Resumo O fenômeno da violência produz impactos importantes para o setor saúde, seja como fator de agravo à população, ou como barreira de acesso aos serviços. Este artigo é uma nota preliminar de pesquisa exploratória qualitativa. Faz uma revisão sucinta da literatura sobre violência urbana e agravos psicossociais, descreve e analisa o desenvolvimento das ações de saúde mental do Núcleo de Apoio a Saúde da Família (NASF), num contexto de violência. Conclui que, apesar das limitações, a iniciativa do NASF mostra-se valiosa, como vetor de cuidado à população e aos profissionais de atenção primária, e articulador das estratégias psicossociais no território.
Introdução:As primeiras experiências com drogas ocorrem freqüentemente na adolescência. Nessa fase, geralmente ocorrem grandes mudanças biopsicosociais. Esses aspectos psicológicos, socioculturais e neurológicos têm sido amplamente pesquisados de maneira a entender a associação entre infância/ adolescência e a maior susceptibilidade em relação à experimentação e uso de drogas. Pesquisas baseadas em exames de ressonância magnética funcional, mostram que novas conexões cerebrais são formadas intensamente no cérebro adolescente, comparando-se apenas ao período pós-natal imediato. As maiores mudanças ocorrem no córtex pré-frontal, região que coordena o pensamento "executivo", em outras palavras, a habilidade de usar a lógica, tomar decisões e avaliar possíveis riscos. Esta estruturação cerebral ajuda a explicar o porquê do comportamento peculiar do adolescente. Há uma complexa rede de neurônios que é ativada quando fazemos atividades que causam prazer, essa busca constante por estímulos prazerosos, está associada a um "sistema cerebral de recompensa". Todos os comportamentos que são reforçados por uma recompensa tendem a ser repetidos e aprendidos. Biologicamente, esse sistema visa garantir a sobrevivência, através da motivação de comportamentos como comer, beber e reproduzir-se. O uso de álcool e outras drogas de abuso também estimulam esse sistema, muitas vezes gerando um prazer muito mais intenso do que as funções naturais. Por provocar inicialmente euforia e bem-estar, os adictos têm uma falsa sensação de efeito benéfico, porém, o uso repetido e frequente acabam conduzindo a um ciclo vicioso, que afeta o cérebro e outros órgãos. A ação de ínfimas quantidades de droga que chegam ao cérebro alteram, e muito, o comportamento, ao atuarem nos mecanismos normais da neurotransmissão. Faz-se necessário entender melhor os mecanismos psicológicos individuais e sociais embasam a drogadição. Afinal, todos H Trabalho apresentado na 29ª Semana Científica da Faculdade de Medicina da UFF, realizada em 30 de novembro e 1
Introdução: a esquizofrenia com início na infância geralmente se refere ao desenvolvimento de alucinações, delírios, e desorganização da linguagem em crianças e adolescentes com menos de 15 anos de idade. É um transtorno incomum, e o início na pré-puberdade é extremamente raro. Os critérios diagnósticos de esquizofrenia são semelhantes exceto pela idade de início -infância, adolescên-cia ou idade adulta. O diagnóstico exige a presença de alucinações incongruentes do humor, delírios e linguagem desorganizada, associados a deterioração do funcionamento. A esquizofrenia é definida na criança como no adulto, à base de sintomas psicóticos, déficit da função adaptativa e duração de no mínimo seis meses. A prevalência da esquizofrenia com início na infância é relatada como 2% da prevalência da esquizofrenia com início na idade adulta. Outros estudos têm indicado que a prevalência da esquizofrenia na infância é menor que 1 por 1000 habitantes e que a prevalência da esquizofrenia em crianças menores de 15 anos é 0,14 por 1000 habitantes. A esquizofrenia hebefrênica é uma forma de esquizofrenia caracterizada pela presença proeminente de uma perturbação dos afetos; as idéias delirantes e as alucinações são fugazes e fragmentárias, o comportamento é irresponsável e imprevisível; existem freqüentemente maneirismos. O afeto é superficial e inapropriado. O pensamento é desorganizado e o discurso incoerente. Há uma tendência ao isolamento social. Geralmente o prognóstico é desfavorável devido ao rápido desenvolvimento de sintomas "negativos", particularmente um embotamento do afeto e perda da volição. A hebefrenia deveria normalmente H Trabalho apresentado na 29ª Semana Científica da Faculdade de Medicina da UFF, realizada em 30 de novembro e 1
Introdução: a utilização de drogas de abuso tem se tornado uma situação corriqueira que assola a sociedade atual, não se restringindo apenas há alguns grupos, mas vem se expandindo progressivamente em todas as faixas etárias, níveis e classes sociais. Essa prática, frequentemente, está correlacionada com o aumento da incidência da criminalidade. Apesar de todas as tentativas de reverter a situação, principalmente com o uso da repressão pelo sistema jurídico, tais tentativas se mostraram inefi cazes para a solução do problema em questão. No ano de 1996 e 1997, no estado do Rio Grande do Sul, foi criado a partir de vários estudos, o "Projeto Consciência", que integrou especialistas de saúde, assistência social e operadores do direito e gerou um programa do Ministério Público de atenção e informações sobre drogas nos planos jurídico e de saúde para os municípios. A partir de 1999, houve a primeira grande parceria com o Poder Judiciário do Estado do Rio Grande do Sul. Sendo assim, é nesse contexto que surge uma nova proposta, o conceito de "Justiça Terapêutica", a qual pode ser compreendida como um conjunto de medidas que visam aumentar a possibilidade de que infratores usuários e dependentes de drogas (lícitas e ilícitas) entrem e permaneçam em tratamento, modifi cando seus anteriores comportamentos delituosos para comportamentos socialmente adequados. O conceito de justiça engloba os aspectos do direito, legais e sociais, enquanto o termo terapêutica, relativo à ciência médica, defi ne tratamento e reabilitação de uma situação patológica. Assim sendo, a nomenclatura Justiça Terapêutica consagra os mais altos princípios do direito na inter-relação do Estado e do cidadão, na busca da solução não só do confl ito com a lei, mas conjugadamente aos problemas sociais de indivíduos e Trabalho apresentado na 29ª Semana Científi ca da Faculdade de Medicina da UFF, realizada em 30 de novembro e 1
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