RESUMO O presente trabalho faz uma revisão histórica da relação entre comunicação e educação no semiárido nordestino, como ponto de partida para entender os avanços e desafios da educomunicação no sertão baiano. O texto se dedica, com base na economia política da comunicação e da cultura, a problematizar o percurso dos projetos, usos e sentidos das políticas educacionais e comunicacionais historicamente implantadas nos sertões do interior da Bahia. Entendendo os processos de popularização das Tecnologias da Informação e da Comunicação (TIC) na região como um fenômeno de expansão periférica do capital globalizado, o estudo indaga sobre os riscos de conceitos neocolonizadores na área e propõe a educomunicação de raiz como caminho de educação pela comunicação contextualizada e transformadora.
A colonização dos sertões do Brasil foi conduzida pelo gado. Boiadas e vaqueiros deixaram rastros e fixaram limites de identidades de gênero muito rígidos, marcados pelo patriarcado. Nos anos 2000, novos cenários econômicos, políticos e culturais parecem permitir a emergência de outras configurações possíveis para as tradicionais definições de homens e mulheres sertanejos. Este artigo trata das mudanças provocadas pela globalização periférica que impactaram na divisão sexual do trabalho, nos modos de vida e nas representações de gênero na zona semiárida da Bahia. Ele faz um recorte feminista sobre as representações femininas expressas a partir das inovações sociais e sexuais nos sertões. Para entender este cenário, o estudo mescla aportes da Nova História, da Sociologia Simbólica e do Ecofeminismo, com a macro-narrativa da Economia Política. A iniciativa faz uma revisão histórico-bibliográfica integrada com análise de produtos audiovisuais das últimas décadas. Em síntese, este estudo dedica-se a perceber quem são esses homens e mulheres híbridos, entrincheirados entre a tradição e a pós-modernidade, entre o passado e as novas tecnologias da informação, entre o de-sertão e o mundo globalizado, entre os “cabra machos” e “bois neons”. As respostas apresentadas são pistas para entender esta nova geração de sertanejos e sertanejas, que em um acelerado processo de mutações, estão re-tecendo seus modos de vida.
A América Latina iniciou o novo milênio com inovações nas políticas do setor da Comunicação, retomando o debate sobre as leis de meios. Esse processo acompanhou os giros democráticos no continente nos anos 2000. Mas que avanços normativos as novas esquerdas latino-americanas aportaram aos meios comunitários? Com o objetivo de compreender a relação entre governos progressistas e regulação da mídia comunitária, este estudo analisou as disputas normativas na Argentina, Brasil e Venezuela na última década com base em estudo de documentos, entrevistas etc. Foram comparadas as leis, a partir da visão dos atores envolvidos no debate. O resultado indica que a adoção de regras mais progressistas no setor não representa uma opção prioritária das novas esquerdas pelo tema. As novas leis são produto de uma complexa correlação de forças, em que a agência dos atores contra-hegemônicos é decisiva para a construção de novos caminhos.
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