ResumoO artigo reflete sobre o contexto histórico e teórico de formação da educação ambiental brasileira a partir da perspectiva do que se convencionou chamar de educação ambiental crítica. Partindo de um referencial teórico-conceitual da ecologia política, da teoria crítica e do pensamento complexo, problematiza as origens e os desdobramentos político-culturais, os argumentos e movimentos sociais que formataram essa tendência pedagógica de marcante presença na realidade educacional e ambiental brasileira. À luz desses referenciais, o artigo revisa e sistematiza a produção pertinente a esse novo campo de conhecimento e ação e, nesse sentido, dialoga, por meio desta produção, com os pesquisadores, educadores, agentes públicos e de organizações da sociedade civil que, nas décadas recentes, se envolveram com prá-ticas e reflexões sobre a relação entre sociedade, educação e meio ambiente no Brasil. Investiga, para tanto, o debate, a diferenciação e as disputas internas ao campo da educação ambiental no Brasil, o processo de constituição do socioambientalismo que se coloca em contraposição a outra tendência conservacionista de educação ambiental e a construção de uma crítica a uma educação para o desenvolvimento sustentável, proposto pela UNESCO e demais setores interessados na conservação do status quo e numa sustentabilidade orientada pelas forças do mercado. Destaca, assim, em uma perspectiva histórica, as matrizes filosó-ficas, as posições político-pedagógicas e as forças sociais que inspiraram a emergência da educação ambiental crítica assim como as contribuições decisivas que esse processo legou ao avanço ético e político das relações entre a educação, a sociedade e o meio ambiente no Brasil. Palavras-chaveEducação ambiental -Pensamento crítico -Ambientalismo -Desenvolvimento sustentável.
O trabalho propõe uma reflexão sobre o processo recente de institucionalização das políticas e da gestão ambiental no Brasil. Revisa a literatura da área a partir de referenciais da Ecologia Política que nas décadas finais do século XX emergiu como um novo campo de saber fundado na crítica e na politização dos problemas ambientais, a partir de uma reflexão sobre sua gênese, conseqüências, contradições e possíveis alternativas. Essa alteração foi feita por sugestão dos pareceristas Nessa discussão, articula os conceitos de política e gestão ambiental, sustentabilidade democrática e democracia participativa, além de outros menos centrais. Procura refletir sobre os avanços, obstáculos e contradições do processo citado e verificar se ele foi capaz de conter a degradação ambiental e instituir uma sustentabilidade democrática no país. O artigo constata que as políticas ambientais avançaram relativamente no Brasil, sobretudo, em aspectos legais e institucionais, em uma tendência à descentralização, na difusão da informação sobre os problemas ambientais no interior da sociedade e na construção da noção de desenvolvimento sustentável, como recurso discursivo na conciliação dos conflitos entre meio ambiente e desenvolvimento. Constituiu-se, por um lado, um sistema governamental de agências ambientais nos três níveis de governo e, por outro lado, um aparato jurídico amplo, reconhecido pelos especialistas como um dos mais avançados do mundo. Contudo, apesar desses avanços relativos, a análise conclui que as políticas ambientais no Brasil avançaram de um modo contraditório e vacilante e não foram capazes de superar a crescente degradação ambiental e os conflitos políticos e econômicos decorrentes da expansão capitalista no país.
O presente artigo apresenta as macrotendências que definem a atual diferenciação do campo da Educação Ambiental no Brasil, e as interpreta por meio do diálogo com a literatura da área e com o apoio dos referenciais da Ecologia Política e da noção de Campo Social de Bourdieu. A reflexão identifica três macrotendências disputando a hegemonia simbólica e objetiva do campo da Educação Ambiental no Brasil: conservacionista, pragmática e crítica, que funcionam como tipos ideais weberianos com fins didáticos, analíticos e políticos, embora não tenham a pretensão de esboçar uma representação objetivista da realidade. Palavras-chave-educação ambiental, correntes político-pedagógicas, campo social.
RESUMOO presente ensaio discute a crise climática contemporânea e as possibilidades de inserção da educação ambiental neste debate. Trata-se de um diálogo com a produção da área, com os pressupostos da Ecologia Política, da Educação ambiental crítica, do pensamento da Complexidade e da Sociologia de Risco de Giddens e Beck. O artigo entende que, apesar das relativas incertezas que ainda cercam o debate sobre as mudanças climáticas, elas se configuram como o principal problema ambiental global contemporâneo. Pesquisas evidenciam a intensidade dos eventos climáticos extremos em todo o mundo e seus efeitos danosos sobre a saúde, o bem-estar público, a segurança alimentar e os patrimônios ambientais e sociais. No entanto, a invisibilidade do problema na vida cotidiana, a ação das controvérsias e dos lobbies econômicos, a inércia dos governos e das instituições relacionadas ao tema têm mostrado que a formulação de respostas eficientes sobre o impasse climático não tem acompanhado o aumento da consciência pública sobre este problema. Que conjunção de fatores justifica esse paradoxo? Este artigo argumenta que o atual debate tem sido pautado por argumentos e respostas reducionistas, tecnicistas e conservadoras -o Conservadorismo Dinâmico -que não dão conta de compreender o problema em toda a sua
Resumo: O presente ensaio objetivou discutir questões globais prevalentes na contemporaneidade, como elas afetam o ambiente e a educação ambiental e que alternativas educadores e ambientalistas dispõem para responder a tais ameaças. Elegeu como questões globais a crise climática, a globalização neoliberal e a aceleração temporal da história. Para cumprir seu objetivo dialoga com a literatura que envolve os problemas considerados, com a Ecologia Política, o Pensamento da Complexidade e a Educação Ambiental Crítica. Conclui que, apesar dos desafios, os educadores ambientais têm recursos político-pedagógicos para resistir que passam pela mobilização da sociedade civil, pela redemocratização do Estado e pela promoção da participação social. Pedagogicamente é possível cultivar uma educação autonomista que se relacione com o mundo extraescolar e com o exercício da pedagogia de projetos. Palavras-chave: questões globais; meio ambiente; educação ambiental. The Climate crisis, the conservative wave and the environmental education: challenges and alternatives to the new contextsAbstract: The present essay aimed to discuss global issues raised in contemporaneity, how they affects the environment and environmental education and what alternatives educators and environmentalists have to answer to such threats. As global issues, the study chose the climate crisis, neoliberal globalization and historical time acceleration. To achieve this objective it dialogues with fields of knowledge involved, with Political ecology, Complexity theory and Critical environmental education. It concludes that, despite the challenges, environmental educators have political pedagogical resources to resist such as mobilizing civil society, redemocratization of the State and the promotion of social participation. Pedagogically, it is possible to cultivate an autonomist education that relates to non-school world and with the exercise of project-based learning.
RESUMOO presente trabalho objetiva discutir a relação entre a educação, a sustentabilidade e a democracia, em diálogo com a proposta de Educação para o Desenvolvimento Sustentável (EDS) protagonizada pela Unesco, por organismos internacionais, sistemas educacionais de países europeus e pela própria produção acadêmica, que lhe dá suporte. Procura avaliar as contradições e implicações dessa proposta no campo que integra a educação e as questões ambientais, bem como explorar as perspectivas abertas à edificação de uma educação complexa e democrática, que incorpore a questão ambiental sob uma perspectiva política e crítica. Trata-se, portanto, de debater e explicitar projetos e intenções socioeducativas e de recuperar a diversidade de visões de mundo, de sociedade e de educação que podemos desejar e construir solidariamente. Para atingir esse objetivo, o artigo dialoga com os referenciais teóricos da Ecologia Política e da Tradição Crítica, e organiza a reflexão em duas instâncias principais: na primeira, formula uma crítica do que considera os aspectos problemáticos da referida proposta; e na segunda, explora as possibilidades de avanço na relação entre a educação e a sustentabilidade, de modo que a democracia participativa, a sociedade civil e suas dimensões ética e política sejam contempladas e fortalecidas.Palavras-chave: educação; sustentabilidade; democracia. ABSTRACTThis paper aims to discuss the relationship between education, sustainability and democracy in relation to the Education for Sustainable Development proposal -ESD led by UNESCO, several international organizations, educational systems of European countries, and the scientific production that supports it. It evaluates the contradictions and implications of this proposal on the matters that are related to education and environmental issues, as well as explores the possibilities to build a complex and democratic educational system that assimilates environmental issues under a political and critical perspective. Therefore, it deals with the discussion and explanation of socio-educational projects, and with the intention of redeeming the diversity of world views, society and education that we wish for and can build together. To achieve this task this paper dialogues with theoretical references of Political Ecology and Critical Tradition and organizes the reflection in two moments: in the first one it criticizes the problematic aspects * Doutor pelo IFCH-UNICAMP. Professor e pesquisador
scite is a Brooklyn-based organization that helps researchers better discover and understand research articles through Smart Citations–citations that display the context of the citation and describe whether the article provides supporting or contrasting evidence. scite is used by students and researchers from around the world and is funded in part by the National Science Foundation and the National Institute on Drug Abuse of the National Institutes of Health.
hi@scite.ai
334 Leonard St
Brooklyn, NY 11211
Copyright © 2024 scite LLC. All rights reserved.
Made with 💙 for researchers
Part of the Research Solutions Family.