Resumo: Neste artigo, procedemos a uma leitura fenomenológica da noção de sentido e suas múltiplas significações. Partindo de uma primeira visada às definições apresentadas ao termo nos verbetes dos dicionários comuns, tal multiplicidade de significações é discutida à luz do conceito husserliano de "intencionalidade" e compreendida a partir da proposta merleau-pontyana de "reabilitação do sensível". Retomamos, então, o termo sentido desde suas acepções físicas e sensoriais até aquelas de cunho idealizado, relacional e teleológico, considerando-as como um conjunto expresso num único termo e que aponta para uma vida consciente baseada no campo da experiência corporal pré-predicativa desdobrando-se em experiência reflexiva, intersubjetiva e transcendental. Desta forma, o vocábulo sentido mostra-se como uma espécie de multiplicidade unificada e, por isso, considerado como que paradigmático: pura "mostração" do processo perceptivo, diante do qual se tem a contradição-continuidade da imanência (o dado imediatamente) e da transcendência (o que vai além do imediatamente dado). Discutimos as implicações desse entendimento para uma psicologia que se queira eficaz no seu processo de compreender a experiência humana fundamental em sua inserção no mundo da vida.
RESUMO. Desde a Idade Antiga houve uma consolidação de características que se tornaram prementes no pensamento ocidental, entre as quais temos a busca da "clareza" das proposições e a verdade compreendida como correspondência (adequação). A metáfora, promotora de equívocos, deveria ser expulsa do pensamento sério e rigoroso, a saber, da filosofia e, posteriormente, das ciências em geral. A medicina, como ciência, comungou com estes pressupostos, que nela se fizeram presentes por meio da semiologia indicial. Não obstante, a metáfora retornou por meio do sofrimento dos pacientes, inscrita nos corpos: o sintoma histérico. Como calcanhar de Aquiles para a medicina, este sintoma provocou uma reviravolta no próprio procedimento clínico e em sua produção de saber, abrindo espaço para a qualificação do acontecimento de metáforas e, sobretudo, para a escuta do pathos humano. Neste artigo propomos um estudo teórico deste reencontro, apontando que nele houve a abertura da clínica para uma escuta diferenciada, trazida pela psicanálise.
This article examines Brazilian racism through the idea of negation. The psychoanalytical concept of denial is present and recognised in current Brazilian racist statements. It is analysed in examples which occur in Brazilian speech in everyday life and allow racist thoughts and words to remain in Brazilian minds and actions.
Purpose
The purpose of this paper is to seek the inner motivations present in immigrants moving from different regions of Brazil to its capital, Brasília. The goal is to find out the individuals’ stories, not only the macroeconomic aspects usually studied in migration movements. Also, the authors intend to understand how impacting the process of leaving one’s homeland and loved ones behind can be.
Design/methodology/approach
In this study, ten recent immigrants were interviewed about their inner motivations to migrate to Brasília and the difficulties faced. Their answers were categorized and distributed into charts showing the most relevant parts for the study.
Findings
Two main topics stood out: work and love. The search for a meaningful and rewarding job is a strong enough reason to migrate. Love presents itself as a different reason to migrate, especially when economic and political reasons are the most common motivators. Love has to do with wanting to be with a partner or family. Migration is a time for crisis, mourning can be present and the strangeness of the new place may affect some more than others. All interviewees mentioned the hardships of adapting, be it emotionally or psychologically.
Originality/value
It is a response to the lack of clinical psychology studies about migration in Brazil. The importance of having studies carried out with a more qualitative perspective in the field of migration, in which the focus are the inner motivations of the migrants and what their experiences are.
Neste artigo, abordamos a implicação e o papel dos verbos modais/páthicos na construção das promessas e sua relação com as modalidades superegoicas da adolescência na atualidade. As promessas, no sentido em que as tomamos aqui, são entendidas como uma ação de comprometimento realizada via linguagem, podendo ser usadas como dispositivos efetivos para o entendimento das modalizações superegoicas do adolescente. O supereu, por sua vez, é percebido como o principal (des)organizador da modalização pulsional representada pelos verbos. Partimos do princípio de que o verbo carreia a pulsão e também monta o foro intrapsíquico humano, sendo assim, entender o modo como os adolescentes se referem aos verbos pode auxiliar a entender a respeito dos conflitos morais e pulsionais do adolescente construído frente à cultura atual.
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