Resumo: O diálogo consiste numa categoria que perpassa a história do Pensamento na tradição ocidental. Houve, no entanto, momentos em que os diálogos foram utilizados para dominar. Em outros, para manipular ou persuadir. Em alguns casos esporádicos, para educar, aprender e libertar. Os diálogos não são estabelecidos num vazio. Sempre ocorrem a partir de um contexto. Também não são homogêneos, mas marcados pela pluralidade dos cenários de onde emanam e das ideologias que ali se estabelecem, e procuram dar sentido à vida dos sujeitos que fazem parte desses arranjos existenciais. Após a emergência do Movimento brasileiro "Escola Sem Partido" nos questionamos: existem condições necessárias para o estabelecimento do diálogo com essa prática que se apresenta antagônica em relação aos princípios da educação e sociedade libertária? Em que medida essa face da Pedagogia do Opressor necessita ser reconhecida, compreendida e enfrentada? Após 20 anos da morte de Freire, que inspirações a categoria diálogo como também a sua trajetória nos permitem no sentido de resistirmos e reaprendermos o Brasil da Escola sem Partido? Desse modo, este artigo, num primeiro momento, discorre sobre a importância do diálogo a partir de Freire; num segundo, apresenta a "Escola Sem Partido" como uma das expressões da Pedagogia do Opressor problematizando o papel político da educação e desmitificando a identidade dessa proposta, e uma suposta neutralidade da Educação.Palavras-chave: Escola Sem Partido. Diálogo. Freire. Pedagogia. Opressor/a.The nowadays importance of the Dialogue category in Freire in times of "School without party" Abstract: The dialogue is a category that runs through the history of Thought in the Western tradition. There was, however, times when the dialogs were used to rule. In others, to manipulate or
O objetivo deste artigo é apresentar o projeto “Mulheres Quilombolas do Município de São Lourenço do Sul: Identidades, vivências e memórias dos Quilombos”, que, através da pesquisa participante e da extensão universitária com viés pedagógico, compartilhou rodas de diálogos, oficinas de bonecas negras, entrevistas com meninas e mulheres que vivem nas cinco comunidades quilombolas de São Lourenço do Sul/RS, Brasil. A análise foi construída através de uma pesquisa-ação participante que se amparou em ferramentas teórico-metodológicas híbridas, como a História Oral, a Educação Popular Feminista e a Interseccionalidade, trazendo as narrativas das mulheres do Quilombo Coxilha Negra, assim, cruzando temáticas insurgentes, como situações relacionadas à geração, à educação, ao trabalho na agricultura, às relações de gênero, ao trabalho artesanal, às trajetórias de vida, à família, aos direitos das mulheres, à sexualidade, à violência doméstica e à maternidade, discutindo, dessa forma, a interferência da matriz de opressão da colonialidade de poder na seguridade social das mulheres dos quilombos.
A ideia de realizar o I e II Seminários sobre Mulheres do Campo e da Cidade de São Lourenço do Sul/Rio Grande do Sul, no ano de 2015 e 2016, surgiu da necessidade local de se pensar políticas públicas para mulheres do campo e da cidade de São Lourenço do Sul. Nesse sentido buscou-se pensar a diversidade e as especificidades de mulheres e de grupos de mulheres, pomeranas, agricultoras, pescadoras, ribeirinhas, negras, quilombolas e mulheres trans, e outras, existentes no nosso município. No I Seminário, realizado no Campus FURG/SLS, proporcionou-se um amplo debate com a comunidade acadêmica e comunidade lourenciana, sobre questões relacionadas à saúde das mulheres, trabalho, violência contra as mulheres, direitos humanos e principalmente direitos à Educação. Sendo assim, neste primeiro evento foram discutidas questões relacionadas especificamente a mulheres do campo e da cidade. No II Seminário, proporcionaram-se discutir preconceitos e racismos, vivenciados por mulheres pomeranas, negras, quilombolas, agricultoras, indígenas, ribeirinhas e trans. Neste seminário buscou-se a realização de um evento que discutisse com a comunidade acadêmica do Campus FURG/SLS e com a comunidade lourenciana, pensar o preconceito entre “nosotras”, o empoderamento e o fortalecimento ente nós mulheres, e grupos de mulheres da cidade de São Lourenço do Sul e região. O pensar preconceitos, inclusive da mulher com a mulher. Os dois eventos buscaram destacar um olhar mais amplo para as questões de gênero, feminismo, direitos, violência e educação. Construindo e contribuindo para que estas mulheres, independente de raça ou etnia, tenham visão da importância e beleza enquanto mulher, abrindo um campo para o empoderamento e para trocas de saberes.
RESUMO.O trabalho artesanal na/com docência tem sido adaptado nas metodologias de pesquisa-ação e história oral e contribuído para diferentes maneiras de pensar o artesanato na formação de professores/as. O artesanato geralmente é realizado por mulheres e contribui no fortalecimento da identidade, como fonte de renda e valorização dos saberes populares. Foi adotada a metodologia de oficinas com o objetivo de confeccionar bonecas negras, sendo a oficineira uma estudante quilombola. Buscou-se empoderar estudantes, mulheres negras e quilombolas por meio da confecção dessas bonecas, que simbolizam a identidade negra. Tal prática teve uma repercussão na vida de mulheres e professores/as em formação. Foi possível aprender que a confecção de bonecas negras, embasada por teorias que visam valorizar os povos tradicionais, e aqui especialmente os quilombolas, em diálogo com a educação popular, vai além de uma técnica artística, trata-se de um (re)olhar para si e para as questões étnico-sociais. Palavras-chave:Mulheres Negras, Identidade Negra, Diversidade na Educação.
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A Revista Brasileira de Educação do Campo (RBEC), ISSN 2525-4863, periódico do Departamento de Educação do Campo, da Universidade Federal do Tocantins, campus de Tocantinópolis, lança o seu quarto número do volume 3, referente ao terceiro quadrimestre de 2018. Este número traz 13 artigos, aprovados dentre os manuscritos recebidos ao longo de 2018, conforme chamada pública para esse dossiê.O mesmo foi idealizado na ocasião do III Seminário das Mulheres do Campo, das Águas e das Florestas (2017) que tem acontecido anualmente na Universidade Federal do Rio Grande/FURG coordenado pela professora Graziela Rinaldi da Rosa e realizado em parceria com diversos grupos, coletivos, instituições e mulheres de movimentos sociais, como, por exemplo, as mulheres líderes dos quilombos, mulheres do MST, do Movimento de Consciência Negra, entre outras. Os seminários têm contado especialmente com o protagonismo de lideranças do Coletivo Feminista Dandaras/FURG. Durante os seminários estabelecemos diálogos com uma significativa diversidade de mulheres de povos tradicionais, como, por exemplo, quilombolas, indígenas, pomeranas, agricultoras familiares, ciganas, mulheres da cadeia produtiva da pesca, benzedeiras, mulheres de povos de terreiro, entre outras.Assim, com a inserção da professora Graziela Rinaldi em estágio de Pós-Doutoramento, sob supervisão de Cheron Zanini Moretti, pensamos ser relevante reunir trabalhos científicos que expressassem as diferentes experiências educativas dessas mulheres e seu vínculo com teorias do conhecimento. Além disso, no âmbito do Grupo de Pesquisa: Educação Popular, Metodologias Participativas e Estudos Decoloniais, na Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC), a caminhada de pesquisa apontava para a necessidade de relacionar Educação do Campo, mulheres e epistemologias.Assim, entendemos que existem "formas de fazer e de pensar" o conhecimento a partir da realidade das mulheres do campo, das águas e das florestas. E, passamos a denominar de "epistemologia de nosotras" àquelas produzidas pelas e para as mulheres, em sua maioria, relacionadas à perspectiva feminista; mas também, a busca de diálogos com as experiências, os saberes e os fazeres produzidos pelas mulheres, em especial, em território latinoamericano. Assim, quando publicizamos a chamada para o recebimento de manuscritos para a composição desse dossiê, a fizemos com a evidente intenção de "convocar" os/as Rev. Bras. Educ. Camp. Tocantinópolis v. 3 n. 4 p. i-v set./dez. 2018
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