Um dos desafios no ensino de Literatura deve-se a falta de interesse dos alunos pela temática. Isto pode acontecer devido ao fato de muitos textos serem explorados desarticulados de um contexto, não possibilitando significação do conhecimento pelo aluno. Consideramos o letramento literário como uma possibilidade de ensino e aprendizagem das obras literárias, desde que se apoie em propostas que envolvam a interpretação autônoma (inferências) do aluno no processo que implica o conhecer. Nossa pesquisa é bibliográfica e visa analisar uma proposta de sequência expandida, como trabalho norteador do ensino de literatura. Para sua aplicação, elegemos uma obra literária a ser aplicada com alunos do ensino médio, em interlocuções com textos de diferentes gêneros. Concluímos que a proposta pode despertar o interesse dos alunos devido ao procedimento reflexivo e construtivo gradual promovido à medida que os alunos são convocados a relacionar-se ativamente com vários conhecimentos sobre a obra em questão. http://dx.doi.org/10.14572/nuances.v26i3.3637
O presente trabalho tem como objetivo localizar, descrever e analisar uma amostra dos refrães contidos na obra Martín Fierro (1872), de José Hernández e desenvolver uma metodologia com a elaboração de unidades didáticas para o ensino de espanhol como língua estrangeira (E/LE). O ponto de partida do trabalho surge pela inquietação acerca da utilização da poesia como instrumento didático na aula de E/LE. Apesar da enorme riqueza que a literatura e a poesia oferecem para o trabalho do ensino de E/LE em sala de aula, percebe-se que o campo não tem sido muito aproveitado; pelo contrário, são pouquíssimos os manuais didáticos que exploram esta abordagem de ensino. Dentro do vasto repertório poético em língua espanhola, a escolha da obra Martín Fierro se deve, além de sua importância dentro do contexto da literatura hispano-americana, ao universo contido no subgênero da literatura gauchesca, tão próximo culturalmente do mesmo universo da região sul do Brasil. Uma vez convictos da viabilidade do ensino de E/LE com a utilização da poesia e através de refrães, faz-se o estudo dos refrães na mencionada obra, com embasamento teórico nos pressupostos que analisam e estudam a paremiologia e a fraseologia e finalmente são elaboradas unidades didáticas para o ensino de E/LE.
Traduzir a Guimarães Rosa é uma tarefa destinada ao desapontamento, desde o início. Quem leia Rosa no original em português e se depare com a colossal experimentação linguística que o escritor faz, em termos de transposição e deturpação sintática, em termos de estiramento e flexibilização da língua (das palavras, das frases), em termos de uma constante e por vezes alucinada invenção neologística, em termos de uma pontuação arbitrária, excêntrica e caprichosa, saberá, então, que é impossível (e faço a afirmação mesmo correndo o risco de ser imodesto) pôr todo esse cabedal em outra língua sem deturpar de maneira fatal o espírito da narrativa. Pensei, no entanto, que de alguma maneira poderia colaborar, acrescentando a outras traduções feitas ao espanhol de sua obra, neste caso um dos seus contos, uma tradução de “Famigerado”, principalmente pelo prazer que sabia iria experimentar mastigando e saboreando palavra a palavra e linha a linha da cadência prosística de Rosa e, quem sabe, surpreender-me com o resultado. Os problemas de tradução em si, como é óbvio no caso de traduzir Guimarães Rosa, se dão por palavra, por letras muitas vezes, quando não por frases em seu conjunto. De todos, destaco o do terceiro parágrafo [1] (pág.11) e o seguinte trecho: - “Vosmecê agora me faça a boa obra de querer me ensinar o que é mesmo que é: famisgerado... faz-me-gerado... falmisgeraldo... famílhas-gerado...? Como se aprecia, o jagunço não sabe o significado da palavra ‘famigerado’, e nem consegue pronunciá-la corretamente, quando acode ao médico para uma explicação. Como traduzir ‘famigerado’, uma palavra que não existe na língua espanhola? Pois bem, o sentido mais próximo que me pareceu encontrar foi a palavra ‘insigne’, e que acaba sendo também o título do conto. Isto por duas razões: a primeira é semântica, uma vez que ‘insigne’ significa basicamente o que ‘famigerado’ significa em português: célebre, notável, por boa ou má fama; em espanhol seria também famoso por chamar a atenção pela singularidade e extravagância; a segunda razão, e talvez a mais importante, é que a palavra ‘famigerado’ tem, na linguagem coloquial, uma conotação negativa, e ‘insigne’, da mesma forma em espanhol, pode ser associada a ‘insignificante’, o que despertaria a ira de nosso jagunço. Consequentemente, as palavras em negrito do jagunço, vaciladas e hesitadas, foram traduzidas por um titubeio similar em espanhol: insigne… in-significante… in-señalado… señal-signado…?, derivado de uma “família de palavras” da original ‘insigne’. João Guimarães Rosa nasceu em Cordisburgo, Minas Gerais, em 27 de junho de 1908 e faleceu no Rio de Janeiro, em 19 de novembro de 1967. Um dos mais importantes escritores brasileiros de todos os tempos, foi também médico e diplomata. Sua obra se compõe basicamente de contos e o por muitos considerado mais importante romance brasileiro já escrito: “Grande Sertão: Veredas”.
O presente trabalho tem como objetivo fazer uma análise da utilização da literatura, com ênfase na poesia, como recurso didático no ensino de línguas estrangeiras (LE). A análise está baseada na contribuição teórica de alguns textos importantes sobre a temática que mostram quando, por que e de que forma é possível o uso da poesia para esse fim. Levantam-se alguns problemas quanto à utilização inadequada do texto literário nas aulas de E/LE, assim como uma enumeração de argumentos a favor e contra o uso da poesia com essa finalidade. Sugere-se, finalmente, um possível caminho de abordagem metodológica que contemple a poesia como instrumento para o ensino de LE.
ResumoEste trabalho tem como objetivo analisar como os professores de Literatura do Ensino Médio compreendem a utilização, o processo de escolha e as concepções teóricas presentes no livro didático adotado na rede pública estadual do município de Ivaiporã/PR, no triênio 2010-2013. Caracteriza-se enquanto qualitativo-interpretativo. Como procedimento de coleta de dados utilizou-se: questionário, aplicado a doze professores das seis escolas estaduais do município, a fim de investigar a concepção de leitura e literatura do professor e de que formas o material didático é utilizado. Os resultados indicaram a incorporação do professor aos termos que compõem o discurso oficial e escolarizado do ensino literário e a falta de concepções teóricas claras que orientem a prática didática. Conclui-se que há a necessidade de investimentos em políticas de formação, que auxiliem a promoção de mudanças nas concepções pedagógicas e, consequentemente, na postura do professor frente ao trabalho com a Literatura e o uso do livro didático. Palavras-chave:Ensino. Livro Didático. Prática Pedagógica. Abstract The aim of this work is to analyze how Literature high school teachers comprehend the use, the choosing process and the textbooks theoretical conceptions adopted in public schools in the municipality of Ivaiporã/PR, between 2010-2013. The paperis characterized as qualitative and interpretative. As data collection procedure a questionnaire was utilized applied to twelve teachers from six public schools of the municipality, in order to investigate the conceptions teachers have on reading and literature and in which ways IntroduçãoDesde a publicação dos Parâmetros Curriculares Nacionais -PCN (BRASIL, 1997), tem crescido no Brasil um movimento de discussão em relação à análise de material didático, tendo em vista a renovação das práticas de ensino e a formação de professores. Uma dessas iniciativas é o Plano Nacional do Livro Didático (PNLD) que, a partir de 1996, passou: "[...] a avaliar sistemática e continuamente o livro didático e debater, com os diferentes setores envolvidos em sua produção e consumo, um horizonte de expectativas em relação a suas características, funções e qualidade" (BATISTA, 2005, p.27).Contudo, esta avaliação contínua não é capaz de camuflar que a elaboração das políticas públicas está sempre marcada por um conflito de interesses, ocasionado pelo jogo dos grupos sociais que formam a sociedade civil, apresentando uma clara disputa pelos recursos disponíveis na sociedade. A forma como os conteúdos do livro didático são absorvidos e assimilados pelos sujeitos envolvidos no processo de ensinoaprendizagem, no sentido de contribuir, ou não, para uma ação consciente e eficaz por parte dos sujeitos envolvidos nesse processo é o que implica neste conflito de interesses, isto é, se a ação docente contribui para que o educando se aproprie dos conhecimentos sistematizados pela humanidade e, apropriado desses conhecimentos, torne-se sujeito de sua própria existência ou continue agindo apenas guiado pelo senso comum.Nesse s...
RESUMO O conceito de Unheimliche foi publicado por Sigmund Freud em 1919 e traduzido ao português como "O Estranho" (Das Unheimliche) e indica de um modo geral uma alegoria do retorno do recalcado. A estranheza provocada deriva do fato de que o evento que vem à tona não se trata de uma coisa externa, algo exterior ao indivíduo, mas, de algo estranhamente familiar, "impressão de estranheza (que) surge na vida cotidiana e na criação estética quando certos complexos infantis recalcados são abruptamente despertados" (ROUDINESCO; PLON, 1997). Por outro lado, a categoria do grotesco implica, de maneira generalizada, a criação de universos fantásticos, o apelo à fantasia e ao onírico, o bizarro e outras formas estranhas de representação da realidade. No conto Um Médico Rural, de Franz Kafka, podem ser observadas essas características do estranho e do grotesco veiculados pelo inconsciente que desvenda a angústia do sujeito quando é destruída nele qualquer faculdade de desejar. Essa é a leitura que este artigo propõe-se examinar.
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