Objetivo: Identificar fatores que influenciam na detecção precoce de deficiência visual e o início da intervenção precoce de crianças com alterações no desenvolvimento. Métodos: O estudo constituiu-se de levantamento, exploratório e descritivo, que contou com a aplicação de questionários com representantes institucionais, profissionais da equipe dos serviços de intervenção precoce e mães ou cuidadores das crianças atendidas. Os dados receberam tratamento estatístico através dos softwares Sistema de Análise Estatística SAS 9.3, Wolfram Mathematica e Microsoft Excel. A amostra constituiu-se de 434 sujeitos (19 representantes institucionais, 142 profissionais dos serviços e 273 mães/cuidadores das crianças atendidas). Resultados: A análise dos resultados revelou valores estatísticos de p-valor=0,0119 para a realização do teste do olhinho no que se refere ao início da intervenção precoce. A mãe recebe orientação quanto ao desenvolvimento da visão que obteve valores de p-valor=0,0106 para início da intervenção oportuna e valores de p-valor=0,0061 para primeira consulta ao oftalmologista. Conclusão: Realizar o teste do olhinho constituiu-se fator facilitador para o início da intervenção precoce e ter uma deficiência exclusivamente visual e frequentar instituição privada como barreira. A entrada tardia em serviço de intervenção precoce afeta negativamente a idade da primeira consulta oftalmológica. A mãe recebe orientação quanto ao desenvolvimento da visão que revelou-se fator facilitador para a primeira consulta ao oftalmologista e para início da intervenção oportuna. O campo da saúde ocular constitui-se demanda da saúde pública e requer ações e programas educativos direcionados aos familiares, profissionais e gestores institucionais.
<p class="CorpoB">A deficiência visual gera implicações à pessoa e ao sistema familiar. À medida que a família é apoiada e fortalecida, esta pode se tornar o eixo fundamental para o desenvolvimento e a participação social do membro familiar com deficiência visual. Com essa finalidade, o terapeuta ocupacional é um profissional capacitado a utilizar o recurso da orientação para intervir junto as família dessas pessoas. Este estudo buscou identificar a intervenção de terapeutas ocupacionais do município de Curitiba/PR voltada à orientação de pais e/ou cuidadores de pessoas com deficiência visual, por meio de uma pesquisa qualitativa exploratória e descritiva. Os resultados apontaram para a importância da orientação como possibilidade de intervenção do terapeuta ocupacional, evidenciando a relação dessa abordagem com a participação familiar e a contribuição para o desenvolvimento da pessoa com deficiência visual. Foram observadas dificuldades encontradas na prática profissional e restrições que os profissionais enfrentam para efetivar a realização das orientações relacionadas às regras institucionais. Os resultados obtidos corroboram com a literatura, entretanto destaca-se a necessidade de dar continuidade a pesquisas referentes à temática, visto a escassez de material teórico nessa área.</p>
A deficiência visual, em interação com barreiras ambientais, pode repercutir na realização de atividades diárias, sendo necessárias intervenções envolvendo treino, utilização de recursos de tecnologia assistiva e modificações instrucionais ou da tarefa. A maquiagem foi identificada como demanda de intervenção com pessoas com deficiência visual. O objetivo deste relato consistiu em identificar as repercussões práticas de ação extensionista referente a intervenção terapêutica ocupacional no desempenho da atividade de automaquiar-se em um grupo de adolescentes e mulheres com deficiência visual. De abordagem qualitativa, exploratória-descritiva, do tipo pesquisa-ação, o projeto foi realizado com a implementação do Curso Básico de Automaquiagem para Pessoas com Deficiência Visual – Maquiagem Diurna. Foram aplicadas duas entrevistas semiestruturadas, antes e após o curso, para coletar dados sobre a experiência das participantes, sendo analisados por meio de análise de conteúdo. O formato do curso, a metodologia e as técnicas utilizadas repercutiram positivamente na automaquiagem, facilitando a realização das etapas, ampliando o repertório e minimizando a quantidade e o tipo de auxílio necessário. Observou-se escassez de estudos sobre o assunto; a necessidade de abordar o papel da maquiagem e sua importância no cotidiano dessas mulheres; e a relação dessa atividade com a autoimagem, a autoconfiança e a autoestima. Evidenciou-se a potência transformadora da ação extensionista relatada permitindo: a correlação teórico prática; a aproximação e a atuação de discentes e docentes em demandas advindas da comunidade e do campo de atuação; e proporcionando experiências e aprendizados que, tanto discentes quanto a coordenadora do projeto, não teriam em outros formatos de ações.
A perda da visão pode ocorrer em qualquer fase da vida, acarretando impactos referentes ao enfrentamento da nova condição, à identidade do sujeito e ao desempenho de suas atividades cotidianas. Frente a isso, buscou-se verificar se é possível traçar o perfil funcional de adultos com deficiência visual adquirida que frequentam uma instituição de habilitação e reabilitação de pessoas com deficiência visual do município de Curitiba-PR, por meio de pesquisa documental, quantitativa, de caráter exploratório-descritivo. Para coleta e análise dos dados foi utilizado um roteiro baseado nos conceitos da Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde (CIF). Foram analisados 27 registros, sendo que 33,3%(ƒ=9) apontaram restrições no cuidado pessoal; 88,8% (ƒ=24), na vida doméstica; 7,4%(ƒ=2) no trabalho; 33,3% no lazer (ƒ=9); e 81,5% (ƒ=22) na mobilidade. Foi possível obter indícios do perfil funcional desses sujeitos, no entanto, para um perfil mais detalhado, os dados documentais mostraram-se insuficientes. Os resultados encontrados permitiram uma reflexão sobre o tema, propondo novos estudos nesta área.
Este é um estudo com abordagem quali-quantitativa, descritiva-explicativa e longitudinal, realizado entre abril a dezembro de 2018 em Curitiba, Paraná, tendo como objetivo avaliar um curso interdisciplinar de formação em atenção à saúde ocular de crianças com alterações no desenvolvimento ou múltipla deficiência, para profissionais da intervenção precoce. Aplicou-se questionários e grupo focal e foram realizadas análise estatística exploratória-descritiva, aplicação de testes e análise de conteúdo. Participaram 35 profissionais, da saúde e da educação. Os resultados foram organizados nas fases de Reação, Aprendizado e Comportamento e Preditoras de aprendizagem e impacto e correlação entre níveis, a saber: reação positiva ao curso e ao instrutor; aumento da média de aprendizado; impacto no comportamento no trabalho; variáveis motivacionais, de valor instrumental do curso e de uso de estratégias cognitivo-afetivas como preditoras de impacto no trabalho; e correlação positiva reação/impacto. Os relatos do grupo focal reforçam e aprofundam os resultados quantitativos. Destaca-se a importância da realização de cursos interdisciplinares que agreguem saberes e fomentem a colaboração interprofissional.
ResumoOs termos intervenção precoce, estimulação precoce e estimulação essencial vêm sendo historicamente discutidos e, apesar de semelhantes, refletem em práticas de atuação distintas. Com relação aos programas de intervenção precoce (IP), estes visam proporcionar acompanhamento não só às crianças com alterações no desenvolvimento, mas também a família e ao contexto em que elas estão inseridas. Neste sentido, pretendeu-se com este estudo caracterizar as instituições que prestam serviços de IP na cidade de Curitiba-PR e os profissionais atuantes nestes serviços. A amostra constituiu-se de 19 representantes institucionais e 142 profissionais. Predominaram as instituições do 3º setor, que atuam na área da educação que contam com equipe multidisciplinar. Quanto à população atendida prevaleceu a clientela com múltiplas deficiências e deficiência intelectual. Em relação aos profissionais prevaleceram professores com especialização que atuam há mais de 10 anos na IP e as equipes foram classificadas majoritariamente como multidisciplinares. A partir dos resultados concluiu-se que a prevalência de instituições do terceiro setor e da área da educação podem estar atreladas a aspectos históricos como assistencialismo e políticas nacionais de educação. A interdisciplinaridade entre setores da saúde e da educação ainda se constitui como um desafio conceitual, metodológico e prático, sendo necessária maior disseminação e compreensão sobre suas diretrizes e funcionamento. Conhecer a caracterização de instituições e seus profissionais é fundamental para compreender os desafios que se colocam ao atendimento da clientela em questão, sendo necessária a ampliação desses serviços de maneira geral e do acesso aos mesmos.Palavras-chave: Intervenção precoce (Educação); Educação especial; Relações interprofissionais.
A deficiência visual constitui-se como fator limitante para a aquisição de funções e habilidades essenciais em todas as fases de desenvolvimento. Considerando que a adolescência se constitui como fase de vida marcada por transições, pela construção de identidade própria e conquista de autonomia e independência, para o adolescente com deficiência visual, esta etapa de vida pode ser marcada por maiores dificuldades na aquisição destas habilidades, destacando, ainda, que a família possui papel central neste contexto. Buscou-se com este estudo analisar se há diferenças entre as percepções de adolescentes com deficiência visual e de seus cuidadores quanto às vivências e experiências de autonomia e independência desses indivíduos. Para tanto, foi necessário identificar a compreensão dos participantes quanto aos termos autonomia e independência. A fim de atingirem-se os objetivos, foi utilizada a metodologia de pesquisa qualitativa exploratória-descritiva. Obteve-se dissonâncias entre os entendimentos dos termos, porém, após a explicação dos conceitos adotados para este estudo, todos os participantes descreveram os adolescentes como autônomos e independentes e não existiram discrepâncias quanto às percepções das vivências dos mesmos. Contudo, considera-se necessário a realização de mais pesquisas nesta área, visto a relevância da conceituação dos termos autonomia e independência para a Terapia Ocupacional e a escassez de publicações encontrada.
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