Este artigo apresenta a experiência pedagógica de Cremilda Medina, jornalista, pesquisadora e professora titular sênior da Universidade de São Paulo (USP). Nas etapas de mais de cinco décadas, resumem-se aqui diferentes momentos da mediação social dialógica, eixo central de sua proposta pedagógica, fixado em 19 livros de autoria da pesquisadora e mais de 50 coletâneas por ela organizadas. O estudo reflexivo qualitativo combina metodologias que se complementam como o estudo de caso, pesquisa histórica documental, bibliográfica, entrevistas e observação-experiência. Entre as possibilidades afetivas da docência praticada por Cremilda Medina destaca-se o conceito de ensino-aprendizagem caracterizado pela ação, e não pela verbalização de conhecimentos.
Signo da Diversidade: narrativa e compreensão jornalística com pessoas LGBT Os embates em torno das opressões de gênero e as questões relativas à dignidade humana de lésbicas, gays, bissexuais, travestis e [homens e mulheres] transexuais (LGBT) têm redefinido os comportamentos e os diálogos sociais no contemporâneo. Nas últimas décadas, narrativas jornalísticas captam com maior intensidade o caráter humano, público e político das questões de diversidade sexual e de gênero. Todavia, é perceptível a dificuldade que jornalistas encontram para tecer relações com pessoas LGBT em virtude do aparato cultural de gênero que carregam, mas não só. Nesse contexto é que esta dissertação ensaia uma compreensão em torno do papel do jornalista (o mediador social) em tecer caminhos de compreensão, de solidariedade e de reconhecimento para com o Outro, em especial com a população LGBT. Desenvolve-se uma análise cultural da narrativa de três livros-reportagem escritos por jornalistas brasileiras: O Nascimento de Joicy, de Fabiana Moraes; Muito Prazer-Vozes da Diversidade, de Karla Lima e Entre a Cruz e o Arco-íris, de Marília de Camargo César. No eixo teórico-metodológico, inclui-se um diálogo com autoras e autores de gênero e sexualidade, principalmente com as ideias da Teoria Queer. Atravessa-se ainda contribuições da complexidade, da sensibilidade e do afeto em Cremilda Medina e outras pensadoras e pensadores da Comunicação. Por fim, ouve-se as jornalistas-autoras e elabora-se noções de alteridade, que podem vir a ser um caminho possível de encantamento, de descoberta, de curiosidade e, acima de tudo, de respeito com o Outro.
-In this article, we present the challenges faced by journalists who interviewed lesbians, gays, bisexuals, transgenders and intersexuals (LGBT) to construct narratives and understand the vulnerability that these people must live with, as well as the listening challenges that this process represents. We present a field investigation based on the method of reporting and interview three journalists, understanding their renditions of reports and books they have written on the issue, and elaborating a discussion on the "Sign of Relation"; in other words, how alterity, complexity and complicity can be achieved in journalistic practice; elements that are capable of stimulating authorship and recognizing the differences and inequalities built around gender and sexuality in our societies. Key words: Sign of Relation. Narratives.LGBT. Journalistic Practice. Gender. SIGNO DA RELAÇÃO E OS DESAFIOS DAS NARRATIVAS JORNALÍSTICAS SOBRE AS LGBTRESUMO -No presente texto, apresentamos os desafios de jornalistas que vão ao encontro de lésbicas, gays, bissexuais, travestis, intersexuais e homens e mulheres transexuais (LGBT) para construir narrativas com o devido respeito e compreensão das dimensões de vulnerabilidade em torno da vida dessas pessoas e os desafios de escuta que esse processo representa. Apresentamos uma investida de campo, por meio do método da reportagem, na qual assinalamos as interpretações de três jornalistas sobre seus livros-reportagem com temática LGBT para elaborar uma discussão sobre o "Signo da Relação", isto é, quais são os caminhos possíveis para alcançar alteridade, complexidade e cumplicidade na prática jornalística, elementos capazes de estimular a autoria e o devido reconhecimento das diferenças e desigualdades construídas em torno do gênero e da sexualidade em nossas sociedades. Palavras-chave: Signo da Relação. Narrativas.LGBT. Prática Jornalística. Gênero.
Passados cerca de 50 anos de reflexões críticas sobre o jornalismo no Brasil a partir do primeiro estudo de pós-graduação no campo, deparamo-nos com significativas tentativas de compreender as contribuições e as abordagens dos pesquisadores de jornalismo para uma Teoria do Jornalismo. Neste artigo, averiguamos como o conhecimento e as pesquisas de mulheres são apresentados nas bibliografias dos cursos de jornalismo no País. Em um momento de discussões sobre o ensinoaprendizado como experiência de inclusão, interessa-nos provocar perturbações sobre as implicações de ensinar jornalismo a partir de um pensamento majoritariamente masculino, o qual é construído como cânone e como experiência universal. Para tanto, fizemos um levantamento de programas de disciplinas de teorias do Jornalismo em 27 cursos de graduação, um de cada unidade da federação. O resultado revelou uma desigualdade epistemológica em virtude das relações de gênero na produção de conhecimento sobre o jornalismo. Palavras-chave: Epistemologia. Ensino de jornalismo. Relações de gênero.
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