O presente estudo tem por objetivo refletir acerca da concepção d@s docentes do curso de licenciatura em Pedagogia da Universidade Federal de Sergipe, campusde Itabaiana, sobre as temáticas: gênero, corpo e sexualidade. Utilizou-se a perspectiva teórica pós-crítica. Os sujeitos da pesquisa foram docentes do referido curso, com @s quais foram aplicadas entrevistas semiestruturadas. O estudo sinalizou que, nas últimas décadas, são perceptíveis alguns avanços em relação às temáticas abordadas. Contudo, as mesmas estão no campo da implicação epistemológica individual d@ docente, fato que sinaliza para a necessidade de uma mudança na estrutura curricular, incorporando posturas da pedagogia queer e propõe uma nova postura política, novas estratégias, atitudes, procedimentos pedagógicos subversivos, que demarcam as possibilidades de negociação na universidade.
The aim of this essay is to discuss bodies and discourses that question and confront gender norms and all possibilities of control of bodies in formative institutions. In order to do so, we analyzed three fi eld research scenes, performed in diff erent times and spaces. We show that they take place in the formative practices and spaces, there are several areas of subversion to norms and we face the control of bodies, as well as to show that these are dispute places, that in our research we do not generally privilege the discourses which subvert.
O presente artigo tem como objetivo refletir sobre a contribuição da teorização de Michel Foucault para a discussão sobre gênero, sexualidade e educação. A teorização foucaultiana busca por problematização e não por respostas e generalizações. Assim um exercício necessário é o da desnaturalização, perceber que as coisas não existem desde sempre. Essa percepção de produção de verdade e de sua naturalização de forma que acreditemos que são “reais” e que não tiveram um início é bastante utilizada pelos estudos de gênero e sexualidade, pois nesta área existem discursos que se entrecruzam para produzir verdades para exclusão de corpos. Há um processo de produção de mecanismos de normalização, onde há a separação de indivíduos “normais” e “anormais”. E a escola é uma dessas instituições que atuam para a produção do sujeito moderno, do sujeito normalizado, a partir dos procedimentos disciplinares presentes nela.
Neste texto discutimos os discursos que atravessam as representações dos estudantes das licenciaturas do Instituto Federal de Sergipe (IFS), Campus Aracaju, a respeito do corpo, gênero e sexualidades, durante o processo formativo. Nossa análise é influenciada pelos pressupostos teórico-metodológicos da abordagem pós-crítica, realizando como estratégia metodológica para produção de dados um grupo focal com a participação de cinco estudantes (quatro do gênero feminino e um do masculino). As representações das/os estudantes são atravessados pela heteronormatividade e reforçam a visão dicotômica de corpo, gênero e sexualidades, com pouca expressão de subversões, bem como a ausência dessas temáticas nos currículos dos cursos, prejudicando a disseminação de práticas formativas que desconstruam estereótipos.
O objetivo desse artigo é analisar como a presença de professoras trans* nas universidades gera questionamentos e desestabilizações às normas de gênero, desencadeando negociações no que se refere às discussões e vivências de gênero e sexualidades no currículo do ensino superior. Nesse texto, foram produzidas análises iniciais a partir das entrevistas realizadas com duas professoras trans* em 2018. Essas professoras enfrentam diariamente questões sobre a abjeção de seus corpos e a produção dos discursos de anormalidade por serem pessoas que historicamente ocuparam as margens da sociedade e suas presenças enquanto professoras no Ensino Superior são causadoras de questionamentos, estranhamentos, com potencial para mudanças. Mesmo com todos os obstáculos, essas professoras desencadeiam novos padrões de aprendizagem, valorizam a afetividade e celebram a diferença, trabalhando num currículo produzido nas resistências diárias, na micropolítica, se desviando das diretrizes da macropolítica da educação que busca produzir subjetividades controladas.
The purpose of this text, infl uenced by post-critical studies, is to refl ect on the formative process of transsexual students at Federal University of Sergipe. From the idea of curriculum as a cultural artifact involved in relations of power and in the production of graduated individuals, we ask: does the presence of transsexual students generate questions and destabilization of gender norms, triggering new forms of learning and negotiation regarding gender and sexuality discussions in higher education? Has the inclusion of transsexual students in higher education provoked curricular changes and methods of subjectivation? Methodologically, we use a qualitative post-critical approach, through of carrying out narratives interviews. It can be implied that the inclusion of transsexual students in the university is contributing to the beginning and development of the deconstruction of educational practices marked by the principle of normative regulation, since the university can also be a fi eld of (un)learning of gender regulations, through the inclusion, permanence and the destabilizations that transsexual people bring about.
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