A partir de uma perspectiva dos estudos do cuidado, este artigo se preocupa em entender como se configuraram as experiências das mulheres com o trabalho culinário doméstico durante os primeiros meses da pandemia de Covid-19. A partir de 594 respostas a um questionário on-line e com uma amostra final centrada nas classes médias, nossos resultados indicam a continuidade da feminilização das atividades domésticas na divisão sexual do trabalho, mesmo diante das transformações nos arranjos domésticos; também encontramos uma ampla carga emocional relacionada à alimentação, que varia desde sentimentos de sobrecarga até sentimentos de afeição ligados ao preparo dos alimentos; por fim, notamos que a responsabilização feminina pela alimentação possibilita uma percepção específica sobre o risco e a vulnerabilidade no contexto pandêmico. O artigo contribui para a discussão sobre as complexidades gendrificadas do "novo normal" no Brasil contemporâneo.
O objetivo deste artigo é caracterizar e analisar as experiências de mulheres e homens que oferecem ou já ofereceram, voluntariamente, escuta e apoio emocional em prol da prevenção de suicídio no Brasil através do Centro de Valorização da Vida (CVV), no posto da organização localizado em Curitiba. Amparado sobre a área dos Estudos do Cuidado, o trabalho analisa o material construído a partir de oito entrevistas qualitativas de modelo semi-estruturado, bem como técnicas de observação participante. Quando observados os demográficos que exercem essa atividade dentro do CVV, constata-se uma inversão parcial dos perfis comumente responsabilizados pelo cuidado ao redor do globo. Ao mesmo tempo, nota-se que diferentes motivações inspiram as mulheres e homens entrevistados a se aproximarem do Centro de Valorização da Vida. Os relatos masculinos são marcados por uma afinidade pela organização estrutural do CVV como via de realização do ímpeto voluntário. Por outro lado, as mulheres entrevistadas relatam que seu engajamento junto à entidade vem de suas próprias vivências íntimas com questões ligadas ao suicídio ou à saúde mental.
No dia 11 de março deste ano, o Instituto Política Por.De.Para Mulherespromoveu, no Teatro da Reitoria da UFPR, o lançamento do livro Gêneroe Resistência (2019). O volume é fruto das pesquisas apresentadas no IIEncontro de Pesquisa Por.De.Para Mulheres, realizado em 2018. Para participar do evento, foram convidadas Manuela D’Ávila, candidata àvice-presidência da República nas eleições do ano passado, e Diva Guimarães Alves, professora paranaense que ganhou repercussão nacional após falar a respeito do preconceito racial durante a Feira Literária deParaty, em 2017.O arranjo de fotografias a seguir, realizado por Henrique da Costa Valério Quagliato, retrata o evento por meio das lentes de Ramiro Gabriel Garcia, fotógrafo e doutorando do Programa de Pós-Graduaçãoem Sociologia da UFPR. Convidado pela Revista Sociologias Plurais, Garcia teve acesso à entrevista com as convidadas nos bastidores, às falas e aos debates promovidos ao longo do evento.
TAMANINI, Marlene et al. O Cuidado em Cena: Desafios políticos, teóricos e práticas. v. 1. Florianópolis: UDESC, 2018. 380 p. v. 1. ISBN 978-858302-141-1.
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