo primário à colostomia e ao reparo secundário. Entre os fatores de risco para síntese primária está o tempo transcorrido. O objetivo deste estudo é avaliar as interferências do tempo transcorrido entre a feitura da lesão e a síntese, sobre o processo de cicatrização. Para isto utilizaram-se 80 ratos Wistar PUC-PR. Sob anestesia inalatória confeccionou-se uma lesão no cólon esquerdo compromentendo 50% da circunferência da intestinal. Após 12, 18 e 24 horas procedeu-se à síntese. Comparou-se estas colorrafias com as realizadas imediatamente após a lesão. Avaliaram-se as cicatrizes com 4 e 7 dias, verificando-se a existência de deiscências, a capacidade de suportar pressão e a síntese de colágeno. Registrou-se o óbito de 5 ratos. Encontrou-se peritonites nos 3 grupos de experimento que comparadas ao controle mostraram alta significância, para o grupo B (p=0,0018), para o C (p=0,0033) e para o D (p=0,000008)q Deiscências se fizeram presentes 19 vezes, tendo sido significante no grupo de 24 horas (p=0,000002). A quantidade de colágeno maturo (tipo I), no 4.º dia é semelhante ao controle no grupo de 12 e 18 horas e menor no grupo de 24 horas (p<0,05). No 7.º dia é menor no grupo de 18 horas (p<0,05) e no de 24 horas (p=0,00001). Havia menor concentração de colágeno imaturo (tipo III) no grupo de 24 horas no 4.º dia (p=0,000268) e no 7.º dia nos grupos de 18 horas (p=0,0009) e de 24 horas (p=0,000009). Conclui-se que as sínteses retardadas com mais de 12 horas, no cólon esquerdo aumentam a morbidade e retardam a maturação do colágeno.
Complicações relacionadas com a anastomose são descritas com freqüência nas cirurgias para o tratamento da doença inflamatória do cólon. Para conhecer a interferência da inflamação na cicatrização de anastomoses 40 ratos Wistar são utilizados e divididos em 2 grupos. Um deles serviu de controle e no outro induziu-se doença inflamatória com ácido acético 10% por sondagem retal. No sétimo dia procedeu-se à laparotomia em ambos os grupos, colotomia e anastomose término-terminal com pontos separados em plano único. Avaliadas no terceiro e sétimo dias, pode-se verificar que o número de complicações no grupo de animais com doença inflamatória foi maior assim como a mortalidade. As deiscências com peritonite foi a situação mais comum (p=0,0222). A capacidade de suportar pressão, nas anastomoses que evoluíram sem complicações foi menor nestes cólons, porém a diferença quando comparada ao controle não foi significante (p=0,0836). Verificou-se que as anastomoses construídas em cólons com doença inflamatória apresentavam maior concentração de colágeno total, com predomínio de colágeno imaturo (tipo III) (p=0,0000) enquanto que nas feitas em cólons normais predominava colágeno maduro (tipo I) (p=0,0102). Observou-se ainda que a organização do colágeno era menor, no terceiro dia, nas anastomoses com doença inflamatória. Entretando a análise da reação inflamatória ao nível da anastomose foi semelhante nos dois grupos. Estes resultados permitem sugerir que a doença inflamatória leva a aumento do número de deiscências provavelmente pelo atraso da maturação e ordenação do colágeno.
Muito se tem questionado sobre os efeitos da isquemia intestinal seguida de reperfusão (I/R), chamando a atenção para o papel dos leucócitos na patobiologia da I/R. A fisiopatogenia das lesões está intimamente ligada à geração de radicais de oxigênio durante o período em que se processa a reperfusão. A ruptura da barreira intestinal permitindo a translocação bacteriana agravaria ainda mais estas lesões. Este estudo tem por objetivo avaliar as lesões intestinais na vigência de isquemia e na reperfusão com e sem antibioticoterapia. Submeteram-se 42 ratos Wistar à anestesia e laparotomia mediana. Obteve-se isquemia intestinal por clampeamento das artérias mesentéricas cranial e caudal por 30 minutos. Após reperfundiu-se por igual tempo. Metade destes animais receberam 50 mg/kg de eritromicina por via oral nas 24 horas que antecederam o procedimento. Cada um destes grupos foi subdividido em outros 3, constituíndo os subgrupos de controle, isquemia e isquemia/reperfusão. Ao final, ressecaram-se segmentos do intestins delgado para processamento histológico. Avaliaram-se os resultados pela escala de CHIU e col. e submeteram-se os resultados à tratamento estatístico. Observou-se que a mucosa intestinal apresentava-se com padrão normal nos grupos de controle, tanto com antibioticoprofilaxia como sem. Os intestinos submetidos à isquemia com ou se antibioticoprofilaxia mostraram, lesões com descolamento e perda de vilosidades até infartamento transmucoso. Os intestinos reperfundidos apresentavam lesões semelhantes. Verificou-se que os intestinos reperfundidos que receberam antibioticoprofilaxia apresentavam lesões mais graves do que os que sofreram isquemia sem antibioticoprofilaxia (p=0,0303). Concluiu-se que o uso de antibióticos pré-isquemia não diminui a gravidade das lesões histopatológicas da mucosa intestinal, não protegendo das lesões após a reperfusão.
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