Em 2013, protestos de iniciativa do Movimento Passe Livre contra o aumento da tarifa de transporte público na cidade de São Paulo tornou-se o estopim para a eclosão de manifestações sistêmicas por todos os estados brasileiros, o Distrito Federal e cidades do exterior. As vozes eram polissêmicas e vocalizavam por demandas sociais como transporte, saúde, educação, bem como protestos contra a corrupção. As manifestações com escopo ampliado se difundem pelo território nacional arregimentadas pela autonomia da comunicação via redes sociais, fazendo do mês de junho uma odisseia de insurgência: as jornadas de junho. Objetivou-se aqui analisar as dinâmicas territoriais destas manifestações. A pesquisa se apoia na análise documental de conteúdo noticioso para refletir sobre os contextos dos atos como sua difusão pelo país, a participação de cada estado, a conjuntura de sua territorialidade, multiescalaridade, suas redes e ativismos on-line. A mobilização de junho de 2013 compreendeu a formação de territorialidades de insurgência, fortalecidas pela comunicação autônoma proporcionada pelas redes sociais, difundindo suas mensagens e integrando os sentimentos de insurgência. O movimento apropriando-se do espaço pela tomada das ruas, desenvolveram uma mobilização reticulada que encontrou ressonância em todos os locais onde os atos se concentraram de modo multiescalar. O usufruto da comunicação digital como indumentária fez do ciberespaço um novo meio com o qual experiências socioespaciais podem se desencadear, como no ativismo despertado nas jornadas de junho.
Este estudo avaliou a prevalência de Fear of Missing Out (FOMO) em universitários, associando sexo, estágio de conclusão de curso e tipo de mídia acessada em uma instituição privada. A condição de FOMO foi investigada por meio do instrumento Scale of Assessment of FOMO com a participação de 311 estudantes. A prevalência de alto FOMO foi de 59,2%. No modelo final, as variáveis que se mostraram associadas à FOMO foram ser do sexo feminino, estar cursando a primeira metade do curso, sensação de FOMO quando não se checa mídias sociais, uso de WhatsApp mais de 5 vezes ao dia, uso de Messenger mais de 5 vezes ao dia, FOMO durante o trabalho e FOMO quando sozinho. As sensações e sentimentos associados ao FOMO sugerem influências na tomada de decisões em rotinas comportamentais diárias na produção da individualidade, identidade, no convívio e na interação social cotidiana.
Manifestações populares e mobilizações sociais carregam explicitamente uma carga de demandas pelas quais o objeto de luta e querela se anela. Tais demandas possuem dimensões múltiplas e acenam, a partir de uma tensão pela meta, lacunas que reclamam preenchimento e cenários que precisam de transformação, considerando a narrativa dos que se mobilizam. Essas demandas comumente disputam necessidades de desenvolvimento(s), atreladas à signos de progresso, promessas sistematizadas e ensejos por um lugar ideal no qual o bem viver e as benesses da modernidade se realizem como plenitude dos modos de produzir e operar a vida social. Essa elucubração da luta produz utopismos diante do desenvolvimento. Desse modo, a proposta deste estudo foi refletir a relação entre os signos de desenvolvimento e produção de utopismos nos objetos e ideais das mobilizações sociais, tendo por quadro de análise as Jornadas de Junho de 2013 no Brasil. Metodologicamente, considerou-se um estudo de caso por meio de análise documental de jornais impressos apurados com maior tiragem no período, considerando como corpus a cobertura jornalística do período a partir das categorias de demandas emergentes dos atos. Esse novo desenho de articulação popular indica uma flexão da participação, onde as territorialidades de insurgência são tessituras de coalizão e desenvolvimento(s). A ressonância da voz reivindicatória popular em rede indica a subversão das assimetrias do desenvolvimento ou, pelo menos, um sinal de que a planificação do conceito encontra impasses maiores. Microdesenvolvimento é o início de uma discussão possível sobre o quadro atual de ativismos em rede e seu significado ainda provocador acadêmica, política e socialmente.
Junho de 2013 marcou o imaginário popular, o discurso midiático e as políticas governamentais como um evento-fenômeno peculiar de ação e exercícios insurgentes que cobriram o território nacional. Procura-se aqui analisar as práticas desempenhadas pelos sujeitos mobilizados nos atos, investigando ações, gestuais, sinais e outras atividades que constituíram o núcleo das manifestações. Utiliza-se a fonte jornalística impressa dos veículos de maior circulação à época para subsidiar as leituras, bem como registros imagéticos. O agenciamento em rede e a solidariedade multitudinária plasmaram práticas insurgentes que designam enquanto processavam seu conteúdo e função, modelavam a própria emergência do perfil dos sujeitos mobilizados, inaugurando performances e coreografias sociopolíticas.
scite is a Brooklyn-based organization that helps researchers better discover and understand research articles through Smart Citations–citations that display the context of the citation and describe whether the article provides supporting or contrasting evidence. scite is used by students and researchers from around the world and is funded in part by the National Science Foundation and the National Institute on Drug Abuse of the National Institutes of Health.
hi@scite.ai
10624 S. Eastern Ave., Ste. A-614
Henderson, NV 89052, USA
Copyright © 2024 scite LLC. All rights reserved.
Made with 💙 for researchers
Part of the Research Solutions Family.